terça-feira, 16 de dezembro de 2008

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

FUNDAMENTAÇÃO POÉTICA 1: ANSIEDADE COMO BEM

A base de minha poesia é a pressa.

Escrevo antes que o poema passe
antes que eu me critique
me encontre
e morra.

Escrevo antes de qualquer revisão ou cuidado excessivo
com as novas regras gramaticais
sem pensar no FBI
ou na ABNT.

Antes de tudo
antes que o poema morra.

(Fabio Rocha)

CHOQUE (TERAPIA INÚTIL CONTRA A TIMIDEZ)

Para Machado de Assis

Os olhos de Capitu
quando encontram
no infinito segundo
meu olhar cansado
libertam (e matam) pombas seculares
(bombas nucleares)
abrigadas nas calçadas do plexo.

Entanto, as mãos não movem
as mãos não movem não
as mãos não movem
como sempre não moveram
resolutamente não movem
rumo ao que quero
e tudo passa
escapa
e vivo morto
morto vivo
agarrando minha raiva
a volantes de automóveis
e versinhos por fazer
eterna mente.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AMOR FATI 2 - A REVANCHE

Para Bob Dylan

A dor do dia no apartamento sozinho
me pesa as pernas.

A louça por lavar me olha entre panelas, suspiros e literalidade.

Uma baleia de aço
canta sofrida em algum ponto perto
asfalto.

Ar falta
na ansiedade concentrada
entre o peito e os braços abertos
ansiedade pulsante que se torna
tempestade crescente
Beethoven
e então
letra e palavra...

Palavra escrita
pela voz não dita
voz não dita no apartamento que me aperta o dia
agita antes de usar
aperta e pulsa e uso
relógio no pulso pulsando a vida passando em medidas exatas
entra as minhas asas fechadas e a nostalgia do que não faço
matemático.

Mas algo me mostra que
apesar de tudo e de nada
o momento é perfeito
o momento formado por todas essas partes do todo caótico
e a gaita de Bob Dylan
e a baleia indefinível em algum lugar por perto
algum lugar por certo que não se pode ver pela janela
(tiros ao longe, tiros dos jornais de amanhã)
a solidão da plenitude...

Nada poderia ser diferente no dia
na minha vida
no mundo
ou no universo
pelo bem desta canção.

(Fabio Rocha)

(Este poema interrompeu o belo, louco e longo filme "Não estou lá", sobre Bob Dylan, passando agora no Telecine Cult.)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SONHOS DE VOAR

Chove.

É tarde
ou talvez cedo:
a verdade
é o medo
da morte.

O que arde
no canto
das asas
abertas
atônitas
despreparadas
para a solidão do céu.

O fundo
do abismo
é o mundo.

Sonhar em voar
e cair
e morrer
a toda hora
morrer um segundo
morrer a criança
que sonha e não voa
é triste.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

CHRONUS

Ante a embriaguez do sono e do sonho
o trono do tempo
cheio de clareza e medida
treme.

Aceitar
carcaças na estrada
nas estradas várias
incontáveis
imprevisíveis.

Nada evitar
nada considerar menor
nada considerar ruim.

Tudo parte da vida.
Tudo é parte da vida!

Amar qualquer fato
ligado à ação!

Tudo humano, demasiado.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

CHOVE

Para Stella

Não sei se rio ou choro do meu cansaço
para qualquer coisa no espaço-tempo
na dúvida, recolho minhas profundidades, problemas, enfisemas
e resisto sendo
num abraço.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

O TODO

Por muitos sonhos
do mar fugi.

Ondas gigantes me perseguiam
tubarões quase alcançavam...

Até que deito na areia.
E sinto a onda vindo
e deixo a onda vir.

Será noite ou era dia?

Estrelas ao lado,
os olhos fechados,
a onda chegando...

Paz.

Imóvel
coberto
tomado
pela imensidão
da eternidade azul.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

TELA

Num céu de lua
(ou sem lua, que nem abri a janela)
uma felicidade nua.

(Fabio Rocha)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

MELANCOLIA

um poema nasce
de volta às estrelas

canção do Coldplay

folha de amendoeira
deslizando lenta
no ar suave

saudade indefinida

voz feminina

mar infinito

(Fabio Rocha)

domingo, 19 de outubro de 2008

ALÉM DO CINZA

Resisto e crio.

Escolho palavras arbitrariamente
sem motivo claro
que a noite é negra.

Sim, é verdade
isso não dá dinheiro
não acalma como Deus.
(E não tenho Bacharelado em poesia, inclusive, senhor Juiz de cartão amarelo.)

Poesia enloucresce, inclusive...
Assusta amigos mudos, pássaros de chão
e traz a tona mares inexistentes mas tão enormes...

Mas não me pergunte sobre ganhos e perdas de tempo, fama ou dinheiro.
Não me pergunte sobre contas e números e planos!
Engenharia só encontrou a poesia raramente em João Cabral...

A noite é negra.
Assim sendo,
o que mais poderia eu fazer?

(Fabio Rocha)

OBS: Participando do projeto "À Luz da Leitura", recebi esta maravilha de interpretação do próprio Paulo, do poema.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

PRAIA E MAR

O mar é grande.

Sereno diurno nos pinheiros,
soslaio de curvas salgadas,
um sentir quase afogado,
um querer que nem respira.

O mar é grande, enorme...

Maior ainda que o tempo.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DESEJO ORGÂNICO

na minha fazenda futura
terei área de preservação ambiental
bromélias claras e escuras
e um pé de manga no fim do quintal

na minha fazenda futura
cachorro e árvore
mulher e sol

(Fabio Rocha)

DEPOIS DURMO

Antes que o sono vença
palavras raras sobem pela mesa
comem entre idéias
querem que enloucresça

Somem entre fatos
procuram hiatos
dentre papéis, obrigações e atos
da ordem da extrema literalidade
para me perderem

Mas antes que eu desapareça
é preciso achá-las
e é preciso achá-las
antes que o sono vença

(Fabio Rocha)

SINTOMÁTICO

na minha azia
uma poesia
anseia

(Fabio Rocha)

QUEM ESCREVE É A CRIANÇA

Na casa antiga do meu sono sonho
subi o muro do quintal com musgo
com muito esforço deito o muro alto
e me levanto ante o céu de chumbo

Poder de falo que o gigante dorme
e qualquer talo de abacate é fundo

Só mais um salto e conquisto o verso
só mais um sonho e desperto o mundo

(Fabio Rocha)

sábado, 11 de outubro de 2008

POEMA DE DIA DA CRIANÇA

quero um poema doce como a criança que serei

um gostoso morno conforto de semiluz aconchegante

um divã imaginário de palavras macio-rosinhas, macio-risonhas

para não ser áspero com(o) mundo sem rimas

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PARLA

astronaves sicilianas
cutucam o céu de macarrão

(pizza sim
pizza não)

(Fabio Rocha)

sábado, 27 de setembro de 2008

VALEU, ZUMBI

Enquanto todo o grande mundo
dorme mal
come mal
toma remédios
e faz compras demais
(por não conhecer seu desejo)
a vida
(a mesma vida sempre outra)
é cada vez menos viva.

