sexta-feira, 6 de abril de 2007

OBRA

o caminhão traz concreto
para o meu imaginário
e ruído
para meu aquário de silêncio

não bastasse isso
lentamente derrama
todo esse chão
onde não piso

(Fabio Rocha)

2 comentários:

Anônimo disse...

Li quase todos os teus poemas.
E os achei formidáveis, maduros. Impressionante,como na tua idade já estás com as malícias dos consagrados.

Um beijo
Naeno

Quero que me digas o que achas dessa poesia.
E visita o meu site www.poemusicas.blogspot.com

AI MEUS OLHOS, AI LUZ, AI CORAÇÃO -

Não necessitamos só de olhos
De uma luz que se nos veja
E mostre os campos floridos
Para enxergarmos com essa lua,
As flores de eterna espera e beleza,
Precisamos também não pensar
Em outras coisas que não sejam
Rosas e luz
Amor e paz
Ter a cabeça como um cárcere aberto,
Liberto todos os infratores,
A angústia, os pensamentos vãos,
Que vão da filosofia aos pensamentos feitos.
Do orgulho ao desapego das coisas,
Do amor ao sentimento de não ser amado.
Não necessitamos só de olhos
E de um coração ermo
Para deduzirmos a beleza das rosas,
Necessitamos do mesmo coração, teimoso,
Inquieto e procurador,
Que ajude os olhos e a luz
Esperançoso,
E que se mova no tempo
Como um caçador dos fugitivos.

Fabio Rocha disse...

Belo opema, Naeno, obrigado pela visita! Vou retribuir.