sexta-feira, 1 de outubro de 1993

Meu primeiro poema (1993)


SONHOS - Para Bianca Fabíola


Ó Deusa onírica, linda Deusa, Deusa gigante…

Por que, em sonhos, és minha, trazes felicidade

Se na triste e fria realidade,

a distância entre nós é tão grande?


Como posso eu esquecê-la,

se és minha amada  em bosque noturnos?

Como gostaria de tê-la

na realidade, em sonhos diurnos.


Seu corpo, ó Deusa minha, seu corpo

é muito mais que o perfeito,

porém é somente um porto

onde se atraca todo o seu enleio.


Ó Deusa onírica,

Biônica Deusa,

tua imagem empírica

não contém a sua beleza.


Eu te peço: não me abandone,

antes que só fique sua figura noturna,

fazendo com que eu só durma,

tentando sonhar com você, com sua voz no telefone.


Porém, às vezes, eu sinto, esperançosamente,

que você não está tão distante,

e que a atração entre nós

é sentida pelos dois, não só por esse seu amante.



01/10/1993



O primeiro poema de que me lembro na vida foi um acróstico que minha tia Marta fez pra mim, eu ainda criança:

F elicidade será sua companheira
A té quando o amor chegar, nos
B raços de algém

I luminando assim

O seu mundo

O amor romântico me alcançava ainda na infância. Pensando bem eu já gostava de ouvir e gravar músicas românticas tipo Roberto Carlos do rádio para fitas K7. Pensando bem, até no primário, lá pelos 6 ou 7 anos de idade, eu já tinha amores impossíveis…

Assim, meu primeiro poema autoral não tinha muito como ser diferente. Com 17 anos. Para Bianca, apaixonado. Lembro do medo de ligar do telefone fixo (não havia celular na época) para chamá-la para um cinema ou algo assim. Mas a cara de pau de dar o poema que ela inspirou eu tive…

Depois dos 18, minha mãe me deu “O livro das ignorãças” e descobri meu poeta preferido, Manoel de Barros. E minha poesia pode evoluir para outros temas.

Agora, quanto a qualidade deste poema, que sirva para iniciantes se estimularem… Hoje em dia acho tudo ruim, rima forçada desnecessária, erros de Português (se a Deusa é tratada como “tu”, deveria ser o poema todo com “tua” e não “sua”). Linguagem de inspiração simbolista forçada… Excesso de ajetivo, falta de conteúdo, falta de métrica já que foi usada rima… Incrivelmente ruim.