Falta tempo falta tempo falta tempo faltatem

Artifício-all
arte: ofício
ao
excelentíssimo senhor político com seu sorriso falso
que entope os ralos das cidades alagadas
no intuito único de entupir os bolsos se eleito.

Se eleito vereador...
se eleito presidente...
se eleito dor...
se eleito dente...

Artifício-all!

Vida igual a criar-te:
Rara substância
rara parte
destes teres humanos.

(Fabio Rocha)

sábado, 20 de setembro de 2008

DA CRIATIVIDADE

Os cantos
de quinze minutos
das baleias jubarte
cruzam milhares de quilômetros
de águas frias
há milhões de anos...

E o ser humano desperdiçando vidas inteiras
(de apenas 100 anos)
sem criar nada
destruindo o mundo
nessa literalidade
seca.

(Fabio Rocha)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

DESEMPREGO

Conscientemente
abro mão do ter
pelo tempo
e ser
e ser.

Mesmo que não seja nada
uma hora
contemplando
uma árvore
imaginária.

Mesmo que não seja nada
rever aquele belo filme
por duas horas.

Mesmo que não seja nada
gastar três horas
fazendo absolutamente nada
e descansar por oito horas.

Mesmo que não seja nada
escrever sem prazo
comer sem prazo
foder sem prazo...

Mesmo que não sejamos nada...

Todo o meu tempo é meu agora.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

UERJ - REITORIA OCUPADA

se o mundo
não muda nada por bem
vamos na porrada

(Fabio Rocha)



Após anos e anos de péssimos governos no Rio de Janeiro (Garotinho, Rosinha e agora o vai Serginho), o estado da UERJ é o seguinte: professores, funcionários e alunos (bolsistas) sem reajuste salarial há quase 10 anos, salas sem portas, ventiladores de teto caindo, caixas servindo de lixeiras pelos corredores, banheiros sem condições de uso, elevadores que não se pode chamar apertando botões, mas apenas gritando (o que tende a atrapalhar bastante as aulas nas salas sem portas) etc. etc.

E pela primeira vez estou com esperança de que vamos conseguir algo mais do que a greve (que nunca deu em nada), graças à adesão dos estudantes, que acabam de invadir a reitoria. Tenho amigos que até estão dormindo lá. Fica aqui meu apoio...

(Fabio Rocha)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

UM ENCONTRO

um poema bom
te toca
e te faz tocar
instrumentos de silêncio
na mais barulhenta realidade

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

IN_VENTO

Ser
como a sala 9053-F da UERJ
sem duras portas que perdurem fechadas:
o vento vem
leve
o vento vem
alegre
e o vento vence.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

MUT-AÇÃO ou O LADO BOM DA FILOSOFIA

Enquanto nos protegemos com definições e conhecimentos
limitações e pensamentos corretos e verdadeiros
a mudança vence e fica (e muda).

O mundo quer que você pareça feliz e com sucesso
que pague em dia seus impostos e juros bancários
(e vá ao zoológico aos domingos com a família dar pipoca aos macacos)
enquanto te molda como barro:
povo é público-alvo
cidadão é consumidor
eleitor vota no melhor marketing
e o nome-próprio que te define aparece nos telejornais logo acima de sua profissão
(apenas um pouco maior).

- O que eu procuro são seres humanos!

Quero voltar meus olhos
(coração desperto)
apenas para onde nada será como era antes.

Vencer o medo
é vencer o mesmo.

(Fabio Rocha)

(inspirado de novo na aula do professor Ivair Coelho Lisboa Itagiba)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

domingo, 17 de agosto de 2008

ALEGRIA: ENCONTRO

Hoje quando vi
tinha me reinventado
alegre.

Um milagre inconsciente
imprevisível
incalculável.

Estar entre outros
não tão diferentes
não tão inimigos
não tão distantes...

(Nona sinfonia
encontrando
Beethoven jovem
surdo da razão.)

E
quando vi
estava ali
o arcabouço da alegria
fundamentado no despreparo
apoiado no sorriso não planejado
do grande outro.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

OUVINDO MANOEL

Faz-me falta uma fazenda.

Um terra qualquer onde não semear
de modo que não brotem metas
de grãos científicos foneticamente controlados.

Um lugar tranqüilo
de juntar amigos e amores
ouvir riachos
e colher palavras.

Faz-me falta amigo
(verdade seja dita).

Mas, antes de tudo
faz-me falta a falta...

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Boas Notícias - Meu poema do Brasil ao Japão XD

A Editora Opet de Curitiba, que produz material didático para o ensino básico destinado às escolas conveniadas no Brasil e no Japão e, também, para o ensino à distância, recentemente aprovado pelo MEC, me pediu para reproduzir meu poema AUTO-RETRATO em seu material (Produção de Texto, 7ª série, 73/74, 2.º bimestre), pagando os direitos autorais, tudo de forma simpática e correta. Aí está a página 5 do livro que acabo de receber pelos correios:



Adoro a idéia de meu poeminha sendo lido por jovens estudantes aqui e no Japão. :)

OBS: Outras paisagens por onde já passaram meus versos aqui.

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

DESISTÊNCIA

Não quero mais ver nada
quero o silêncio das coisas desligadas
e chorar com a tristeza
de filmes que parecem tristes
quando estou triste.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

LAMÚRIA

Se um cientista contente me disser
que o continente da Lemuria
definitivamente nunca existiu
perguntarei vingativo
quando houve algo definitivo
no que chamam de Ciência.

(Fabio Rocha)

sábado, 19 de julho de 2008

CIDADE VERMELHA

Após o sexo
exaustão
comunhão
olhos fechados...

Algo em mim sobrevoa devagar
uma cidade vermelha.

Melancolia de outras vidas.

Paz.

Caminhão passando longe
na rua longe longe...
(Só pra lembrar que há o mundo
lá fora.)

(Fabio Rocha)

CARAPEBA PRAIA HOTEL

A melancolia: o Carapeba...

Cheiro de mar? De pedra molhada?
O sorriso dela. O sorriso dela e mais nada.
Tudo o que não foi nem será...

Nunca soube, nem sei
mas sinto ainda
exatamente como na noite de então:
um não ser tão profundo
que quase chega a ser
bom.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

SHIRYU


A melhor defesa
é o peito aberto...

A melhor defesa
é o melhor ataque.

(Fabio Rocha)

terça-feira, 1 de julho de 2008

segunda-feira, 30 de junho de 2008

QUE VAI SER QUANDO CRESCER?

As paredes
deste quarto
me gritam
o futuro.

A TV
me preocupa
com o futuro.

Plano de saúde,
carreira,
meta,
medo.

- Onde você vai estar daqui a 5 anos?
- No futuro.

