"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
domingo, 31 de outubro de 2010
COM SAL
para que ficar cultivando ou freiando
esse amor morto
amor morno?
não posso me guiar por argumentos
mas por intensidades...
não importa o final
desde que comece
(muda a mente)
mutuamente
e seja abissal!
pra que me esforçar cultivando vulcões fracos
possíveis
futuros
(talvez quem sabe)
se na lembrança do que já vivi
sei que podemos ser
infinitos sóis?
sim, há dor quando há fogo e força...
mas se você só quer estabilidade e segurança, meu amor,
morra.
(Fabio Rocha)
OBS: Texto tudo a ver de Osho - Por que fazer concessões?
ALICERCES
se alice me cede
(rainha branca!)
pode cercear o que for
ali a cercaria sem coelhos na cartola
e construiria nosso perder-se um no outro
(gatos rindo com vigor de filme)
meus prédios firmes ruindo
sobre seus alicerces
(Fabio Rocha)
Ô ANA JULIA
ana julia de luz
jura eterna instantânea
(e não acentuada)
de ser possível
ainda
o verbo antigo
sempre verde
o verbo que verte em cada verso
de cada poema novato
antes que a idade traga cortes nos vértices
antes que muros subam para evitar
afagos
e afetos
evoluindo em murros
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
PERFUME DE MULHER
Nossos poemas dançam tango, ambos cegos...
E se minha luz estiver no fundo de teus olhos?
E se meus olhos forem teu espelho verdadeiro?
(Fabio Rocha)
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010
VERMELHO BATOM
estar em paz com o universo
torra o saco
prefiro essas revoluções por minuto
olhando a tua boca
quando me sinto capaz
de vergar o impossível
a longa semana entre grades e nãos
com meu sangue fervendo quereres
dançando nas veias
com raiva e volúpia
prefiro o coração batendo
prefiro
ver tudo
vermelho fogo
(Fabio Rocha)
torra o saco
prefiro essas revoluções por minuto
olhando a tua boca
quando me sinto capaz
de vergar o impossível
a longa semana entre grades e nãos
com meu sangue fervendo quereres
dançando nas veias
com raiva e volúpia
prefiro o coração batendo
prefiro
ver tudo
vermelho fogo
(Fabio Rocha)
SÍNDROME DO PÂNICO?
certeza
da
finitude
(Fabio Rocha)
da
finitude
(Fabio Rocha)
DESMEDITO O QUE ME DITAM PELO SALÁRIO
a semana interminável
se arrasta
se repete
arranca-me raiva
eu vario o que consigo
desmedito
rimo ruas
jogo na loto e perco
rôo dentes
e sigo escrevendo
meu tigre enjaulado
incapaz de dormir
nesse maldito ônibus
(Fabio Rocha)
se arrasta
se repete
arranca-me raiva
eu vario o que consigo
desmedito
rimo ruas
jogo na loto e perco
rôo dentes
e sigo escrevendo
meu tigre enjaulado
incapaz de dormir
nesse maldito ônibus
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
ODE AO SERESTEIRO DESCONHECIDO
vivemos um tempo de superficialidade
apresentamos doenças
e arte
precisamos de ansiolíticos
precisamos de yoga
precisamos de osho
precisamos de meditação transcendental
não bastam
porque o amar...
o amar está confuso
(Fabio Rocha)
CINEMASIA
star preso
ao amor em algum lugar do passado
(os fantasmas se divertem e nos protegem)
é presente de grego
é exterminar futuros
(Fabio Rocha)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
QUANDO A MUSA SORRI
caminhar cansado
com sono
sem luta
contra o luto
vagarosamente
o luzir interno
de uma estrela íntima
uma certeza
uma certeza
abrindo sorriso
cá dentro
uma certeza suave
uma certeza tão leve
que não a segredo em palavras
nem ao meu silêncio
(tal qual árvore
com sementes de algodão
à espera do vento)
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
OLHAR VERDE
ao mesmo tempo
estranhamente
tudo certo
e bom
e calmo
a raiz rasgando o plexo
firmando-se
a cada palavra certa
no incerto
gradual e lenta
do banal ao complexo
(Fabio Rocha)
domingo, 24 de outubro de 2010
OLHOS NOS OLHOS DE NATHALIA
o pior é que te acho certa
em querer paz consigo mesma
antes de mais tudo
(admito)
mas a pele perto
quando meu corpo se chega
e a mão se estica
(e escapas)
quando o teu cheiro me toma
e o peito pulsa louco
e expulsa desejo
(olhos em chamas)
quando a palavra adorar
me dança em tua boca beijo
as mesmas sincronias
e seus atos falhos devassam
e as horas somem doces arpejos...
(pausa e chocolate)
em mente
te acho
certa
(mas a mente mente)
(Fabio Rocha)
em querer paz consigo mesma
antes de mais tudo
(admito)
mas a pele perto
quando meu corpo se chega
e a mão se estica
(e escapas)
quando o teu cheiro me toma
e o peito pulsa louco
e expulsa desejo
(olhos em chamas)
quando a palavra adorar
me dança em tua boca beijo
as mesmas sincronias
e seus atos falhos devassam
e as horas somem doces arpejos...
