quarta-feira, 27 de abril de 2011

PAIXÃO:


meu rosto
se ilumina
quando falo
de teu corpo

(Fabio Rocha)

O SEGREDO

pássaro os dias 
entre o sagrado e a mulher 
e o silêncio segreda: 
o sagrado é a mulher 

(Fabio Rocha)

domingo, 24 de abril de 2011

NÍTIDA

chovo de vez em água
sobre o lago envolto em pele
absorvo o sal na boca
observo o contrair da carne:
alma deliciosamente louca

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

EM VERDADE

apresso a pressa para 
que o dia passe 

esqueço: 
e amanhã? 

GALOPE NÚMERO 910

quando a vida empaca
o poema se solta

cavalo de sol

clave cruzando mares congelados
de palavras não ditas
e beijos não dados

voa e varre
derretendo sal e pele
sul e norte
vida e morte
na mais bela harmonia

(Fabio Rocha)

JÁ_MAIS


nunca houve tempo
de admirar ou xingar as estrelas

ela ficou lá
eu, aqui

e nem apagamos as mãos

(Fabio Rocha)


segunda-feira, 18 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CA-TRA-CAS FORTALECEM LIBERTARISMOS PALAVRÓICOS


(Para Manoel de Barros)

fora da jaula do escritório
as folhas lentamente me ciscam
me expulsam desse cinza máscara
pouco a pouco me habituo a ser palavra
palavra verde, palavra árvore, palavra livre
a palavra passeante
passeio
entre grades enferrujadas
os olhos colhendo cada ínfimo

(Fabio Rocha)

terça-feira, 12 de abril de 2011

GERENCIAMENTO DE PROCESSOS


procuro espaço
no escritório do meu dia
para a poesia

debaixo da mesa?

atrás do armário?

procuro um traço
no bagaço do meu rim
para um fim

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

PARA VIVIANE MARQUES, EM SEU ANIVERSÁRIO DE 28 ANOS


toda vez que vi Vivi
o chão tornou-se longe
o espelho, um horizonte
a busca, uma chegada
o encontro, uma jornada
mas Vivi cá dentro já vivia
e fazia de toda palavra, poesia

(Fabio Rocha)

domingo, 10 de abril de 2011

THE SOUND OF INEVITABILITY

tocar a matéria do sonho
desmancha o sonho

por isso criamos contratos
promessas em três vias
as mais diversas drogas
nosso senhor Jesus Cristo
e a televisão, para não vermos

(Fabio Rocha)

O PRIMERO APARTAMENTO

lembrarei do vento
da ausência de mosquitos
do silêncio da igreja amedrontada
das amendoeiras falando em folhas
e cantando em cambaxirras

(Fabio Rocha)

sábado, 9 de abril de 2011

ACEITO

o amor vem
o amor vai
(e depois de amanhã é segunda, né, Drummond?)

te mostrei o Pontal, ao menos
e guardei uns carinhos no peito

aceito a ida
e a vida

desejo paz

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

APITAM

faço experiências sociológicas
com as legiões ilógicas
que me habitam

(Fabio Rocha)

ABS


não ouso contar a mim
o absurdo que absinto

uso freio abs:
mato, mordo, minto

não ouso contar a mim
o absurdo que absinto

(Fabio Rocha)

terça-feira, 5 de abril de 2011