A libertação de um céu cristão para os pobres de espírito que não usam preservativos
não liberta
do futuro.

E o futuro
mata
o presente
na linha tênue do instante.

(Fabio Rocha)

domingo, 22 de junho de 2008

NINAR

noite noite
que me afaga o sono
apaga o cerne
do senhor medonho
antes que se durma
pra sempre
a criança

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

SONS DA MONTANHA

O zumbido
do silêncio
penetra
o ouvido
da cidade...

A verdade é o frio
do ar
do alto
que inventa
venta
purifica de vazio
qualquer excesso...

(Pinheiros acenam.)

A lareira crepita
sons de chuva
na floresta
antiga.

(Pinheiros acenam.)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

TER SOL

Está cedo
tenho sol no olho
mas cedo:
só sinto dor em casa.

Lá fora, há aqueles outros
de que fujo comigo (e de mim)
mas sem eles
todos
muitas vezes
o sol que tenho no olho doido
dói mais doído.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

DA IMPORTÂNCIA DAS METAS IMPOSSÍVEIS

vaso de folha antiga
quebrado inteiro

folha de palmeira
quase asa

vento ligeiro
pássaro a passar

regurgito sabiás do passado
e rememoro a meta infantil:

voar

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

TINTA E UM: RITMO DE FESTA

sinta o tanto que você sente
minta a idade
tinta e lá vai fumaça
sinto muito
cinto de castidade
tanto para fazer e tão pouco tempo
tento então um poema chato
tinto vinho que não beberei do cálice
tim-tim

(saúde
se alguém espirrar)

e cada casa é um caso
mas devagar

se chega


tarde

(Fabio Rocha)

terça-feira, 27 de maio de 2008

CASA DA VÓ

Pedrinho se fascinou do ser f-o-r-m-i-g-a.

Olho de lupa,
cientista quando crescer...
Amava-as no vidro com açúcar.

Aí, de repente, amanhã
veio titia católica
e lhe mostrou a culpa cristã.

Pedrinho chorou lágrimas de dó
e abriu o vidro
de geléia de mocotó.

(.....................................)

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

TORRE DA TÉCNICA OU BABEL EM PAPEL

prosa não tem nexo
Poesia é o internexo
entre a dor do preso e o prazer do sexo

Disto isto, nobres senhores Doutores,
a quem interessar possa, nesta data
quero deixar aqui bem claro
que a poesia oficial atual mundial
é chata
mas seus prefácios mais ainda.

Por não falar nisso...

Segurança é racional
no entanto o animal
disto se sufoca mais e
mal
do pânico
(metodicamente comprovado)
(metodicamente comportado)

Para não perder a rima,
o jornal
é superficial
(boa noite)

E a certeza da noite
certa para todos
continua presa
na garganta
profunda
(mesmo para os que moram na superfície)

Assim sendo,
o desejo globalizado
troca o auto-conhecimento
pelo sucesso de um carro importado
(nunca suficiente)

Acho que sonho
mas não acho tempo
para achar o que sonhei

(Fabio Rocha)

sábado, 17 de maio de 2008

EXTRA EXTRA!

Atentado na Araucária Argentina
mata mais de uma pessoa.

Homem-bomba aterroriza cidade sueca
ao lutar contra Homem-pássaro
sem cuidado com a rima.

Terremoto na Antuérpia
deixa soterrados mais de um trilhão
de toupeiras.

Menino preso
na geladeira
come o próprio
pé.

E nos esportes...

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

PARA IVAIR

Filosofia é poesia
vida
e não classificologia antiga
de conceitos mortos.

Nas ilhas gregas
morreram
todas as verdades.

Pálpebras de pedra
fecham a noite
e abrem sorrisos.

O que quer o poeta?

A fogueira crepitante
da anomalia
queima
o ismo estabelecido.

Fogo chama Heráclito.

O que quer o filósofo?

- Ir além!

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

UMA HOMENAGEM AO ARTUR DA TÁVOLA

ele apenas uniu
política e música
através da beleza

(Fabio Rocha)

Partiu mais uma dessas pessoas que vai fazer falta ao nosso mundo: Artur da Távola. Mesmo com a saúde abalada, continuou do alto de seus aos 72 anos, gravando aquele programa maravilhoso, "Quem Tem Medo da Música Clássica", que ensinou novos níveis de percepção da música a muita gente e, particularmente, me foi uma deliciosa companhia durante anos nas manhãs de sábado e domingo. Continuou também escrevendo, e enviando suas crônicas semanais por e-mail, sucintas e precisas (aliás, ele nunca deixou de me responder um e-mail sequer...). Na última, de ontem (8/5/2008), ele conclui assim: "Amor não clama nem reclama: amor dá." E foi isso que Artur fez, até o último dia, dividindo sua cultura, ensinando, criando, inspirando... Continuou e continuará sempre a ser um exemplo a admirar e a ser seguido.

Site do Artur: www.arturdatavola.com

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

PHYSIS

A asa da borboleta amarela
me dói ao cair
no entanto verdes lagartas
escalam o prédio antigo
cinza
e preenchem vidros quebrados
com crisálidas de tábua.

Crianças atiram pedras
no prédio impassível de meu rosto
e caem ao chão sementes
germinando futuros.

(Fabio Rocha)

PRALARVAS agora com imagem

Olhem que maravilha de presente:



Imagem e montagem de LUIZ FABIO ANTONIOLI, que me enviou por email, com os dizeres: "A imagem de "Pralavras" é de uma janela num beco, com jeitão de futuro-do-pretérito. Bairro de Pinheiros, aqui em São Paulo."

terça-feira, 15 de abril de 2008

PERIGO: FILOSOFIA SEM VIDA

Não leio um poema
sou o poema

Não vejo um filme
sou o personagem

Não leio um filósofo
penso como ele

Caso contrário não me interessa

Tenho pressa

E me vejo agora triste
diante desse Nietzsche
metódico-dogmático-difícil
e inútil para a vida prática
que nasce em aulas tão convincentes

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

ECO-ENGANO

quando os filhos de nossos políticos
atropelados
forem atendidos em hospitais públicos
por irem ao colégio público de bicicleta
a fim de salvar a natureza
teremos uma chance

(Fabio Rocha)

COMO ESTIMULAR O TRANSPORTE COLETIVO CONSIDERANDO-SE AS OBSERVAÇÕES ABAIXO?

- Custo para ir de Higienopólis para o Maracanã cinco vezes por semana de carro a gás 1.0, com ar condicionado, ouvindo CDs, em 25 minutos, em dias de trânsito pior: menos de R$ 20,00;

- Custo para ir de Higienopólis para o Maracanã cinco vezes por semana de metrô, suando na linha 2 hiperlotada (poucos trens aumentam o lucro deles) e quente, suando na correria humana como um gado, da troca de linha na estação de Estácio, e suando na linha 1 hiperlotada e não tão quente, obviamente o tempo todo em pé e espremido e com dificuldade respiratória e com tendência a síndrome do pânico, ouvindo os gritos das grávidas quase parindo por falta de espaço, em 40 minutos: mais de R$ 25,00.

