faltam 
três horas 
trocentos trinados 
trezentos galos 
para algum sentido embelezado com auroras e camarões
(lágrima cansada, inútil, sazonal e monótona cá dentro pendurada sem 
cebolas)
sempre erro o jeito de entrar 
sempre erro o jeito de, discreta e misteriosamente, entrar 
sempre erro o jeito de, como quem não entra, entrar 
(e também a hora)
restaurante lotado, longe, tudo difícil 
aí 
luta longa declarada 
aí 
nó górdio, voadora na nuca 
aí 
saborear quase o melhor prato 
depois insossas batatas 
depois cavucar as latas 
com a fome aumentando em vez de saciada!
(tudo queimado)
sempre erro a hora de sair 
sempre erro a hora de pedir as contas 
sempre erro a hora de trincar os dentes 
sempre erro a hora de sair 
(e também o jeito)
luto
(se eu fosse pro circo seria palhaço)
tudo tão imperfeito sempre 
tudo tão agonizantemente pouco
luto
e seguir gritando brilho 
no dia seguinte inimaginável 
e seguir cantando sempre 
amar-elo 
sorrindo 
adiante 
alto alvo avante 
(até a próxima morte 
até a próxima noiva 
até a próxima noite 
até a próxima vulva 
até a próxima 
até a última)
(Fabio Rocha)
Um comentário:
pra mim tb faltam exatas 3 horas....ai ai ai
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