quarta-feira, 30 de novembro de 2011

HEROES

quando não durmo não reconheço lugar nenhum
nem a mim mesmo
sob esse sol amarelo

se sonho, porém
tiro o poder da palavra noite
e enfio no peito
com mão dourada de fogo

amar é elo sem fim

eu não sou eu
e vôo

(Fabio Rocha)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PARADOXO IN ENGLISH

BPMN, ERP, workflow, downsizing...
mas o sistema de qualquer empresa
está sempre fora do ar no momento

( Fabio Rocha  )

domingo, 27 de novembro de 2011

POR ELA (A POESIA)

luto a luta sagrada
eu
eu mesmo
nenhuma pena
nenhuma espada

(Fabio Rocha)

OBS: Pela poesia de qualidade (e contra os sites péssimos dominando o Google, de que falei em outra postagem) estou continuamente estudando SEO sozinho e melhorando cada detalhe do site A Magia da Poesia. Agora acho que não saberia mais o que fazer. Resta esperar e deixar o tempo correr e desligar a mente e tentar voltar a meditar. :)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

EVOLUÇÃO 40K

há quarenta mil anos atrás
tocávamos sons
com flautas de ossos de abutres

desenhávamos em cavernas congeladas
nas dobras onde o belo alisa o eterno
enquanto o lobo não nos mastigava
ou o neandertal não nos vencia

hoje batemos ponto

(Fabio Rocha)

OBS: Poema baseado no documentário "Cave of forgotten dreams", Junguiano, artístico, científico e interessantíssimo:

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MATÉRIA-PRIMA (CHEGADA A ITAGUAÍ)

peixe pula
fora do rio morto

ainda vivo

saco plástico
preso em árvore morta
na beira da estrada

sob um céu cinza-fumaça

caminhões poluem ao levar
matéria-prima para fábricas poluírem
no horário comercial e com carteiras assinadas

somos o câncer do planeta
e está na moda falar de ecologia
e de Deus

( Fabio Rocha )

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O VENTO SOBRE LUDWIG

uma vontade
(fonte)
forte arde clássica:
(ponte)

a arte pode
(re)(in)ventar-te

(Fabio Rocha)

domingo, 13 de novembro de 2011

SEGUNDO POEMA PARA CAMILA

ela brotou direto do vazio mágico
sem compreensão de palavras

a forma mais frágil
de sentir afeto

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SEMPRE, DESDE SEMPRE, PARA SEMPRE

conforto

passa um tempo
e a vida aperta
seu plexo

a escolha, então:
nascer de novo
em novo nexo
ou morrer em passatempos
preso no ovo

(Fabio Rocha)

OBS.: Inspirado no livro e na peça "A Alma Imoral".

HORÁRIO DEVERÃO: EM DIAS ÚTEIS DE TRABALHO

acordo
antes dos pássaros piarem o dia
acordo em desacordo
sem decoro parlamentar

acordo
antes de acordar
antes ainda

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

REINVENÇÃO

abortar a norma que arrasta a roda de lado
num mundo quadrado
e áspero
quando
a roda
realiza-se
rodando

(Fabio Rocha)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

SEM TÍTULOS

criamos
por meio de carimbos, musgos e líquens
a planície estéril do escritório

onde sentamos e nos reunimos
planejando novas cadeiras e reuniões

nos prendemos a isso.
a fingir ser isso...

de manhã, o trânsito pra ir
de tardinha, o trânsito pra voltar
e nunca
jamais
chegar

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

SÓ DEZ PORCENTO É MENTIRA

"me procurei a vida inteira e não me encontrei / pelo que fui salvo" (Manoel de Barros)

esse poema não tem tempo
nem desherói
mas a vida é mais que isso

isso

comprar meu ócio
pra ser vagabundo profissional
que nem Manoel

olhar a estrada torta
das pessoas mais perdidas
é olhar poentes de sangue no simples
no chão
(tendo a asa do caramujo)

esse poema acende de um filme
brilha vermelho-poça
nele morri mais de 17 vezes tentando
e sigo respirando azul-escombro
enquanto a criança alimenta de laranja o sabiá

a criança mesma
cá dentro
possível de transver o mundo

pois as coisas ainda querem ser vistas por cores
o mundo quer ser aumentado pela invenção

os jornais servem pra encurtar fatos
padres são demasiado sérios pra brincar de Palavra
e das escolas, só vejo graça nas janelas

mais fértil
é um aparelho de ser inútil
ou uma árvore

exempleio uma notícia que não deu:
a menina riu pro avô - borboleta é uma cor
que avoa

(Fabio Rocha)

PRIMEIRO POEMA PARA CAMILA

estranhamento
tudo brilho
branco
longe

olhos abrindo fragilidade

mãos medindo espaços
rosadas acenando pequenez

tudo estréia

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

UM POEMA ANTES DE DORMIR

a noite estala horas
nas janelas da sala

os vizinhos prosseguem
batendo portas

ouço o frio pelo vidro
(ouvido macabro)

mas nem assim
a fala se abre

(Fabio Rocha)