OBSERVAÇÃO RELEVANTE: O metrô do Rio de Janeiro é o mais caro do Brasil (R$ 2,60) e acaba de ter aumento.

Aproveitando o tópico reclamativo-denunciativo sobre o Rio de Janeiro, falemos sobre a dengue: há anos não vejo passar mais um carro anti-mosquito - fumacet, fummassê, fumacet - (a não ser nos condomínios que pagam) e não batem mais aqui em casa os caras que colocavam o pozinho anti-larvas nos vasos e ralos e ainda anotavam num papelzinho grudado na porta sobre as visitas. Mas nosso governo deve estar usando algo mágico agora para prevenir a dengue. Estou tranquilo para 2009.

E a UERJ? Como não falar da UERJ com bolsas para alunos (R$ 190,00) e salários de professores e funcionários sem aumento há mais de 8 anos? Não se faz mais greve lá esse ano simplesmente porque há 8 anos se faz greve e nada adianta, só prejudicando o próprio ensino, mas continua o mesmo absurdo.

(Fabio Rocha)

DE COMO A PROPAGANDA PODE ACABAR COM O SEU DESEJO VERDADEIRO

Mostrando
o que
desejar.

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

REINVENTANDO QUINTANA - UM POEMA ERUPTIVO

em cada ponta de ilha imaginária
um vulcão

sobrevejo pássaros brancos de fumaça
e sinto que os passos passam
mas o vôo não

os passos nas pedras pesam
o coração dos muitos
seguidores de metas e futuros

mas lava quente
é rocha
no mar frio

ebulição
beijo de opostos
que liberta acima o fugaz
para ser pisada e lilás
triste, morna e fixa demais
só até a próxima explosão

(Fabio Rocha)

terça-feira, 8 de abril de 2008

DENGUE

sono interrompido
pinga mas não chove
dia noite cinza
oceano longe
rio submerso
todo apartamento
silenciosa tarde
matando resquícios
de deus e mosquitos

(Fabio Rocha)

sábado, 29 de março de 2008

POEMATIZANDO

Sim, talvez realmente seja uma idéia original minha, toda minha, comentar que a separação que Nietzsche percebe entre o Sagrado Deus e o nosso mundo vil e real se reflita nas profissões: o Dr. Médico de letra difícil e o paciente analfabeto, o Dr. Filósofo incompreensível e o leitor do Mundo de Sofia, o Dr. Advogado com o Dom da Palavra e o pobre cliente leigo...


(Fabio Rocha)

quinta-feira, 13 de março de 2008

AO AMIGO CORTADO

que lhe brote muito verde
lhe visite muito novo
e a lembrança da seiva
não seja
desta última faca
enferrujada de velhice
mas apenas
das épocas
de bons frutos

(Fabio Rocha)

sábado, 1 de março de 2008

INSÔNIA

névoa do mar
no poste
vermelhando o ar

som de rugidos:
ondas ao longe

vencidos em algum lugar partido

luzes tristes
iluminam desse lado do absurdo
noites antigas
de dragões em vultos

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

MULETAS HIERÁRQUICAS

Derrubar prazerosamente falsos postos
colocados por nós
em sua altura solene
(longe demais).

Postes de apoio eterno
num caminho sempre torto sempre sem luz
sempre se desculpando pela falta...

O meu orgulho sorri
com o machado na mão.

(Fabio Rocha)

domingo, 24 de fevereiro de 2008

NASCER

sincronicidades
e dor e raiva
prenunciam o novo

(que não nasce sem o ovo
quebrado)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

USA

os USA
usam
o mundo

Sicko, de Michael Moore e sobre a necessidade urgente de Filosofia no mundo

Estava vendo o mais novo documentário de Michael Moore, "Sicko" (de 2007), baixado na internet em poucos minutos, e resolvi escrever algo aqui sobre ele. Recomendo, antes de tudo, qualquer filme do Michael Moore, até os que não vi... "Tiros em Columbine", particularmente sobre o tema do medo, achei genial. Mas o Sicko, é um choque já desde o início: um estadunidense de classe média acidentado costurando o horrível rasgo no próprio joelho na poltrona de sua casa para não ter que pagar um absurdo por tratamento médico.



Impressionante como nos habituamos a tudo, espectadores passivos do mundo, não nos revoltamos mais com nada, não achamos que podemos mudar nada, e, para ir mais fundo, penso que nos sentimos cada vez menos PARTE desse todo. No próprio filme, pessoas que trabalham no sistema doente dos planos de saúde dos EUA choram ao falar do emprego mas não largam os mesmos. Será que o nosso sistema atual não nos dá opção de sobreviver em uma atividade que pareça BOA se olharmos para ela de uma perspectiva filosófica? Mesmo que a renda caia, será que a felicidade de alguém só pode ser medida pelas cifras em sua conta bancária?

Caso pessoal: Eu mesmo, formado em administração de empresas, não sosseguei até mudar de área, mesmo vivendo com muito menos dinheiro... Mas sou muito mais satisfeito agora estudando Filosofia e "trabalhando" na criação de textos pro blog (ah, e poesia...), manutenção do meu site e webdesign para escritores. Isso porque, filosoficamente, me diga para que serve qualquer empresa? Qual o seu fim último? (Sem, claro, cair nas armadilhas de seus lemas internos que nunca correspondem à realidade). LUCRO, certo? Para quem? Para os seus donos ou sócios. Agora, sócios ou donos de empresas são pobres? Penso que não... Talvez haja exceções, (comentem suas idéias") mas eu tenho a ligeira impressão de que trabalhando para qualquer empresa você está simplesmente ajudando a CONCENTRAR AINDA MAIS RENDA. Ricos mais ricos e pobres mais pobres... Simples assim. Em troca disso, você recebe seu salário (de valor já calculado para não atrapalhar nos lucros, obviamente).

OK, talvez seja um ligeiro exagero... Mas e quando você trabalha ENGANANDO gente? Vendendo coisas que não precisam comprar? Vendendo cartões de crédito para se endividarem? Vendendo idéias para fazer pessoas comprar? Você já teve um olhar mais aprofundado sobre o que você anda, EFETIVAMENTE, fazendo no mundo de segunda a sexta, oito horas por dia?

Pior ainda: e quando a sua empresa MATA GENTE DIRETAMENTE para aumentar os lucros? É o caso das empresas que vendem os planos de saúde nos USA, desde que o governo deu a brecha para elas se instalarem (neoliberalistas de plantão, não percam esse filme). Moore, como sempre, nos choca e faz pensar.

(Outro post relacionado)

(Fabio Rocha)

P.S.: Enquanto a saúde dos estadunidenses se tornou esse lixo, alguns velhos hábitos históricos de seus governantes se mantiveram:

INVASÕES ESTADUNIDENSES PELO MUNDO
Por Alberto da Silva Jones (*), 08.03.2007

1846 - 1848 - MÉXICO - Por causa da anexação, pelos EUA, da República do Texas.

