tag:blogger.com,1999:blog-217046522024-03-07T23:36:30.216-03:00Da Busca - Fabio Rocha"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.comBlogger1194125tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-1767332668361934572012-12-12T06:00:00.000-02:002014-04-17T06:07:24.126-03:00Da MudançaSeguimos com poemas mais recentes no blog novo:<br />
<br />
<a href="http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/"><img alt="poesia-fabio-rocha" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2qH8enrULWNrnEjF8zaADBaPKRLdcMx7nqH0qEB59LrxsAhbgjJH2qZfbbWmOGvhZfMcefAUv8R1_Wd8mJ98Z3_s-MrUOpYxCgWN6vtkxorBxVGv-LwF5hyxaOeBOhNEAZCEeAA/s320/poesia-fabio-rocha-150.jpg" title="poesia-fabio-rocha" /></a><br />
<br />
<a href="http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/">poesia - fabio rocha</a>Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-37284971416565236892012-12-07T07:50:00.000-02:002016-06-30T14:02:03.545-03:00Cuidado com o amor romântico<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/jltM5qYn25w" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><em style="color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", "Bitstream Charter", Times, serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</em> <em style="color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", "Bitstream Charter", Times, serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</em> <em style="color: #333333; font-family: Georgia, "Times New Roman", "Bitstream Charter", Times, serif; font-size: 13px; line-height: 19px;">(Estava me sentindo um pouco agoniado de publicar só poemas de amor aqui no dia dos namorados, talvez reforçando o padrão de idealização do romantismo que faz tanta gente sofrer com esse dia. Ainda mais agora que passamos de 25.000 cadastrados para receber as atualizações da Magia da Poesia por e-mail. Não tem nada a ver com poesia, é prosa, mas espero que possa ser de alguma ajuda para os tantos que sofrem nesta data e com o amor romântico em geral.<em>)</em></em><em><em> </em></em><br />
<br />
Já parou pra perceber o quanto é sua mente que cria as experiências? Da mesma forma que você olha um tijolo e nem percebe que esse conceito - tijolo - surge no automático. Sem notar que ele é feito de barro, a mesma matéria que compõe um vaso, por exemplo. Sem nem se perguntar o que faz daquele barro um tijolo. Instantaneamente - a gente olha o vaso e vê vaso, olha o tijolo e vê tijolo. Não notamos que nós é que construímos na mente os objetos instantaneamente através de nossos hábitos.<br />
<br />
Agora use essa forma de perceber para aquela dorzinha no peito que aparece no dia dos namorados, principalmente para os que estão solteiros. Não fuja, não se distraia. Encare. Por que as relações passadas parecem derrotas por terem acabado? Vamos olhar mais vagarosamente isso, saindo do instantâneo. Não seria o mundo uma dança de inícios e fins, em tudo? Então por que isso dói? Por causa da porcaria do <a href="http://www.papodehomem.com.br/amor-em-quatro-atos-o-que-e-o-amor-romantico/" target="_blank">mito do amor romântico eterno</a>, sendo que - na prática - tudo acaba. E sabendo disso, podemos aproveitar a relação muito mais, enquanto durar. Mas, como somos programados desde cedo a entrar no padrão de relacionamento "felizes para sempre", associamos cada término a uma derrota pessoal. E aí dói.<br />
<br />
<img alt="dia-dos-namorados" class="aligncenter size-full wp-image-19831" height="290" src="https://www.poesiaspoemaseversos.com.br/w/wp-content/uploads/2015/06/dia-dos-namorados.png" width="500" /><br />
<br />
