quarta-feira, 16 de junho de 2010

APENAS FOGO NAS PENAS

caramujo saindo da casca
(será que chove?)
coloco a mão para fora da cobertura do telhado
(Pessoa para fora da possibilidade do soco)
engatinho letra a letra
na lama lúgubre
venta

de quando em vez encolho antenas
(mulheres de Atenas)

chove
não enche

Barros me lêem
samurai

não mais que de repente
estar de pé
e o primeiro passo
não tão primeiro
na estrada nova
não tão nova

virão âmbar e pedra e tudo novo de novo não tão novo
(tão certo como dois e dois são cinco)
mas vou sem lenço sem documento
viver dez, viver cem, viver mil

sorrio sem o menor motivo
(me dê motivo...)
e escolho o ritmo dos passos

não sei ser parado
nem Madre Tereza de Calcutá
sempre ando armado de música
e cabem cantos no espaço

Santa Clara, clareai!

luz do sol
eu passarinho

(Fabio Rocha)

Um comentário:

Ígor Andrade disse...

Que bonito!