segunda-feira, 9 de março de 2009

TEMPO

Leio Walt Whitman
no rosto do velho barbado
há 90 anos no Ceará
com cada osso torto
e calor
e sofrer
e silêncio contemplativo.

Meu avô.

Seus olhos vêem o mesmo todo.

Vou viver.

Os cheiros da infância feliz
encontraram algum secreto caminho
pro apartamento de hoje.

(Fabio Rocha)

3 comentários:

Stella disse...

Nossa, que lindo poema! E que bela homenagem ao avô.
Bom que esteja sentindo cheiros de infância feliz, de lar e aconchego :-) Até me deixou emocionada.

Pra mim é um de seus melhores poemas. Tão sensível e maduro...

beijos

de uma fã rs

Ígor Andrade disse...

Amigo Fabio, esse me fez chorar.
Lembrei do meu avô também, e do primeiro livro de poesia que ele me deu.
Grande abraço!

Fabio Rocha disse...

Amor, a culpa é toda sua disso... :)

Ígor, que bom o poema ter te tocado assim, maravilha! Abração