Ao mesmo tempo, podemos notar que, associada a essa dor, há um apego ao ser que "perdemos". Novamente de forma automática podemos nos bombardear com pensamentos negativos do tipo cultuado em músicas românticas: "será que você ainda pensa em mim", "se um outro cabeludo aparecer em sua vida", "a falta que você me faz", "é impossível ser feliz sozinho", "eu quero só você", e trocentas mil formas de mimimis doloridos. Somos criados para ter esse apego e há uma vasta produção cultural (filmes, músicas, livros...) que reforça e cultua isso ao longo de toda a nossa vida. Sem falar nas propagandas na TV perto do dia dos namorados. Esse <a href="https://www.youtube.com/watch?v=OaaUrHnOKKY" target="_blank">vídeo do Porta dos Fundos</a> é bem esclarecedor sobre o fenômeno que criamos e no qual acreditamos constantemente - o amor romântico, a alma gêmea, o meteoro da paixão etc.<br />
<br />
Para completar, tem os amigos namorando que parecem tão felizes no facebook, expondo seus presentes e sorrisos, aparentemente alheios aos problemas filosóficos do consumismo e do amor romântico. Porém, isso é <a href="http://www.papodehomem.com.br/cometi-facebookcidio/" target="_blank">facebook</a>... <a href="http://olugar.org/nao-ha-festa/" target="_blank">Não há festa</a>.<br />
<blockquote>"A ideia de amor apaixonado, romântico, que emergiu no Ocidente durante o último milênio é uma de nossas heranças culturais mais destrutivas.<br />
<br />
Isso porque sua principal aspiração - a descoberta de uma alma gêmea - é praticamente inatingível. Podemos passar anos à procura dessa pessoa elusiva que satisfará todas as nossas necessidades emocionais e nossos desejos sexuais, que nos proporcionará amizade e autoconfiança, conforto e risos, estimulará nossas mentes e compartilhará nossos sonhos. Imaginamos que existe alguém no éter amoroso que é nossa outra metade perdida, e que nos fará sentir completos, bastando apenas que possamos fundir nosso ser com o dele na sublime união do amor romântico.<br />
<div><br />
Nossas esperanças são alimentadas por uma indústria de filmes românticos de Hollywood e um excesso de ficção barata difundindo essa mitologia."<br />
<br />
—Roman Krznaric<br />
<br />
</div></blockquote>Se percebermos como são vazias essas construções que nós mesmo fazemos e que doem, podemos sentir de outra forma. Podemos ver a beleza do que trocamos com as pessoas enquanto durou. Podemos desejar que - como seres que buscam a felicidade - as ex e os ex sejam felizes. Podemos ser agradecidos pelo tempo bom que passamos juntos. Podemos nos alegrar ao perceber que tudo continua, que seguimos e que a felicidade verdadeira não depende de outra pessoa da forma como o romantismo ensina. Basta parar um pouco e apurar o olhar.<br />
<br />
Resumindo, podemos tentar nos lembrar disso sempre (já sabemos disso racionalmente), sobre relacionamentos:<br />
<br />
1 - Não vai durar pra sempre (nós, no mínimo, morremos!) - aproveite cada segundo;<br />
<br />
2 - A felicidade não vem do outro (é possível ser feliz sozinho sim!);<br />
<br />
3 - Quanto mais nos agarramos, quanto mais paixão, mais sofrimento. Quanto menos possessividade e autocentramento, melhor. Em resumo, "Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para ficar e motivos para voltar." (Dalai Lama)<br />
<br />
OBS.: Isso também vale pra <strong>ex-amigos</strong>, toda forma de relação. Não é algo só com você. Tudo flui: não há derrota em términos e afastamentos. Não é preciso sentir de uma forma dolorosa, se você conseguir olhar com mais sabedoria. (Isso não significa que você deva aceitar tudo das pessoas nem mentir para si mesmo que não há dor num caso mais horroroso de relação. Se alguém te fez algo péssimo e você não consegue ver de outra forma, encare como um motivo para se alegrar pelo afastamento - tendo compaixão consigo mesmo. Inclusive, se for o caso de relação abusiva, denuncie pras autoridades, você estará prestando um serviço para a sociedade, pra você mesmo e para a própria pessoa.)<br />
<br />
OBS.2: Veja também esse vídeo genial sobre <strong>amor romântico e amor genuíno</strong>, que passou de 2 milhões de visualizações <a href="https://youtu.be/gjV5zaGd0gA" target="_blank" title="amor romântico e amor genuíno">aqui no youtube</a>.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/gjV5zaGd0gA" width="560"></iframe><br />
<br />
É de Jetsunma Tenzin Palmo, que passou 12 anos meditando de forma isolada em uma caverna. Eu acho tão importante que gosto de revê-lo de tempos em tempos. Liguem as legendas em Português abaixo, à direita. (<a href="http://meucaminhonobudismotibetano.blogspot.com.br/2015/12/gustavo-gitti-relacionamentos-lucidos.html" target="_blank">Aqui</a> deixei um resumo de palestra de Gustavo Gitti e outras visões sobre o tema no Budismo). Outro vídeo indicado é do Thich Nhat Hanh, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=kgFP9AOiNlo" target="_blank">aqui</a>. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=DyqFJCrDKUQ" target="_blank">Outro</a>. E adoro esta metáfora poética:<br />
<br />
<b>1.</b><br />
Ando pela rua.<br />
Há um buraco fundo na calçada.<br />
Eu caio...<br />
Estou perdido... Sem esperança.<br />
Não é culpa minha.<br />
Leva uma eternidade para encontrar a saída.<br />
<br />
<b>2.</b><br />
Ando pela mesma rua.<br />
Há um buraco fundo na calçada.<br />
Mas finjo não vê-lo.<br />
Caio nele de novo.<br />
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.<br />
Mas não é culpa minha.<br />
Ainda assim leva um tempão para sair.<br />
<br />
<b>3.</b><br />
Ando pela mesma rua.<br />
Há um buraco fundo na calçada.<br />
Vejo que ele ali está.<br />
Ainda assim caio... É um hábito.<br />
Meus olhos se abrem.<br />
Sei onde estou.<br />
É minha culpa.<br />
Saio imediatamente.<br />
<br />
<b>4.</b><br />
Ando pela mesma rua.<br />
Há um buraco fundo na calçada.<br />
Dou a volta.<br />
<br />
<b>5.</b><br />
Ando por outra rua.<br />
<br />
<em>Texto extraído de <b>O Livro Tibetano do Viver e do Morrer</b>, de Sogyal Rinpoche (Ed. Talento/Palas Athena)</em><br />
<br />
OBS. 3: <strong>Amor livre</strong> ou <strong>poliamor</strong> não me parece ser a solução para este problema, pela minha própria experiência com ele. Porque acaba sendo outro pacto pensando primeiro em você mesmo, de forma autocentrada, apenas outra forma de controle sobre o outro. Ou uma liberdade compulsória imposta ao outro baseada em egoísmo. Ou uma forma de amenizar o medo da perda, mas sem efetivamente acabar com a chance da perda.Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-752747806179622632012-12-06T09:56:00.000-02:002013-08-16T09:53:36.139-03:00doençaas cidades são o câncer do mundo<br />
semeando cinza<br />
alteram o metabolismo do tempo<br />
aceleram a pulsação por rodovias engarrafadas<br />
tudo e todos correndo correndo correndo atrás de nada<br />
até que explode<br />
uma bomba, um louco, um poema<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-69073551370276507062012-11-22T14:42:00.000-02:002013-08-16T09:54:30.645-03:00sem títuloNão quero saber o que você faz,<br />
quero sentir a intensidade<br />
do que você sonha!<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-61444361896864648612012-11-22T10:04:00.000-02:002013-08-16T09:56:49.799-03:00dia de ventotodas as flores<br />
se inclinam<br />
pra cheirar a liberdade<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-78910313271776132252012-11-13T14:50:00.000-02:002013-08-16T09:57:22.171-03:00spoiler007<br />
vence<br />
no final<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-73441871950212261612012-11-10T08:50:00.000-02:002013-08-18T15:31:42.040-03:00concurso literário tororó das couves<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbTcDqvkxN-JJJgTrDvic5fInc0VgP7GFzNghWneYAhgBFcH08FLO-7hikYlufdDrGoeAiiJekwvPb84Enp8AGIGePBxuxicd4eiOIW1LhejuF6vd_u7kIla00Pxgk_EqDonhd4Q/s1600/couve.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbTcDqvkxN-JJJgTrDvic5fInc0VgP7GFzNghWneYAhgBFcH08FLO-7hikYlufdDrGoeAiiJekwvPb84Enp8AGIGePBxuxicd4eiOIW1LhejuF6vd_u7kIla00Pxgk_EqDonhd4Q/s320/couve.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
este certame visa a expansão da consciência<br />
da importância<br />
e da impotência<br />
das couves<br />
<br />
o ineditismo literário<br />
é temerário<br />
arbitrário<br />
mas imprescindível<br />
<br />
podem inscrever-se escritores ambidestros<br />
de ambos os sexos<br />
que desenhem com as duas mãos nas quintas-feiras<br />
e leiam e releiam este regulamente oito vezes<br />
pagando a taxa irrisória de um milhão de reais<br />
para cobrir os custos de digitação do abecedário glorioso<br />
e dos troféus e medalhas de honra ao soldado desconhecido<br />
que serão entregues aos egos competitivos vencedores<br />
em cerimônia solene e iluminada<br />
no salão nobre da casa da mãe Joana<br />
na rua das couves, 666<br />
em data a ser definida num dia indefinido<br />
quando do festival das couves<br />
<br />
a banca julgadora será constituída por ilustre marceneiro anônimo<br />
composta de mogno<br />
firme e sólida<br />
sobre a qual serão performados sacrifícios ritualísticos de couves<br />
para alimentar as massas<br />
<br />
(os competidores que morem na cidade das couves estão, desde já, agraciados com o prêmio maior: a couve sagrada)<br />
<br />
para inscrever-se, o autor deve ser inédito e insone<br />
não ter livro publicado, namorada, filho ou árvore plantada<br />
gostar de quiabo e couve<br />
e nunca jamais pode ter dançado com o demônio sob luz do luar<br />
<br />
o tema obrigatório são as couves<br />
suas cores<br />
seus sabores<br />
seus movimentos ao vento…<br />
<br />
os trabalhos devem ser enviados num envelope menor lacrado de papel pardo com codinome secreto<br />
dentro de outro envelope menor lacrado de papel pardo com outro codinome secreto<br />
dentro de outro envelope menor lacrado de papel pardo com outro codinome secreto que não se refira a couves<br />
dentro de uma caixa enorme enviada via carta registrada com carimbo da Dinamarca e sem quaisquer identificações<br />
acompanhando um cd e um pendrive e um iPad com o texto digitado com codinome secreto<br />
(o nome verdadeiro do codinome deve ser enviado por telégrafo ou sinal de fumaça)<br />
<br />
é imprescindível o uso de letras corpo violão 12, folha A3 dobrada 12 vezes, espaço 1,575 (estrelinhas) e fonte Times ou Arial ou couves<br />
<br />
os vencedores receberão o título de vencedores<br />
os perdedores receberão a missão de invejar os vencedores<br />
que terão seus textos em prosa ou poesia publicados<br />
(num livro inédito que venderá a amigos contrariados)<br />
com o propósito de não poder mais participar de concursos literários como esse<br />
que exigem o ineditismo<br />
<br />
o prazo limite para o envio das caixas com envelopes e equipamentos é o de ontem<br />
(se não chover e estragar a horta)<br />
<br />
os casos omissos no presente regulamento ficarão omissos<br />
enterrados no fundo da terra<br />
(como a raiz das couves)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-17616590661558686902012-11-05T14:52:00.000-02:002013-08-16T11:20:54.242-03:00lucroeste poema<br />
não<br />
Visa<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-40660240714387875112012-10-30T14:57:00.000-02:002013-08-16T10:00:07.147-03:00rosao amor nunca é como você esperava<br />
o amor espera<br />
o amor atrasa<br />
mas está lá…<br />
<br />
você foi treinado<br />
desde a mais tenra infância<br />
a matar o amor:<br />
<br />
já jogou granada<br />
deu tiro de UZI<br />
AR-15<br />
<i>hadouken</i><br />
metralhada<br />
<i>CONTROL ALT DEL</i><br />
mas o amor <i>rebootava</i><br />
<br />
o amor insiste<br />
inesperado, único<br />
e não há como se proteger<br />
de sua rosa<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-18947499747460126802012-10-17T14:59:00.000-03:002013-08-16T05:13:32.935-03:00manhã de ventoa tecnologia que leva ao céu<br />
afasta do eu:<br />
<br />
sob a terra<br />
aterrador inconsciente<br />
maior que a Terra<br />
<br />
(ainda distante)<br />
<br />
aterramos vontades<br />
verdades<br />
sólidas influências...<br />
<br />
voamos e-números<br />
túmulos de nós mesmos<br />
seguimos sem nós<br />
nem liberdades<br />
<br />
sem saltos<br />
ou sobressaltos<br />
batemos ponto<br />