1890 - ARGENTINA - Tropas americanas desembarcam em Buenos Aires para defender interesses econômicos americanos.

1891 - CHILE - Fuzileiros Navais esmagam forças rebeldes nacionalistas.

1891 - HAITI - Tropas americanas debelam a revolta de operários negros na ilha de Navassa, reclamada pelos EUA.

1893 - HAWAI - Marinha enviada para suprimir o reinado independente anexar o Hawaí aos EUA.

1894 - NICARÁGUA - Tropas ocupam Bluefields, cidade do mar do Caribe, durante um mês.

1894 - 1895 - CHINA - Marinha, Exército e Fuzileiros desembarcam no país durante a guerra sino-japonesa.

1894 - 1896 - CORÉIA - Tropas permanecem em Seul durante a guerra.

1895 - PANAMÁ - Tropas desembarcam no porto de Corinto, província Colombiana.

1898 - 1900 - CHINA - Tropas dos Estados Unidos ocupam a China durante a Rebelião Boxer.

1898 - 1910 - FILIPINAS - As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA (Massacres realizados por tropas americanas em Balangica, Samar, Filipinas - 27/09/1901 - e Bud Bagsak, Sulu, Filipinas - 11/15/1913) - 600.000 filipinos mortos.

1898 - 1902 - CUBA - Tropas sitiaram Cuba durante a guerra hispano-americana.

1898 - Presente - PORTO RICO - Tropas sitiaram Porto Rico na guerra hispano-americana, hoje 'Estado Livre Associado' dos Estados Unidos.

1898 - ILHA DE GUAM - Marinha americana desembarca na ilha e a mantêm como base naval até hoje.

1898 - ESPANHA - Guerra Hispano-Americana - Desencadeada pela misteriosa explosão do encouraçado Maine, em 15 de fevereiro, na Baía de Havana. Esta guerra marca o surgimento dos EUA como potência capitalista e militar mundial.

1898 - NICARÁGUA - Fuzileiros Navais invadem o porto de San Juan del Sur.

1899 - ILHA DE SAMOA - Tropas desembarcam e invadem a Ilha em conseqüência de conflito pela sucessão do trono de Samoa.

1899 - NICARÁGUA - Tropas desembarcam no porto de Bluefields e invadem a Nicarágua (2ª vez).

1901 - 1914 - PANAMÁ - Marinha apóia a revolução quando o Panamá reclamou independência da Colômbia; tropas americanas ocupam o canal em 1901, quando teve início sua construção.

1903 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam em Honduras e intervêm na revolução do povo hondurenho.

1903 - 1904 - REPÚBLICA DOMINICANA - Tropas norte americanas atacaram e invadiram o território dominicano para proteger interesses do capital americano durante a revolução.

1904 - 1905 - CORÉIA - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desembarcaram no território coreano durante a guerra russo-japonesa.

1906 - 1909 - CUBA -Tropas dos Estados Unidos invadem Cuba e lutam contra o povo cubano durante período de eleições.

1907 - NICARÁGUA - Tropas americanas invadem e impõem a criação de um protetorado, sobre o território livre da Nicarágua.

1907 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam e ocupam Honduras durante a guerra de Honduras com a Nicarágua.

1908 - PANAMÁ - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos invadem o Panamá durante período de eleições.

1910 - NICARÁGUA - Fuzileiros navais norte americanos desembarcam e invadem pela 3ª vez Bluefields e Corinto, na Nicarágua.

1911 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para proteger interesses americanos durante a guerra civil, invadem Honduras.

1911 - 1941 - CHINA - Forças do exército e marinha dos Estados Unidos invadem mais uma vez a China durante período de lutas internas repetidas.

1912 - CUBA - Tropas americanas invadem Cuba com a desculpa de proteger interesses americanos em Havana.

1912 - PANAMÁ - Fuzileiros navais americanos invadem novamente o Panamá e ocupam o país durante eleições presidenciais.

1912 - HONDURAS - Tropas norte americanas mais uma vez invadem Honduras para proteger interesses do capital americano.

1912 - 1933 - NICARÁGUA - Tropas dos Estados Unidos com a desculpa de combater guerrilheiros invadem e ocupam o país durante 20 anos.

1913 - MÉXICO - Fuzileiros da Marinha americana invadem o México com a desculpa de evacuar cidadãos americanos durante a revolução.

1913 - MÉXICO - Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.

1914 - 1918 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - Os EUA entram no conflito em 6 de abril de 1917 declarando guerra à Alemanha. As perdas americanas chegaram a 114 mil homens.

1914 - REPÚBLICA DOMINICANA - Fuzileiros navais da Marinha dos Estados invadem o solo dominicano e interferem na revolução do povo dominicano em Santo Domingo.

1914 - 1918 - MÉXICO - Marinha e exército dos Estados Unidos invadem o território mexicano e interferem na luta contra nacionalistas.

1915 - 1934 - HAITI- Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país numa colônia americana, permanecendo lá durante 19 anos.

1916 - 1924 - REPÚBLICA DOMINICANA - Os EUA invadem e estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro, ocupando o país durante 8 anos.

1917 - 1933 - CUBA - Tropas americanas desembarcam em Cuba, e transformam o país num protetorado econômico americano, permanecendo essa ocupação por 16 anos.

1918 - 1922 - RÚSSIA - Marinha e tropas americana enviadas para combater a revolução Bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles.

1919 - HONDURAS - Fuzileiros norte americanos desembarcam e invadem mais uma vez o país durante eleições, colocando no poder um governo a seu serviço.

1918 - IUGOSLÁVIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Iugoslávia e intervêm ao lado da Itália contra os sérvios na Dalmácia.

1920 - GUATEMALA - Tropas americanas invadem e ocupam o país durante greve operária do povo da Guatemala.

1922 - TURQUIA - Tropas norte americanas invadem e combatem nacionalistas turcos em Smirna.

1922 - 1927 - CHINA - Marinha e Exército americanos mais uma vez invadem a China durante revolta nacionalista.

1924 - 1925 - HONDURAS - Tropas dos Estados Unidos desembarcam e invadem Honduras duas vezes durante eleição nacional.

1925 - PANAMÁ - Tropas americanas invadem o Panamá para debelar greve geral dos trabalhadores panamenhos.

1927 - 1934 - CHINA - Mil fuzileiros americanos desembarcam na China durante a guerra civil local e permanecem durante 7 anos, ocupando o território chinês.

1932 - EL SALVADOR - Navios de Guerra dos Estados Unidos são deslocados durante a revolução das Forças do Movimento de Libertação Nacional - FMLN - comandadas por Marti.

1939 - 1945 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Os EUA declaram guerra ao Japão em 8 de dezembro de 1941 e depois a Alemanha e Itália, invadindo o Norte da África, a Ásia e a Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre as cidades desmilitarizadas de Iroschima e Nagasaki.

