quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O TODO

gosto de luiza
fugindo em desenho
longe e alta
maçã proibida
banhada em luz e cor...

e o fogo de lu
alma gêmea possível
consciente de mim
presente tão longe e rara
lembrança do perto, carmim
tão mais do que perto
tão mais que futuro
tão mais do que certo...

e o sonho de amanda
(perfeição em conjunção total)
voz calma no telefone
com a graça de não saber
tudo que é
(sonho
de amor perfeito
eternamente adiado)...

e a precisão de lara
onde a palavra delira
e o olhar se ampara...

e a webcam de tati
a webcam no quarto de tati
onde sem palavras
me aproximo do bom infarto...

e o cinema com nathalia
ismália que não enlouqueceu

e o sorriso de bruna
nascendo sol
nas primeiras horas
das manhãs reais...

e o sotaque de estela me lendo...
e a altura de polyanna voando...
e a inteligência de laila tinindo...
e o beijo de lucyana pulsando...

e os emails de lu
e as piadas de carla
e modo de amar de letícia
e a elegante filosofia de talita
e toda a infinidade de delícias...

(nunca me senti tão nu
perante o instante.)

e agora me desfaço
me despeço
e confesso:
nenhum laço
quero nenhum laço
pois meu pacto de aço
é com o presente, esse mormaço
onde o todo brilha sutil
onde na paz me encaixo
em nome de todas
no nome de todas
as únicas
futuras.

OS ESCAFANDRISTAS VIRÃO DE ÔNIBUS


você levanta o apoio do braço
e espera por mim
com seu sorriso mais seu

depois escolhe Chico Buarque
e vamos assim
unidos pelos versos
tudo absolutamente erótico

sobre teu colo saltitante
só vejo a baía
a glória do horizonte
sem beco nenhum

nos dois braços que se tocam
desnudos
me perco em perfume
pele com pele
celebrando mínimos contatos

tatos de manhãs sorrindo

se as pernas se alisam suave
meu solto olhar cobre seus seios
(manto de desejo)

mas o tecido do decote era vermelho
e todos os meus touros tolos
freiam as mãos

não se afobe não...

meu casaco
abraça o que não posso

(Fabio Rocha)

À LOIRA DESCONHECIDA


eu vejo é a loira
escrevendo na escada de Santa Cruz

fodam-se os cães sem pluma
os mendigos sem rumo
as pessoas indo trabalhar como robôs

eu vejo é a loira
escrevendo na escada de Santa Cruz
e não posso

eu vejo é a loira
escrevendo na escada de Santa Cruz
preso dentro desse ônibus eterno

eu vejo é a loira
escrevendo na escada de Santa Cruz
e aposto que são poemas de amor

aposto que são poemas de amor
porque a amo

(Fabio Rocha)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

DA ESCOLHA

formigam caminhos

tantos


mover o norte pra direção da vida
molhar a alma na dimensão divina

ir
antes de
escolher

(Fabio Rocha)

MEDITO PRIMAVERAS (VÔO)

conforme amo 
mais amo 

não me limito 
não imito nenhuma história 

sorrio 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

JANELA SEM PENSAMENTO

a vida me deu essas palmeiras
só por hoje, só por hora
enchendo o meu lento olhar
com a paz do vento

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

DESURBANO

desumano 
selos verdes e ração humana em pastilhas 
dentro das janelas nos comportamos tal compotas 
de terno e gaveta 
batendo pino e ponto 
unidos venceremos 

um dia, quem sabe? 
um dia, depois... muito depois... 

unidos venceremos
a quem? 

húmus seremos! 

serenos enfim 
adubando o planeta destruído 

(quais são seus planos motivacionais pra daqui a 5 anos?) 

OBS: Inspiração e mistura: Explode - http://becadosanjos.blogspot.com/2011/09/urbano.html

sábado, 17 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

AINDA SOBRE OS SONHOS

aonde me levam meus dentes moles?

terras de gelo polar
ventos cortantes
constantes frios

aonde me levam meus dentes móveis?

seios e receios de falta
nenhuma fogueira pra iluminar o calor
nenhuma faca

aonde me levam meus dentes ignóbeis?

noites longas durante o dia
falta de sono
sobra de plano
falta de ano
falta - essencialmente - de um piano

se não for pra sonhar, melhor não dormir?

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

TRABALHAMOS COM FIM DE?

confinados
entre prédios e gentes
finados

(Fabio Rocha)

DE FORA

de fora
como Thanos contemplou o poço do infinito
de silêncio
em silêncio

vejo a crueza árida do mesmo repetido

as vidas
as mortes
os padrões
os patrões
as paixões

todos menores

(Fabio Rocha)

sábado, 10 de setembro de 2011

SOBREVIVI

sábado perdido
achando papéis antigos

cartas
e-mails
(nada esquecido)

não sei qual poeta falou
mas eu também rasgo os extratos bancários
e guardo todas
todas as cartas de amor

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ARQUI (INIMIGO E TETO)

a poesia ainda brinca em mim
e por mais que eu me perca-me em versos diversos
a poesia aquieta e ri:
existe
resiste
voltará!

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011