entre o céu e a terra<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-48320049913589267042012-10-15T15:07:00.000-03:002013-08-16T10:01:36.919-03:00deformao que tem forma é falso.<br />
o que te forma, prende.<br />
aprende: solta.<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-14244793700463354772012-10-06T15:12:00.000-03:002013-08-16T05:14:53.221-03:00minha vida é insônia e um ônibus engarrafadouso óculos escuros<br />
na noite alta<br />
<br />
estrelas<br />
<br />
pianos<br />
<br />
mortos me assustam vivos<br />
<br />
respiração descompassada<br />
entre os passos do passado<br />
e os furos do futuro<br />
<br />
toco a realidade<br />
através de um véu amarelo<br />
de racionalidade:<br />
<br />
não sinto nada<br />
além de falta<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-73903890416346954952012-10-02T15:21:00.000-03:002013-08-16T05:15:28.756-03:00apartamentomeia-noite e ogro<br />
<br />
o cara de cima<br />
vê a Globo<br />
e tosse:<br />
<br />
plim plim – cof cof<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-53434368404501087362012-10-01T15:23:00.000-03:002013-08-16T05:16:15.485-03:00arO vento é largo<br />
no céu sem prédios.<br />
<br />
Procuramos remédios<br />
pra doenças que nem há.<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-59926135059861157402012-09-17T09:44:00.000-03:002013-08-16T05:19:03.817-03:00da falta de paixãonenhuma aventura a contar<br />
e alimentar de risos quentes<br />
meus dias de ar…<br />
<br />
no silêncio e só comigo<br />
persigo o ato consciente<br />
de não perseguir nada.<br />
<br />
dure o corte de uma espada<br />
um domingo<br />
ou uma vida meditada…<br />
<br />
sou apenas<br />
a palavra que apela:<br />
um poema, pelamordedeus<br />
uma estrada…<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-7166528466530429102012-09-16T09:43:00.000-03:002013-08-16T05:19:47.948-03:00para Rebecao poema nasce<br />
da fome de sentido<br />
<br />
- meditaste, menino?<br />
<br />
o poema infindo<br />
lindo de ser e não sendo<br />
somos nós sorrindo e sofrendo<br />
na vida que vamos<br />
(exatamente)<br />
vivendo<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-84062074109358946062012-09-14T09:41:00.000-03:002013-08-16T11:21:05.456-03:00pedAços de um que não fiZADIO O poema que não me dorme<br />
Desejo pousar a mão enorme<br />
Na pele mais proibida<br />
Que vejo<br />
Percevejo a paz de ser cego<br />
e em Santa CRUzzzzzzz CHOve<br />
*<br />
palavras e águas<br />
escorrem<br />
em muros brancos velhos meio tortos<br />
limo da infância que não há<br />
pomba branca<br />
madrugada escura<br />
não HÁ cura<br />
perco poemas na rua<br />
*<br />
medito e não medito<br />
do meio disso o interdito<br />
interestadual ônibus feira depois<br />
que nunca chega<br />
*<br />
adio há dias<br />
meses<br />
vidas<br />
*<br />
MAIÚSCULA voz que não digo<br />
tudo de que não saio<br />
saia que não depende de mim<br />
no entanto<br />
olhos que vêem<br />
fora do agora<br />
só agonia<br />
ANESTESIO um poema<br />
que me anestesia<br />
*<br />
pensamento acelerado por<br />
dormir pouco pra curtir a vida<br />
dormir mal sobre a omoplata vencida<br />
dormir torto pra melhorar a coluna<br />
procurar motivos por dormir mal<br />
e sonhar com ela beijando outro<br />
*<br />
o pólipo do poliamor é benigno<br />
deve ser cortado sem risco<br />
calculado sem anestesias<br />
vivido em fuga<br />
fugido em vida<br />
correndo, correndo<br />
atrás de um rabo<br />
ou um cargo<br />
ou um míssil que exploda esta bosta toda<br />
que CALO<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-70724114459036666402012-09-13T09:39:00.000-03:002013-08-16T05:24:27.939-03:00aspartamenem o amargo do aspargo<br />
nem o doce do açúcar:<br />
<br />
queremos tomar <a href="http://freepages.misc.rootsweb.ancestry.com/~otranto/saude/aspartame.htm">veneno</a><br />
e emagrecer saudáveis<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-89702754407621928852012-09-10T09:36:00.000-03:002013-08-16T05:25:15.120-03:00táo meu amor lê Carta Capital<br />