1946 - IRÃ - Marinha americana ameaça usar artefatos nucleares contra tropas soviéticas caso as mesmas não abandonem a fronteira norte do Irã.

1946 - IUGOSLÁVIA - Presença da marinha americana ameaçando invadir a zona costeira da Iugoslávia em resposta a um avião espião dos Estados Unidos abatido pelos soviéticos.

1947 - 1949 - GRÉCIA - Operação de invasão de Comandos dos EUA garantem vitória da extrema direita nas "eleições" do povo grego.

1947 - VENEZUELA - Em um acordo feito com militares locais, os EUA invadem e derrubam o presidente eleito Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo exportado, colocando um ditador no poder.

1948 - 1949 - CHINA - Fuzileiros americanos invadem pela ultima vez o território chinês para evacuar cidadãos americanos antes da vitória comunista.

1950 - PORTO RICO - Comandos militares dos Estados Unidos ajudam a esmagar a revolução pela independência de Porto Rico, em Ponce.

1951 - 1953 - CORÉIA - Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais protagonistas da invasão usando como pano de fundo a recém criada Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-americano no sul. Os EUA perderam 33 mil homens e mantém até hoje base militar e aero-naval na Coréia do Sul.

1954 - GUATEMALA - Comandos americanos, sob controle da CIA, derrubam o presidente Arbenz, democraticamente eleito, e impõem uma ditadura militar no país. Jacobo Arbenz havia nacionalizado a empresa United Fruit e impulsionado a Reforma Agrária.

1956 - EGITO - O presidente Nasser nacionaliza o canal de Suez. Tropas americanas se envolvem durante os combates no Canal de Suez sustentados pela Sexta Frota dos EUA. As forças egípcias obrigam a coalizão franco-israelense-britânica, a retirar-se do canal.

1958 - LÍBANO - Forças da Marinha americana invadem apóiam o exército de ocupação do Líbano durante sua guerra civil.

1958 - PANAMÁ - Tropas dos Estados Unidos invadem e combatem manifestantes nacionalistas panamenhos.

1961 - 1975 - VIETNÃ. Aliados aos sul-vietnamitas, o governo americano invade o Vietnã e tenta impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Os Estados Unidos deixam de ser simples consultores do exército do Vietnã do Sul e entram num conflito traumático, que afetaria toda a política militar dali para frente. A morte de quase 60 mil jovens americanos e a humilhação imposta pela derrota do Sul em 1975, dois anos depois da retirada dos Estados Unidos, moldaram a estratégia futura de evitar guerras que impusessem um custo muito alto de vidas americanas e nas quais houvesse inimigos difíceis de derrotar de forma convencional, como os vietcongues e suas táticas de guerrilhas.

1962 - LAOS - Militares americanos invadem e ocupam o Laos durante guerra civil contra guerrilhas do Pathet Lao.

1964 - PANAMÁ - Militares americanos invadiram mais uma vez o Panamá e mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam trocar, na zona do canal, a bandeira americana pela bandeira e seu país.

1965 - 1966 - REPÚBLICA DOMINICANA - Trinta mil fuzileiros e pára-quedistas norte americanos desembarcaram na capital do país São Domingo para impedir a nacionalistas panamenhos de chegarem ao poder. A CIA conduz Joaquín Balaguer à presidência, consumando um golpe de estado que depôs o presidente eleito Juan Bosch. O país já fora ocupado pelos americanos de 1916 a 1924.

1966 - 1967 - GUATEMALA - Boinas Verdes e marines americanos invadem o país para combater movimento revolucionário contrario aos interesses econômicos do capital americano.

1969 - 1975 - CAMBOJA - Militares americanos enviados depois que a Guerra do Vietnã invadem e ocupam o Camboja.

1971 - 1975 - LAOS - EUA dirigem a invasão sul-vietnaita bombardeando o território do vizinho Laos, justificando que o país apoiava o povo vietnamita em sua luta contra a invasão americana.

1975 - CAMBOJA - 28 marines americanos são mortos na tentativa de resgatar a tripulação do petroleiro estadunidense Mayaquez.

1980 - IRÃ - Na inauguração do estado islâmico formado pelo Aiatolá Khomeini, estudantes que haviam participado da Revolução Islâmica do Irã ocuparam a embaixada americana em Teerã e fizeram 60 reféns. O governo americano preparou uma operação militar surpresa para executar o resgate, frustrada por tempestades de areia e falhas em equipamentos. Em meio à frustrada operação, oito militares americanos morreram no choque entre um helicóptero e um avião. Os reféns só seriam libertados um ano depois do seqüestro, o que enfraqueceu o então presidente Jimmy Carter e elegeu Ronald Reagan, que conseguiu aprovar o maior orçamento militar em época de paz até então.

1982 - 1984 - LÍBANO - Os Estados Unidos invadiram o Líbano e se envolveram nos conflitos do Líbano logo após a invasão do país por Israel - e acabaram envolvidos na guerra civil que dividiu o país. Em 1980, os americanos supervisionaram a retirada da Organização pela Libertação da Palestina de Beirute. Na segunda intervenção, 1.800 soldados integraram uma força conjunta de vários países, que deveriam restaurar a ordem após o massacre de refugiados palestinos por libaneses aliados a Israel. O custo para os americanos foi a morte 241 fuzileiros navais, quando os libaneses explodiram um carro bomba perto de um quartel das forças americanas.

1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA - Após um bloqueio econômico de 4 anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar proteção a 600 estudantes americanos que estavam no país, as tropas eliminaram a influência de Cuba e da União Soviética sobre a política da ilha.

1983 - 1989 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para construir bases em regiões próximas à fronteira, invadem o Honduras.

1986 - BOLÍVIA - Exército americano invade o território boliviano na justificativa de auxiliar tropas bolivianas em incursões nas áreas de cocaína.

1989 - ILHAS VIRGENS - Tropas americanas desembarcam e invadem as ilhas durante revolta do povo do país contra o governo pró-americano.

1989 - PANAMÁ - Batizada de Operação Causa Justa, a intervenção americana no Panamá foi provavelmente a maior batida policial de todos os tempos: 27 mil soldados ocuparam a ilha para prender o presidente panamenho, Manuel Noriega, antigo ditador aliado do governo americano. Os Estados Unidos justificaram a operação como sendo fundamental para proteger o Canal do Panamá, defender 35 mil americanos que viviam no país, promover a democracia e interromper o tráfico de drogas, que teria em Noriega seu líder na América Central. O ex-presidente cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.

1990 - LIBÉRIA - Tropas americanas invadem a Libéria justificando a evacuação estrangeiros durante guerra civil.

1990 - 1991 - IRAQUE - Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, os Estados Unidos com o apoio de seus aliados da Otan, decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuwait. Para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, o então presidente George Bush destacou mais de 500 mil soldados americanos para a Guerra do Golfo. 1990 - 1991 - ARÁBIA SAUDITA - Tropas americanas destacadas para ocupar a Arábia Saudita que era base militar na guerra contra Iraque.

