segunda-feira, 24 de abril de 2006

CLIMA

Um ciclo se fecha
sem que os homens percebam.

Coincidências se unem
o fim toca o começo
e a eternidade sorri.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 21 de abril de 2006

terça-feira, 18 de abril de 2006

RESISTO!

Existo!
Resisto à anestesia constante
de meus sentimentos.

Resisto ao sono com hora certa
para acordar cedo no dia seguinte
e trabalhar calmo e cordato no horário comercial do dia seguinte
depois dormir novamente pensando no outro dia subseqüente, calmamente.

Trago caneta
(não fumo)
e espada para cortar espelhos
óbvios, repetitivos e mornos
reais espelhos seguros...
Ansiolíticos espelhos!
(não bebo)

E sigo juntando cacos
e dinheiro
e palavras
no poema
sem tempo
ou disposição
para ser só.

Tempo.
O tema que não consegui
decifrar em 3 anos de psicanálise.
(Faltou tempo...)

Ouso buscar estrelas
e quase não acreditar quando as toco
(ser feliz, feliz, deliciosamente feliz como nem lembrava poder!)
mas me envergonho de passar os dias nesta sala
nesta sala condicionada
nesta sala condicionado
ao ar condicionado
tentando de tudo
pra matar o tempo
e não ver que o perco
no lugar errado
mesmo sabendo
que sou
que suo
que há estrelas lá fora
e um céu dentro de mim.

O tempo é que há
de me matar
e matar tempo
é perder tempo
de vida breve
de vida leve
devido a greve?

Devido à greve
de minha grave faculdade pública
minhas privadas faculdades mentais
me culpam pela não passeata?
Pela não concordância da greve?
Pela sala?
Pela cela?
Pela sela do cavalo alado que não monto
pela espada não imaginária que não aponto
contra o deserto do real espelho real enormemente real e colorido
que só consigo quebrar em versos brancos?

Suspiro.

Saudades da estrela.
Vontade de amanhã à noite.

O dia foi uma eternidade...
Quase tão longa quanto o poema.

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 13 de abril de 2006

ESTELARES

Na primeira vez que vi Stella
acabou a luz do quarteirão.

Na segunda,
não soube o que tinha nas mãos.

Da terceira à septuagésima quinta
tentei ser amigo em vão.

E agora,
finalmente,
perdi as contas
o medo
a dúvida
e me permito nadar no céu.

(Fabio Rocha)

sábado, 1 de abril de 2006

QUARTO QUINTO

(Para Pauvolid)

minha cama eh um deserto frio
um lençol de água concreta
uma torrente de arrepio
uma promessa, uma resposta vazia

(Fabio Rocha)

SEU PEDIDO, SENHOR?

Não, não quero um dia após o outro
quero tudo agora
tô cansado de adiar
de esperar
de lutar
de meditar
de procurar...

Quero rápido.
Pra viagem.

(Fabio Rocha)