cá bem debaixo da omoplata esquerda<br />
<br />
às vezes sonhamos<br />
às vezes tememos<br />
o final<br />
dobrando a esquina das certezas…<br />
<br />
mas seguimos<br />
rindo<br />
todas as forças da natureza<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-70953978594241302172012-09-07T09:35:00.000-03:002013-08-16T05:25:54.044-03:00noite escuratodas as estrelas<br />
cabem e nadam caladas<br />
num balde com água<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-55878560931256683422012-08-27T08:54:00.000-03:002013-08-16T05:26:29.548-03:00placa ao poeta na jaulafavor não alimentar<br />
as<br />
ilusões<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-45015277780397176022012-08-27T08:53:00.000-03:002013-08-16T11:19:56.803-03:00faróisse olhos vêm na direção contrária<br />
de encontro direto ao coração<br />
brilhando milagre abissal<br />
freio de mão:<br />
desvio ao real<br />
que todo encanto padrão<br />
tem pressa de passar<br />
(e mal)<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-89768230766416262712012-08-24T08:52:00.000-03:002013-08-16T10:37:40.618-03:00ontem fiz yoga (ou sobre o nadar em vez de boiar)hoje vou fazer meu poema mais longo<br />
<br />
porque o vento induz falésias que nunca vi<br />
e eu, cheio de falhas<br />
escondendo as facas de mim mesmo<br />
não deixo meu canto ser luz<br />
<br />
na beira do abismo há o mar<br />
mar de sonhos<br />
os pais por perto em água<br />
tento entender, tocar, fotografar<br />
e não alcanço<br />
nem no oceano<br />
um estado molhado de ser.<br />
nem vou alcançar<br />
enquanto tentar alcançar.<br />
nem vou alcançar, talvez, nunca…<br />
<br />
(enquanto isso, fotografo meu sorriso mais falso)<br />
<br />
tento de novo<br />
<br />
sonho de novo<br />
<br />
tonto de novo<br />
<br />
os silêncios<br />
contaminando de escuridão<br />
a luz da vela derretida<br />
<br />
medito com minha risada<br />
e ouvindo a minha manca risada<br />
antes de abrir os olhos<br />
pareço um filme de terror<br />
<br />
o sol lá fora virá<br />
<br />
medito falando sem sentido<br />
e logo me acostumo<br />
a falar sem sentido<br />
com hora marcada<br />
duração premeditada<br />
e a meditação vira um método<br />
um hábito<br />
um costume<br />
um saco<br />
<br />
medito tentando não buscar nada<br />
não ser nada<br />
não pensar nada<br />
e já estou novamente tentando<br />
medito para me contentar com o que é<br />
mas isso nunca dura mais que uns 100 poemas sem poesia<br />
(quase auto-ajuda doentia)<br />
porque a poesia vive mesmo é quando você solta ela pelo mato<br />
como um cão babando sem plumas nem travas<br />
um cavalo com asas e coices<br />
um passarinho emudecido<br />
cinco sentidos sem sentido perdidos numa mulher…<br />
<br />
enquanto isso,<br />
seguro,<br />
gasto os dias numa jaula quadrada<br />
dentro de outra jaula quadrada<br />
lendo um livro quadrado<br />
que ensina técnicas de ser quadrado<br />
e plano para daqui a cinco anos<br />
(quando poderei soltar meu grito e não fazer nada longe de todos)<br />
longe de quase todos<br />
<br />
pois carinho é curvo e risco<br />
e o verbo acarinhar<br />
me liga ao impossível por um tempo<br />
então gozo milagres<br />
e é bom<br />
e acaba<br />
<br />
(talvez este não seja meu poema mais longo)<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-45999917875377975472012-08-20T08:48:00.000-03:002013-08-16T10:40:59.747-03:00grafitesonhar com pontes<br />
e acordar com muros<br />
<br />
solução sem soluçar:<br />
pichar poemas no escuro<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21704652.post-14548170779886959442012-08-18T08:44:00.000-03:002013-08-16T10:54:49.693-03:00céu de agostohá um poema<br />
<br />
enquanto o inverno goteja lento<br />
o sol descendo no dourado<br />
nuvens estupefatas com a imobilidade de tudo<br />
num silêncio frio e calmo<br />
<br />
há um poema enorme<br />
<br />
(Fabio Rocha)Fabio Rochahttp://www.blogger.com/profile/09925965753193426110noreply@blogger.com0