1992 - 1994 - SOMÁLIA - Tropas americanas, num total de 25 mil soldados, invadem a Somália como parte de uma missão da ONU para distribuir mantimentos para a população esfomeada. Em dezembro, forças militares norte-americanas (comando Delta e Rangers) chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib. Sofrem uma fragorosa derrota militar nas ruas da capital do país.

1993 - IRAQUE -No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait.

1994 - 1999 - HAITI - Enviadas pelo presidente Bill Clinton, tropas americanas ocuparam o Haiti na justificativa de devolver o poder ao presidente eleito Jean-Betrand Aristide, derrubado por um golpe mas o que a operação visava era evitar que o conflito interno provocasse uma onda de refugiados haitianos nos Estados Unidos.

1996 - 1997 - ZAIRE (EX REPÚBLICA DO CONGO) - Fuzileiros Navais americanos são enviados para invadir a área dos campos de refugiados Hutus onde a revolução congolesa se iniciou. Marines evacuam civis.

1997 - LIBÉRIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Libéria justificando a necessidade de evacuar estrangeiros durante guerra civil sob fogo dos rebeldes.

1997 - ALBÂNIA - Tropas americanas invadem a Albânia para evacuar estrangeiros.

2000 - COLÔMBIA - Marines e "assessores especiais" dos EUA iniciam o Plano Colômbia, que inclui o bombardeamento da floresta com um fungo transgênico fusarium axyporum (o "gás verde").

2001 - AFEGANISTÃO - Os EUA bombardeiam várias cidades afegãs, em resposta ao ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Invadem depois o Afeganistão onde estão até hoje.

2003 - IRAQUE - Sob a alegação de Saddam Hussein esconder armas de destruição e financiar terroristas, os EUA iniciam intensos ataques ao Iraque. É batizada pelos EUA de "Operação Liberdade do Iraque" e por Saddam de "A Última Batalha", a guerra começa com o apoio apenas da Grã-Bretanha, sem o endosso da ONU e sob protestos de manifestantes e de governos no mundo inteiro. As forças invasoras americanas até hoje estão no território iraquiano, onde a violência aumentou mais do que nunca.

Na América Latina, África e Ásia, os Estados Unidas invadiam países ou para depor governos democraticamente eleitos pelo povo, ou para dar apoio a ditaduras criadas e montadas pelos Estados Unidos, tudo em nome da "democracia".

(*) Alberto da Silva Jones é professor da UFSC.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

MANIFESTO BLOGUISTA

rio da imprensa embrulhando peixe
enquanto a internet me deixa
chegar direto a quem lê

(Fabio Rocha)

*

Seguindo meu momento indignação contra a falta do NOVO no jornalismo, recomendo a leitura mais recente do Contraditorium (blog imperdível do Cardoso):

http://www.contraditorium.com/2008/02/19/manifesto-bloguista/

Trecho selecionado:

"Eu não quero brigar com o sujeito que fica acompanhando lista de mortos no acidente da TAM e ligando para a família das vitimas perguntando “como a senhora está se sentindo?”

O meu leitor também não quer isso. Esse trabalho burocrático a imprensa faz, muito bem."


(Fabio Rocha)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Corte - 10 anos de poesia - Fabio Rocha - editora Ibis Libris - Rio de Janeiro - 2004

Corte - 10 anos de poesia - Fabio Rocha


Meu livro Corte foi lançado em papel pela editora Ibis Libris em 2004. A editora foi a Thereza Rocque da Motta. Foi de uma coletânea com aproximadamente 120 poemas selecionados por mim mesmo, nos últimos 10 anos. Atualmente ESGOTADO, mas em 2022 achei à venda aqui na Amazon.

Autor(es): FABIO ROCHA
Capista: PAULO VERMELHO
POESIA BRASILEIRA
Páginas: 96
Formato: 14X21
Edição: 1ª
Idioma: PORTUGUÊS
Ano: 2004 

  • Resenha:
“CORTE”: A Magia da Poesia

O título é significativo: “Corte”. Ruptura, divisão. Ferimento... Muitas as leituras possíveis: costurar, alinhavar o que se pode construir, separar algo em partes, aparar.
Pois todas essas leituras e outras mais encontram-se no livro “Corte”, de Fabio Rocha. Mas como o livro ostenta um subtítulo “10 anos de Poesia”, creio que a melhor expressão seja a de um corte fechado, já suturado, à espera de um recomeço.
O autor, apesar de sua já intensa estrada poética (consta em seu currículo sete livros de poesia, sendo, a grande maioria e-books que podem ser conseguidos gratuitamente no site do poeta, “A Magia da Poesia”, um dos melhores deste incrível mundo eletrônico), devido aos intrincados caminhos da crítica literária, é, ainda, praticamente desconhecido nos meios literários, apesar de elogios à sua obra vindos por categorizados poetas contemporâneos, como Ricardo Alfaya, Elaine Pauvolid, Affonso Romano de Sant’Anna, Ítalo Moriconi, entre outros. “Corte” serve para contextualizar o trabalho deste jovem poeta carioca, formado em administração pela UERJ.
Toda seleção carrega em sua feitura algo de arbitrário, como o gosto pessoal de cada selecionador, por exemplo. Entretanto, quando ela é realizada pelo próprio autor, a missão, aparentemente mais fácil, pode se tornar mais difícil devido à proximidade do criador com a criatura, e tudo o que o envolve em paixão e emoção. É um risco que se corre. Ganha-se, contudo, porque a seleção mostra, assim, um pouco mais sobre o seu autor, inclusive sua linha criativa, suas principais referências pessoais e, no caso, literárias. Portanto, os “melhores poemas” de Fabio Rocha – vistos por ele mesmo – encontram-se, objetivamente, nesta coletânea, em boa hora vinda a lume, pela Íbis Libris.
A principal característica que se pode inferir aos seus poemas é que possuem unidade estilística, embora nem sempre ocorra unidade temática, talvez, justamente, por se tratar de um apanhado geral de toda uma obra. Todos os temas são válidos ao poeta, notando-se uma procura incessante da perfeição estilística, na busca da palavra certa, na eliminação do excesso. Como exemplos, o belo “A foto”: (...) Uma família fotografa o crepúsculo./ O mar diz que não caberá na foto.”(...) Ou, “Subúrbio”: “As pessoas na rua / aplaudem / as casas sem campainha.”
Essa depuração dos versos o leva ao poema curto – curtíssimo – quase haicais, às vezes correndo o poeta o risco de repetir-se ou mesmo cair na tentação dos trocadilhos ou do poema-piada, que tanto mal vêm fazendo à boa literatura. Mas Fabio consegue se salvar da tentação e em sua grande maioria a sua contundência traz à baila versos extremamente bem construídos, elaborados em técnica e forma, afastando-o daqueles que são meros fazedores de versos – e que, obviamente, nem sempre podem ser considerados poetas, na acepção primeva da palavra, ou seja, criadores.
Fabio Rocha dribla esses percalços e constrói uma poesia límpida e lírica, sem hermetismo para inglês ver, sem chavões, fazendo de seu “Corte” – e da seleção de seus poemas – uma divisão de fronteiras entre o passado e o futuro. Sabe que, depois dele, sua obra estará exposta, com todo o sangue, suor, dor e alegria que ela contém, e que os passos seguintes serão o da construção de uma nova arquitetura poética, com a mesma consciência pessoal e social, com seu olhar humanitário, como se o “corte” servisse, principalmente, para a desconstrução de um ser e o (re)nascimento de um novo, de um outro-mesmo, com iguais e imensas possibilidades. Afinal, como o poeta diz no poema dedicado a Cecília Meireles, “A poesia da rosa / é seu espinho”.
Que venham, portanto, novos “cortes”.

