domingo, 6 de setembro de 2009

MAIS SOBRE "A ARTE DE VIAJAR", DE ALAIN DE BOTTON

É realmente uma maravilha esse livro. Hoje descobri no "A Arte de Viajar" que existiu neste planeta um tal John Ruskin, que tinha a fascinante teoria de que todos somos como que desenhistas natos, se dedicarmos mais tempo para contemplar - em detalhes - o belo. Uma árvore só pode ser realmente apreciada se pararmos para olhar para ela como desenhistas. E isso requer uns 10 minutos, no mínimo. Ele foi criado por pais que viajavam com ele, parando a cada hora para APRECIAR A PAISAGEM. Assim, se desenvolveu sua teoria. Ele critica a pressa de sua época, a mania de "conhecer toda a Europa em 7 dias" (não conhecendo nada, na verdade) e o mal uso da máquina fotográfica (tudo que, na minha opinião, hoje piorou e muito...). É uma forma prática do que Platão tanto valorizava teoricamente: valorizar o belo. Não resisti e fui conferir, com 3 desenhos com esferográfica mesmo (abaixo). Vou ver se arrumo um lápis pros próximos... Mas, realmente, percebi muito mais detalhes olhando por mais tempo para o que desenhei. Reparei também a dificuldade para manter proporções, para desenhar algo que se move (a cachorrinha não parava quieta), para representar contornos com uma cor só (os contornos das coisas não são uma linha, são um contraste, um limite de cores diferentes!) para repetir a complexidade das luzes e sombras, e que flores de plástico são muito parecidas mesmo com as reais. E mais: no banho, mesmo depois desse exercício, lembrei como eu era fascinado pelas gotas que se formavam e escorriam pelo vidro do blindex, criando desenhos, e novamente pude olhar com olhos de criança esse fenômeno.



(Fabio Rocha)


Luna


Orquídea de plástico


Abajur

Nenhum comentário: