se a paixão é doença
sua cura
é ainda pior
(Fabio Rocha)
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
segunda-feira, 29 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
INSOLAÇÃO ROMÂNTICA
no caos ou no tédio
elevadores sem sorrisos
prédios cinzas...
cidadãos plurais
passamos a perguntar
em raros encontros com o outro:
- é você?
não, leitor
nunca é
(Fabio Rocha)
elevadores sem sorrisos
prédios cinzas...
cidadãos plurais
passamos a perguntar
em raros encontros com o outro:
- é você?
não, leitor
nunca é
(Fabio Rocha)
sábado, 27 de março de 2010
VITAMINA C: VARIANTES
ah, perante esta única realidade
tão única
bitoladamente única
ergo a pedra das palavras abandonadas
à procura de salvação
(tão múltipla...)
começo a entender porque o homem inventou deus.
ah, este relacionamento a se moldar em nós
estacionamento de faltas
estranhamente maravilhosamente
não automático
contra o qual me agarro
seguro
gato escaldado
pelas paredes
pelo chão sagrado
cravo as garras que já foram de outrem
me prendendo
no ser
sem são...
(não tira o pé do chão, galera!)
filmes
e músicas
nhém-nhném-nhém metades da laranja
mui bonitos são
mas o sentido...
o sentido
jamais novamente
poderá vir
de fora
de mim.
freio de mão puxado:
até deus
é mais saudável.
(Fabio Rocha)
tão única
bitoladamente única
ergo a pedra das palavras abandonadas
à procura de salvação
(tão múltipla...)
começo a entender porque o homem inventou deus.
ah, este relacionamento a se moldar em nós
estacionamento de faltas
estranhamente maravilhosamente
não automático
contra o qual me agarro
seguro
gato escaldado
pelas paredes
pelo chão sagrado
cravo as garras que já foram de outrem
me prendendo
no ser
sem são...
(não tira o pé do chão, galera!)
filmes
e músicas
nhém-nhném-nhém metades da laranja
mui bonitos são
mas o sentido...
o sentido
jamais novamente
poderá vir
de fora
de mim.
freio de mão puxado:
até deus
é mais saudável.
(Fabio Rocha)
INTERIOURO
meu herói
arduamente acredita
que pode mudar o mundo
pela palavra escrita
(Fabio Rocha)
arduamente acredita
que pode mudar o mundo
pela palavra escrita
(Fabio Rocha)
IDENTIFICAÇÃO (ENQUANTO MOSQUITOS ME MORDEM)
apenas tocar com palavras as almas semelhantes nos faz assim, querer mais, escrever mais, ser menos. mas não é matemática. não há equação que nos resolva a solidão que resta. o resto da divisão é sempre maior que zero, número primo. ah, meu Zeus, quanto tempo subtraí a essa existência calculando integrais e derivadas de senos e cossenos sabendo-se que coçava-se o saco nos planos superiores de carreira chata e monótona que agora me alcança, com bolsos cheios e coração vazio? talvez não. talvez não. talvez o problema seja mulher. talvez o problema seja eu. talvez, a falta de bebida e de drogas opiáceas. talvez não. talvez não haver Yoga nas sextas-feiras. talvez eu não conversar mais com o leitor, né, leitor, nem colocar maiúsculas onde deveriam... talvez a falta da análise do sonho da crença do encontro da esperança. talvez só a falta. a noite? a FALTA. talvez não.
(Fabio Rocha)
(Fabio Rocha)
AVÓ
o encanto mudo
do cheiro cheio da laranja
sendo descascada vagarosamente em tiras espirais
soltando ácidos gomos alaranjados
de passado doce
(Fabio Rocha)
do cheiro cheio da laranja
sendo descascada vagarosamente em tiras espirais
soltando ácidos gomos alaranjados
de passado doce
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 26 de março de 2010
ANJOS SÃO DEMÔNIOS
o céu é grande
e vou sozinho
o som do céu
é uma música antiga
um cheiro de antes
uma mulher perdida
que nunca houve
palavras
sagradas
esquecidas
na silhueta das árvores
o céu é grande demais
e longa
a vida
(Fabio Rocha)
e vou sozinho
o som do céu
é uma música antiga
um cheiro de antes
uma mulher perdida
que nunca houve
palavras
sagradas
esquecidas
na silhueta das árvores
o céu é grande demais
e longa
a vida
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 24 de março de 2010
BOLO DE ANIVERSÁRIO, PÁSCOA E NATAL
prefiro companhias perto a lugares longe
silencio baladas com imobilidade intrínseca
sou mais encontros a dois do que grandes festas
e sopro saudável tristeza nas datas celebrativas
(Fabio Rocha)
silencio baladas com imobilidade intrínseca
sou mais encontros a dois do que grandes festas
e sopro saudável tristeza nas datas celebrativas
(Fabio Rocha)
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
SOLENE (OU DA AUSÊNCIA DE MOBY DICK)
minha poesia quer explodir
não sei bem a causa
a calça
o tamanho
a direção
não sei
mal a faca
o arpão
as compras
o gume
o lugar
a espada
o legume...
mas
é lindo
meu navio um
sozinho no mar
minha poesia quer explodir
e não chega a lugar nenhum
(Fabio Rocha)
não sei bem a causa
a calça
o tamanho
a direção
não sei
mal a faca
o arpão
as compras
o gume
o lugar
a espada
o legume...
mas
é lindo
meu navio um
sozinho no mar
minha poesia quer explodir
e não chega a lugar nenhum
(Fabio Rocha)
DOS MOTÉIS
os motéis me lembram
aquelas paredes dos cemitérios
onde os corpos se deitam
lado a lado
e uns sobre os outros
(Fabio Rocha)
aquelas paredes dos cemitérios
onde os corpos se deitam
lado a lado
e uns sobre os outros
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 19 de março de 2010
AH, O TEMA
Desapareça.
Não me agradeça
ou peça perdão.
Tudo mais foi-se
e resta apenas
separação.
Separação
é
se-
pa-
rar
sem
parar.
Sem parar...
Desamparar.
Deslembrar o ruim e o bom.
Esquecer:
o celular
o que foi
o que se foi
o que não será...
Reinventar o ser
o caminhar
o sim...
Mesmo
todo
santo
dia
sendo
todo
não.
(Fabio Rocha)
Não me agradeça
ou peça perdão.
Tudo mais foi-se
e resta apenas
separação.
Separação
é
se-
pa-
rar
sem
parar.
Sem parar...
Desamparar.
Deslembrar o ruim e o bom.
Esquecer:
o celular
o que foi
o que se foi
o que não será...
Reinventar o ser
o caminhar
o sim...
Mesmo
todo
santo
dia
sendo
todo
não.
(Fabio Rocha)
quinta-feira, 18 de março de 2010
DOCE
O mate da minha avó - numa caneca só minha - levava quatro colheres grandes cheias de açúcar. Cinco quando eu pedia mais. E a vida era doce.
(Fabio Rocha)
(Fabio Rocha)
terça-feira, 16 de março de 2010
GRAVATA
Para Caio Fernando Abreu
O sábado sempre acontece por detrás das janelas agora... Mas já houve um tempo em que no sábado eu estava no sábado. E era quente e bom. Olhava os passarinhos e, de tanto estudar seus movimentos, acreditava saber racionalmente os segredos do vôo. Só me faltavam braços mais gordos, mais asas. Asas que eu treinava gritando "Homem-Pássaro" com as folhas das palmeiras que livremente arrancava... Espanava, espanava, corria mas não conseguia subir. E nem me importava. Nos sonhos também, eu só conseguia pular alto e cair devagar pelo ar, flutuando por saber o segredo dos pássaros. Sábados aéreos. Ilimitados. Rios no quintal com a mangueira... Olhar a água penetrar a terra, criar o novo, levar embora o antigo... E o fogo das fogueiras. Meu avô fazendo maria-preta pra subir na noite negra, breve e leve e mágica. Balões com fogos nos chamavam de quando em vez pra fora. A tartaruga sempre perto para alguém tropeçar... Lagartas que viravam borboletas nas garrafas... E, eis que o domingo se acaba e antecede o final de tudo. E a música dos Trapalhões são trombetas do inferno vindouro fora da casa da minha avó. E o mundo tem peso de novo.
(Fabio Rocha)
O sábado sempre acontece por detrás das janelas agora... Mas já houve um tempo em que no sábado eu estava no sábado. E era quente e bom. Olhava os passarinhos e, de tanto estudar seus movimentos, acreditava saber racionalmente os segredos do vôo. Só me faltavam braços mais gordos, mais asas. Asas que eu treinava gritando "Homem-Pássaro" com as folhas das palmeiras que livremente arrancava... Espanava, espanava, corria mas não conseguia subir. E nem me importava. Nos sonhos também, eu só conseguia pular alto e cair devagar pelo ar, flutuando por saber o segredo dos pássaros. Sábados aéreos. Ilimitados. Rios no quintal com a mangueira... Olhar a água penetrar a terra, criar o novo, levar embora o antigo... E o fogo das fogueiras. Meu avô fazendo maria-preta pra subir na noite negra, breve e leve e mágica. Balões com fogos nos chamavam de quando em vez pra fora. A tartaruga sempre perto para alguém tropeçar... Lagartas que viravam borboletas nas garrafas... E, eis que o domingo se acaba e antecede o final de tudo. E a música dos Trapalhões são trombetas do inferno vindouro fora da casa da minha avó. E o mundo tem peso de novo.
(Fabio Rocha)
O TEMA
Nos desenhos do mármore do banheiro vejo uma mulher nadando, naves espaciais em batalha, células, mitocôndrias e algo mais. Escritores jamais serão normais. Vejo também que queria fazer um poema sobre tudo menos o tema. O tema. Queria um poema meio como caixa, da altura do céu. Não a caixa dos eletrodomésticos da casa de minha avó, onde eu gostava de fingir morar (e me trancar para tudo fora). Queria um poema em que se coubesse tudo. Em que se soubesse tudo. Como a máquina do mundo.
(Fabio Rocha)
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 15 de março de 2010
MAIÚSCULAS
Vivemos num mundo
em que filósofos tem que fazer Farmácia
e poetas, Administração de Empresas.
E o governo se preocupa
com a Reforma Ortográfica.
(Fabio Rocha)
em que filósofos tem que fazer Farmácia
e poetas, Administração de Empresas.
E o governo se preocupa
com a Reforma Ortográfica.
(Fabio Rocha)
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domingo, 14 de março de 2010
PATOS, AFETOS, PATHOS
Vai
escreve teu grito
que continuas vivo
e cabendo num ser humano
sob a égide da ciência
de ser humano
limitado
neste eu sempre reinventado
neste quarto fechado
dentro de um país
no interior de um estado federativo
preso no município
e neste sorriso aramado
sob um mundo imprevisível
e trágico.
(Fabio Rocha)
escreve teu grito
que continuas vivo
e cabendo num ser humano
sob a égide da ciência
de ser humano
limitado
neste eu sempre reinventado
neste quarto fechado
dentro de um país
no interior de um estado federativo
preso no município
e neste sorriso aramado
sob um mundo imprevisível
e trágico.
(Fabio Rocha)
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BECO SEM SAÍDA
(Para Luiz Guilherme Libório Sapiens)
não sei se durmo
ou se escrevo
se corro
ou se morro
a vida cheia
ou vazia
não dá na mesma
poesia?
(Fabio Rocha)
não sei se durmo
ou se escrevo
se corro
ou se morro
a vida cheia
ou vazia
não dá na mesma
poesia?