TANUSSI CARDOSO

Poeta, jornalista, Vice-Presidente do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro


(Resenha publicada no Jornal RIOLETRAS de maio de 2005)


  • Críticas:
"Maravilha!!!!!!! Um livro que reflete todas as nuances do SER humano! O melhor desse sensível poeta carioca está contido nessa obra! Com as bençãos de Drummond, Quintana, Gullar e todos os grandes mestres, Fabio Rocha emociona, diverte, alerta, "sacode" nossa "poeira sentimental". Recomendo este e todos os seus outros ("Tudo Pelos Ares", "A Magia da Poesia", "Na Medida do Impossível" etc.). "
Fábio de Souza Neto (opinião no site SUBMARINO, 26/01/2006)
"O seu 'Corte' mágico
recorta de um mundo estéril,
sem ser trágico,
o viço de uma poética fértil."
Paulo Emílio Matos Martins (e-mail de 11/01/2006)
"Sua poesia é clara, forte, corajosa, direta, surpreendente."
Artur da Távola (carta de 14/03/2005)
"Fabio, já estou na terceira (re)leitura do livro. Isso, em poucos dias. Foi (está sendo) mesmo uma incisão no cotidiano (com precisão cirúrgica). Com certeza, desse corte restará uma marca indelével na minha alma. Encantada."
Valéria Tarelho (mensagem no orkut de 20/04/2005)
"Corte é uma seleção poética feita pelo próprio autor, alusiva aos seus 10 anos de atividade literária. É uma síntese do melhor, da poesia forte, que sugere, que prende a atenção do leitor."
Luis Turiba, Gláucia Ribeiro Lira e Marcelo Lucena (Resenha publicada no site "Jardim de Poesias", do Ministério da Cultura - 2005)
LI SEU LIVRO CORTE ONTEM À NOITE. PARABÉNS, SÃO POEMAS SIMPLES E MUITO AGRADÁVEIS DE LER. UM ABRAÇÃO
Mano Melo (mensagem e-mail de 04/07/2005)
"Acabei de receber teu livro do Submarino! (...) Um beijo meu amigo, teu livro é uma fonte de onde jorram inexpugnáveis letras, belas, permeadas por prazeres de tua essência de poeta. Lindo! Parabéns."
Priscila Holanda (recado no orkut de 16/05/2006)
"POEMA NAVALHA
Um corte
nos olhos
de quem dorme."
Sérgius (poema de 07/2006)
Konban wa.
O que posso dizer?
O que posso dizer? Quando li "tenho sorte/ ao menos tento forte/ (mesmo que nem sempre acerte)/ fazer do ócio/ arte"... isso me tocou. Vi minha descrição (nossa?) em um espaço tão curto que me assustei!
Acho que o único livro de poesia que li inteiro sem ficar com sono. Excelente livro.
Moisés Shonin (crítica por email)
Para aqueles que ainda não conhecem, é do Autor Fábio Rocha, o livro chama – se Corte, e as poesias são belíssimas fazem refletir e algumas divertem ao mesmo tempo! É muito legal o livro tem Haicai, poemas curtos, longos para todos os gostos! Li o livro em 2006... vale a pena ler!
Letícia Coelho (publicado em 11/1/2008 no blog Mostra Plural )



ISBN-13: 9788589126410

ISBN-10: 8589126412
Ano: 2004 / Páginas: 96
Idioma: português
Editora: Ibis Libris

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

CASAS VAZIAS

é na véspera
das partidas
que me acho inteiro

(Fabio Rocha)


Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

domingo, 10 de fevereiro de 2008

STELLARES

a saudade do carinho
(ensaio pra morte)
mostra-me a sorte
de haver estrela
parte do caminho

(Fabio Rocha)


Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

NOSTALGIA

A meu avô

Num dia de chuva fria
Salvador achou silêncio
e me tocou música
de rádio de pilha.

Deixou ligadas
conversas
portas abertas
idéias do contra
e açúcar no fundo das canecas...

Outros temas.

Outros tempos.

(Fabio Rocha)


Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

ABERTO

As garças
se acumulam
nas poças
mais sujas...

Cavo lembranças boas
antigas
maternais
e acho meu pai
contando contos de fada no escuro
e os pais de meus pais
brincando pelo prazer de brincar
e sorrindo apenas
pelo meu sorriso.

(Fabio Rocha), entre RJ e BH


Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

"JANELA, PALAVRA LINDA"

Para Adélia Prado

O grande mundo
lê jornais e revistas
se olvidando de criar Deus
e adivinhar a maciez desses montes verdes...

Acadêmicos palestram
para eles mesmos
no auditório 34
enquanto a poesia
me pinga novamente
devagarinho
das lisas pedras pros rios.

Adélia, não enxergo teus peixes santos
e igrejas só me rimam beleza
do lado de fora...

No entanto,
sua bagagem,
seus amores, cores e águas
me transbordam as mãos.

(Fabio Rocha), entre RJ e BH


Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

PARA UMA FOTO


No centro
a casa firme
castelo de ordem
em ordem
a pedra vem
à tona.

em torno
folhas e ventos
giram sementes
inesperadas

assim brotará o novo
em piruetas de grito
movimentos de Heráclito
destruindo cada antigo

de verde,
a vida
diverte-se
em vertigem
e caos

como sempre
para sempre

(Fabio Rocha)

Série de fotos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

domingo, 13 de janeiro de 2008

DEFINIÇÃO METÓDICA

A poesia
é a fotografia
do vazio.

(Fabio Rocha)

Fotos entre a Prainha e o Grumari, no Recreio dos Bandeirantes - Rio de Janeiro, RJ, janeiro de 2008

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CONVERSAS COM MEU JARDINEIRO


o simples
é a essência
do belo

(Fabio Rocha)

(foto do Bosque da Barra, Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, RJ... Poema após ver o filme CONVERSAS COM MEU JARDINEIRO.)

PORTAIS

nos rodapés da eternidade
escalar ou cair tanto faz:
só me importa a intensidade

(Fabio Rocha)



(foto do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ)