quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

MAS A VIDA NÃO É DOCE?

hoje é noite
não durmo
penso no amanhã
e amanhã será só quinta
antes da sexta nossa
sexta-feira santa

coleciono últimos dias

linda e branca
dezenove anos

branca
e finda

(Fabio Rocha)

AUTO-CARTA

Fabio,
aprende,
Fabio.

Já é hora.

Amor
não se escolhe
não se inicia
não se nomeia
não se compara
não se planeja:
se aceita...

Vem como vem
dos lugares menos possíveis
com os maiores problemas insolúveis
mas vem.

Aceita.

Senta aí um pouco...
Toma um gole de água.

Isso.

Ele nasce de uma invenção
vem do nada
e vai, então.

Aceita também.

Deita nesse colchão
faz um poema, liga o som
e dorme bem...

(Fabio Rocha)

PRA JULIA

outra forma de minhas mãos
tocarem suas coxas
é pelos versos
pelo inverso de sua pele
pela distância multiplicada por nada
proporcional a dentro
dentro de tanto branco
perto
dentro de leve
quente
dentro semente
dentro

(deliciosamente)

(Fabio Rocha)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ENCONTRO NOS ARES

querer passar as portas
as janelas tortas
(sombras de asas no telhado)
o passado, porém, forte e duro
colore os pássaros futuros
de morte

(Fabio Rocha)

OBS.: O poema abaixo é outro do meu amigo poeta, feito sob encomenda pra mim. Acho que inspirou um pouco o meu poema acima.

inesquecível, isso que você é.
tento, inútil, passear, olhar para o céu,
e para a areia da praia,
a tentar não ver os teus olhos,
e a tua boca, e a tua história em mim.

a tua boca e os teus olhos
sempre estarão em minha boca e em meus olhos,
estarão circulando dentro das minhas veias,
atrapalhando as batidas desse coração,
que morre lentamente.

viverei anos, para te esquecer,
e no fim, lembrarei de tudo novamente.
a ilusão de beijar outras bocas
de tocar outros corpos,
de me apaixonar, de amar,
estará comigo dia a dia.

essa história não termina, e
não terminou!
você me busca onde não estou,
e me confunde quando na cama
estou com uma qualquer,
que pretendo dizer que amo,
mas no fundo tento amar,
mas você me olha,
enquanto olho para os cabelos
e para o rosto de mais uma,
pensando em como te esquecer.

Mago - jan 2010 - blog

domingo, 24 de janeiro de 2010

O SENTIDO DA VIDA: FORA DA TV

Se há vida
não há respostas prontas.

Não somos números:
Não somos definíveis.
Não somos previsíveis.
Não somos limitáveis.

(Entendeu, Mercado?
Entendeu, Ciência?
Entendeu, Igreja?
Entendeu, Governo?)

Úteis e dóceis
deveríamos (pela norma)
trabalhar inutilmente 160 horas mensais
ver TV nos intervalos
e não deixar nosso individualismo competitivo e irado
matar desconhecidos em Columbine.

Mas
às vezes
alguém explode...

Deus me livre
de passar a vida
evoluindo de Bart
para Homer Simpson.

Não sei onde estarei em 5 anos.
(Nem quero saber...)
Mas não estarei no sofá.

(Fabio Rocha)

DESPEDIDA DA ZONA NORTE

levo as lembranças melhores:
as mulheres tantas
tão distintas
distintamente me amando
distintamente sendo amadas
tão minhas ali
só minhas ali
no apartamento pequenino
de paredes brancas
de que me despeço
(mas que mora em mim)

(Fabio Rocha)

sábado, 23 de janeiro de 2010

LIBERTAÇÃO 2

Pra Julia

O sol amarelo me dá poderes.

Eu sou hoje só sorriso
quando penso em tua idade
não preciso de cerveja
pra urinar felicidade
bem na porta da igreja:
culpa, medo e maldade...

Até sem querer
até sem saber
toco vossa ovelha
e ela muda em gavião
porque a vontade do sim
sempre foi muito maior
que a vontade do não.

Meu universo:
eu transo em trova
sinto em prosa
e gozo em verso.

Ando na praia
e a gaivota
lindamente flecha
lindamente rápida
lindamente mata
o peixe submerso.

Eu falo a língua da vida
e canto os ventos de maio
em vez de achar a saída
crio a passagem de um raio.

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PLEXO

Se me dissesses que vinhas cá dentro
minha mão em tua pegada
meu sono sem sonho perdido
tão rápido, tão preciso...

Se me dissesses que era sim possível
que era mesmo assim fantástico
eu prometo que não acreditava.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MAIS E MAIS BORBOLETRAS

Diga sim à vida; abandone todos os nãos possíveis. - Osho

Estilhaços de traços antigos
espólios de muros ao chão
rebocos
retratos partidos
repartos...

Não!

A vida
a mesma vida
num turbilhão de cores
canta a canção de amores infindos
por cada janela
aberta de flores.

Sim!

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

DO CÉU AO CHÃO (ou EXPECTRUM PATRONUM)

Venta.

O céu ganhou
profundidade.

Sobre mim
andorinhas em círculos.

Sobre andorinhas
gaivotas planam.

Sobre gaivotas
nuvens dançam.

Sobre nuvens
o sol brilha
e apaga
e brilha de novo.

Silêncio sagrado
um halo colorido
em volta do olho amarelo
prenuncia...

(POF)

E não mais que de repente
tudo
tudo
tudo
tudo
tudo o que eu
vejo
é essa menina linda
sentada no quiosque
as pernas pra cima
descalça no vento
lendo Harry Potter.

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ah, tenho que contar :) CMB


Putz, passei em PRIMEIRO lugar pra Casa da Moeda do Brasil - Gestão. Pri-mei-ro. Primeira vez na vida que passo para algo em primeiro. :) Acertei 95% da prova. A sensação não é ruim. Saí dos meus 70% tradicionais desde o colégio e vestibulares. :) (Às vezes 50%...) :P

(Fabio Rocha)

P.S.: Saí no www.retadechegada.com.br , site da professora Mônica Roberta. Aliás, foram as aulas que mais me ajudaram nessa conquista. Recomendo fortemente, pro pessoal de Administração que quer bons resultados nos concursos públicos...


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

POSSO

"Um menino caminha e caminhando chega no muro" - Toquinho (Aquarela)
"All in all it's just another brick in the wall" - Roger Waters (Another Brick in the Wall)

o mar é manso
caminho
passos leves
encosto as mãos
nos muros de sempre

mágico não era o amor de um dia
fora de mim
mas o meu amar que revivia

os muros sempre duros
sempre lá
os muros passados
muros futuros
sem murros
consigo novamente derrubar

caminho sorrindo
a música do silêncio
e a poesia dorme
descoberta

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

ENCONTRO

o sol
piando suave
entre árvores

fogo:
as asas
do pássaro

passos lentamente
braços
disfarçadamente
abertos

minhas mãos
cantando
sua pele

(Fabio Rocha)

TROCA

A poesia é invendável:
não vende
não se vende
não se venda.

A poesia é ininventável:
não deixa de ser vento
jamais.

A poesia é inevitável.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

VER HÃO


andorinhas no crespúsculo
horizontes no dourado
alegria nos telhados

(Fabio Rocha)