(Fabio Rocha)
sábado, 13 de março de 2010
ADRIANE
minha língua
toca o céu
para falar
o seu nome
(Fabio Rocha)
toca o céu
para falar
o seu nome
(Fabio Rocha)
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sexta-feira, 12 de março de 2010
AS HORAS
Para Virginia Woolf e todas as minhas psicanalistas
estou leve
e quero fazer um poema longo
aninhado no que sempre fui
odeio festas
mas isso é um detalhe
em algum lugar do mundo
deve haver um artista ruim e feliz
dançando a macarena
a micareta
a pocahontas
algo assim
dito isso
o poeta morrerá
atirar
atirar-se
atirar
o vazio
do peito
pra frente
e passar
a vida
correndo atrás
e chegar
alto
do alto do morro
do ponto de máximo
da parábola fria
os escritores enxergamos
por baixo dos sorrisos, conformismos e segurança
o lindo terror humano
nosso olhar
não é jamais apático
menos ainda atento ao que deveria
queima de algo mais forte e fundo
como um mar que invade um quarto seco e quadrado
em segundos
sal
o sal do mundo
(ovos que se quebram)
desistir é renascer
os trens nos atraem
traem
traíras
traímos
gostamos de passear
vozes
silêncios
nada ou ninguém nos pode curar
lutamos
sozinhos
no escuro
e conseguimos tornar mais doente
pelo menos um pouquinho
esse mundo são
(Fabio Rocha)
estou leve
e quero fazer um poema longo
aninhado no que sempre fui
odeio festas
mas isso é um detalhe
em algum lugar do mundo
deve haver um artista ruim e feliz
dançando a macarena
a micareta
a pocahontas
algo assim
dito isso
o poeta morrerá
atirar
atirar-se
atirar
o vazio
do peito
pra frente
e passar
a vida
correndo atrás
e chegar
alto
do alto do morro
do ponto de máximo
da parábola fria
os escritores enxergamos
por baixo dos sorrisos, conformismos e segurança
o lindo terror humano
nosso olhar
não é jamais apático
menos ainda atento ao que deveria
queima de algo mais forte e fundo
como um mar que invade um quarto seco e quadrado
em segundos
sal
o sal do mundo
(ovos que se quebram)
desistir é renascer
os trens nos atraem
traem
traíras
traímos
gostamos de passear
vozes
silêncios
nada ou ninguém nos pode curar
lutamos
sozinhos
no escuro
e conseguimos tornar mais doente
pelo menos um pouquinho
esse mundo são
(Fabio Rocha)
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LETÍCIA DE MANHÃ
Letícia se espreguiça
gata toda mansa
lisa em cada ponto
curva longilínea
Letícia se espreguiça
alta magra linda
e meu coração se estica
(Fabio Rocha)
gata toda mansa
lisa em cada ponto
curva longilínea
Letícia se espreguiça
alta magra linda
e meu coração se estica
(Fabio Rocha)
terça-feira, 9 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
ESTÁGIO 2
Olho pro mar
de novo.
Novo ainda.
Agarro a vida
e a vida se agarra em mim.
Caminho
cruzando
vazios.
Caminho
percorrendo
os mesmos ciclos
de sentimentos
sem sentido...
Não arrasto
nem aponto mais
espadas, culpas e erros.
Amar:
verbo intransitivo.
(Fabio Rocha)
de novo.
Novo ainda.
Agarro a vida
e a vida se agarra em mim.
Caminho
cruzando
vazios.
Caminho
percorrendo
os mesmos ciclos
de sentimentos
sem sentido...
Não arrasto
nem aponto mais
espadas, culpas e erros.
Amar:
verbo intransitivo.
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 5 de março de 2010
VIVA LA VIDA DE LOS VIVOS
Em minha infância
aprendi a querer mais
sempre mais
de mim, de todos, do mundo, da vida...
(Uma benção e uma maldição, aliás.)
Mas,
considerando-se o número de mortos
achando viver
sem força nem pra tentar
o que acha querer...
Prefiro meu caos.
Ah, mundo mundo
vasto mundo
então o poeta era pouco?
Pois bem,
engula isso:
sou muito mais
(filósofo, artista, funcionário público)
e dentre tantos souls que sou
há um tanque de guerra cinza
(sem drogas, Colheita Feliz ou Jesus Cristo)
que atropela qualquer desafio
quando cisma.
(Fabio Rocha)
aprendi a querer mais
sempre mais
de mim, de todos, do mundo, da vida...
(Uma benção e uma maldição, aliás.)
Mas,
considerando-se o número de mortos
achando viver
sem força nem pra tentar
o que acha querer...
Prefiro meu caos.
Ah, mundo mundo
vasto mundo
então o poeta era pouco?
Pois bem,
engula isso:
sou muito mais
(filósofo, artista, funcionário público)
e dentre tantos souls que sou
há um tanque de guerra cinza
(sem drogas, Colheita Feliz ou Jesus Cristo)
que atropela qualquer desafio
quando cisma.
(Fabio Rocha)
quinta-feira, 4 de março de 2010
PARA JOHN KEATS E A ESTRELA
Quando vinhas
cá dentro
joaninha
dormindo no interior da árvore caída
e a floresta esquecida no silêncio
quando borboletas dançavam
no calor do nosso encontro
tão nosso
que era mais que nosso
que era mais que findo
um morrer tão lindo...
Assim quero teu retrato.
(Fabio Rocha)
cá dentro
joaninha
dormindo no interior da árvore caída
e a floresta esquecida no silêncio
quando borboletas dançavam
no calor do nosso encontro
tão nosso
que era mais que nosso
que era mais que findo
um morrer tão lindo...
Assim quero teu retrato.
(Fabio Rocha)
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quarta-feira, 3 de março de 2010
DE_CISÃO
estou na esquina repentina
entre o céu
e o abismo
(Fabio Rocha)
entre o céu
e o abismo
(Fabio Rocha)
TRINCADOS
Minha raiva é maior, muito maior...
Visto-a
em diversos entes
mas sobram mangas
bainhas por fazer
e dentes.
(Fabio Rocha)
Visto-a
em diversos entes
mas sobram mangas
bainhas por fazer
e dentes.
(Fabio Rocha)
MÉTODO
O fraco
pede
socorro.
Pena.
Pena. Ovo. Pressa:
Cravo
a espada
e recolho
o sangue
em bacia
de prata.
Alimento o mundo
do vermelho esferográfico místico
na esperança vã e líquida
de nascer algo novo.
(Fabio Rocha)
pede
socorro.
Pena.
Pena. Ovo. Pressa:
Cravo
a espada
e recolho
o sangue
em bacia
de prata.
Alimento o mundo
do vermelho esferográfico místico
na esperança vã e líquida
de nascer algo novo.
(Fabio Rocha)
terça-feira, 2 de março de 2010
AZRAEL NA COVA DOS LEÕES
desde antes
desde muito antes
caminho na praia
e o asfalto
são pedras
pedras que se abrem:
adentro cavernas de mim mesmo
ao longe
lá fora
luz e leveza
descendo
percebo
um leão
todo formado
de coisas ínfimas
(em cada escama)
carrego um leão
pesado
que se alimenta
de si mesmo
aumenta até o insuportável
e depois mais ainda
(ao ter raiva de ter raiva por algo tão pequeno)
guarda todas as tempestades
num copo mágoa
enche meus olhos fechados
de movimentos erráticos anti-sono
e ruge honra e pesa rancor
mais e mais
até que deixo ele ir
idiota
se achando vencedor
dessem-lhe
um lança-chamas
e um ponto de apoio
e ele queimaria o mundo
(Fabio Rocha)
desde muito antes
caminho na praia
e o asfalto
são pedras
pedras que se abrem:
adentro cavernas de mim mesmo
ao longe
lá fora
luz e leveza
descendo
percebo
um leão
todo formado
de coisas ínfimas
(em cada escama)
carrego um leão
pesado
que se alimenta
de si mesmo
aumenta até o insuportável
e depois mais ainda
(ao ter raiva de ter raiva por algo tão pequeno)
guarda todas as tempestades
num copo mágoa
enche meus olhos fechados
de movimentos erráticos anti-sono
e ruge honra e pesa rancor
mais e mais
até que deixo ele ir
idiota
se achando vencedor
dessem-lhe
um lança-chamas
e um ponto de apoio
e ele queimaria o mundo
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 1 de março de 2010
EX FINGE
renata finge pro marido que não tem blog
pro blog que não tem marido
e pra si mesma que vai explicar isso
(Fabio Rocha)
pro blog que não tem marido
e pra si mesma que vai explicar isso
(Fabio Rocha)
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