(pausa e chocolate)
em mente
te acho
certa
(mas a mente mente)
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
NIGHT
luto
contra o amor banal
o amor banal
tal qual
morder uma mariola
e quando
do primeiro caroço
jogar tudo fora
(Fabio Rocha)
contra o amor banal
o amor banal
tal qual
morder uma mariola
e quando
do primeiro caroço
jogar tudo fora
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
POEMINHA REFERENTE
eu queria ser fingidor
ouço estrelas
de ombros tensos
e pé no freio
abro mão
do esforço triunfal
de estar alegre
ou triste
uma parte de mim
parte de todo mundo
e não chega a lugar algum
eu queria ser fingidor
(Fabio Rocha)
OBS.: O dia do poeta é hoje. Parabéns aos companheiros de ins-piração...
DO MEIO DO OURO
do peso
da ordem
do dogma
da dor auto-aflita
da culpa espalhada
(cruzes)
ele acena e sorri,
político,
pela família
(Fabio Rocha)
OBS.: Não resisti, ao ver a foto acima no blog do Edson. :) Aproveitando a fase de maior engajamento político (me segurei até o limite, mas a campanha absurdamente ridícula do PSDB me obrigou a abrir o verbo CONTRA ela), segue um poema de maior engajamento religioso... Afinal, meditando ou não, política e religião INFELIZMENTE ainda existem neste mundo, e ambas se metem na nossa vida.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
O AMOR É UM TIPO NATURAL DE MEDITAÇÃO
abriu um sol de domingo
na terça-feira nublada
caminhei em música
sobre a praia eternizada
entre tropeços e recomeços
sentir o cheiro da paz
debaixo das alvoradas
(Fabio Rocha)
OBS: O título é de Osho. :)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
SINGELO SEM GELO
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MALA DE RECORDAÇÕES (OU SOBRE COMO ABRIR CARTAS COM ESPADAS)
(Inspirado na Laramarante)
meu baú de passado
era uma pasta
mas até a pasta
de mofo, verde, passa
pa-lavra
falsa
caspa de cartas seladas com cuspe
e-terna-idade
morta
meu olhar tudo impregna de findo
nada, absolutamente nada
mais
lindo
(Fabio Rocha)
meu baú de passado
era uma pasta
mas até a pasta
de mofo, verde, passa
pa-lavra
falsa
caspa de cartas seladas com cuspe
e-terna-idade
morta
meu olhar tudo impregna de findo
nada, absolutamente nada
mais
lindo
(Fabio Rocha)
HORÁRIO DE VERÃO
Atrás da árvore do caos
o céu nem tem força pra nascer
Tem tudo no vegetal seco:
pirilampos, promessas, dores, saudades, esperanças
um sapo com cara
colibris bêbados
bosta
dance music
gaivotas sem mar
sonhos de sexo divinal
mas
Atrás da árvore do caos
o céu nem tem força pra nascer
(Fabio Rocha)
o céu nem tem força pra nascer
Tem tudo no vegetal seco:
pirilampos, promessas, dores, saudades, esperanças
um sapo com cara
colibris bêbados
bosta
dance music
gaivotas sem mar
sonhos de sexo divinal
mas
Atrás da árvore do caos
o céu nem tem força pra nascer
(Fabio Rocha)
domingo, 17 de outubro de 2010
SERESTEIROS DE COPACABANA
em conjunto roubamos
meu amigo
a poesia das horas
cada qual a seu mal, executamos auroras
nos espalhamos em letras e agoras
em bocas e espelhos antigos
antíteses antes que haja algum espaço
para o que chamam
vazio
silencio
essas dores, esses infinitos cacos
de amores platônicos
abissais abismais abismos
(pára-quedas sem laços
do que poderia ter sido)
(Fabio Rocha)
meu amigo
a poesia das horas
cada qual a seu mal, executamos auroras
nos espalhamos em letras e agoras
em bocas e espelhos antigos
antíteses antes que haja algum espaço
para o que chamam
vazio
silencio
essas dores, esses infinitos cacos
de amores platônicos
abissais abismais abismos
(pára-quedas sem laços
do que poderia ter sido)
(Fabio Rocha)
ROSNO PARA A LUA NUA
eu fronteiro o indizível
se tateio o impossível
que lentamente úmido
abre-se em sonhos sem rinite
voluptuosa vida visceral
e veludosa
(contenção explodindo limites)
declamo em versos antigos quase tristes
curvas futuras que sentirei em quente
(quando são)
reclamo cadafalsos enquanto Torquato nãos vãos
(menores)
sonho é pouco, incisivo fato de tanque:
quero sangue e carne e dente e ti-amante
(Fabio Rocha)
se tateio o impossível
que lentamente úmido
abre-se em sonhos sem rinite
voluptuosa vida visceral
e veludosa
(contenção explodindo limites)
declamo em versos antigos quase tristes
curvas futuras que sentirei em quente
(quando são)
reclamo cadafalsos enquanto Torquato nãos vãos
(menores)
sonho é pouco, incisivo fato de tanque:
quero sangue e carne e dente e ti-amante
(Fabio Rocha)
NOTURNO EM LÁ MAIOR
de repente
não mais que de repente
o lá
ficou perto
cruzo o Zuzu Angel
nas madrugadas de sábado
máquina dentro da máquina
voltando pra casa vazia
aventura noturna mística
tendo como palco a pista
onde sonho um encontro de sonho
onde tento tudo o que quero
(tendo tudo o que quero)
(Fabio Rocha)
não mais que de repente
o lá
ficou perto
cruzo o Zuzu Angel
nas madrugadas de sábado
máquina dentro da máquina
voltando pra casa vazia
aventura noturna mística
tendo como palco a pista
onde sonho um encontro de sonho
onde tento tudo o que quero
(tendo tudo o que quero)
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
NATHALIA
nado em teu nome mar
em teu nome caminho sorrisos e sais
por teu nome vôo devagar:
ternura, suavidade, borboletas musicais
na ponta das mãos apontadas para teu nome
sinto a harmonia oculta do universo no cais
(nossos nomes
sem acento
repousam
um no outro)
(Fabio Rocha)
em teu nome caminho sorrisos e sais
por teu nome vôo devagar:
ternura, suavidade, borboletas musicais
na ponta das mãos apontadas para teu nome
sinto a harmonia oculta do universo no cais
(nossos nomes
sem acento
repousam
um no outro)
(Fabio Rocha)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
SORRINDO VERTIGENS
eu me abismo
com a altura
do meu amor
pelo feminino
(Fabio Rocha)
com a altura
do meu amor
pelo feminino
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
ALGUM DIA
quando eu cantar meu grito
sobre a cidade
suas divisórias
seus cubículos...
quando eu cantar meu grito
sobre pessoas quadradas
suportando regras e réguas
planejando planos cartesianos
de dentro de suas camisas quadriculadas...
quando eu cantar meu grito
quer agrade ou não as grades
profecio:
não haverá curva
que não seja
minha
(Fabio Rocha)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
LEMBRANÇAS DO SUL
Débih pra mim
ainda tem
sempre terá
dezoito anos
e aquele sotaque perfumado
(Fabio Rocha)
ainda tem
sempre terá
dezoito anos
e aquele sotaque perfumado
(Fabio Rocha)
FLOR DE LAILA
flor suave e lúgubre
vermelha promessa de satisfação
sinceridade célebre
imprevisível boca
te aceito toda
(sinuosidade selada em sonho e sal)
te aceito toda, como a vida
e abençôo este encontro
(Fabio Rocha)
vermelha promessa de satisfação
sinceridade célebre
imprevisível boca
te aceito toda
(sinuosidade selada em sonho e sal)
te aceito toda, como a vida
e abençôo este encontro
(Fabio Rocha)
UNBELIEVABLE
noite grande
noite alta
eu te reverencio
te sinto o perfume nos cabelos
te beijo o pescoço comprido
noite sem fim
meu sempre
é todo teu
e quando te adentro
noite dentro da noite
barulhenta, superlotada, espelho
cheiro possibilidades, rio desafios
e me estranho enorme...
se nasci velho
morrerei jovem!
(Fabio Rocha)
noite alta
eu te reverencio
te sinto o perfume nos cabelos
te beijo o pescoço comprido
noite sem fim
meu sempre
é todo teu
e quando te adentro
noite dentro da noite
barulhenta, superlotada, espelho
cheiro possibilidades, rio desafios
e me estranho enorme...
se nasci velho
morrerei jovem!
(Fabio Rocha)
domingo, 10 de outubro de 2010
DA DELÍCIA DA TRANQÜILIDADE INERENTE À CERTEZA DO CAFUNÉ
"Já não sou o mesmo caminho esperando numa demora, horizontes. / Sou só uma vontade boba invadindo o abraço, deixando na boca / um coração que não sabe amar superfícies." (Priscila Rôde)
sobre mim gaivotas anjos
sob mim um chão de giz:
a mesma música
e tão diversos sentimentos
no devir do tempo...
caminho
tanto ar
tanto mar
tanta gente
tanto tanto tudo
que me recuso a olhar pequenezas
duplicidades divinais? santíssimas trindades? quartetos fantásticos?
auto-mantra: yes, I can!
ondas passam
abissais navios inclinam
afundo
pois é no profundo
que respiro
paro de nadar contra mim mesmo:
tudo é uma
relaxo
bóio
Caio
(se na volta a mim
sem ar
nem lembrar mais o que sou
melhor ainda:
sou mais a cada reinvenção!)
(Fabio Rocha)
sobre mim gaivotas anjos
sob mim um chão de giz:
a mesma música
e tão diversos sentimentos
no devir do tempo...
caminho
tanto ar
tanto mar
tanta gente
tanto tanto tudo
que me recuso a olhar pequenezas
duplicidades divinais? santíssimas trindades? quartetos fantásticos?
auto-mantra: yes, I can!
ondas passam
abissais navios inclinam
afundo
pois é no profundo
que respiro
paro de nadar contra mim mesmo:
tudo é uma
relaxo
bóio
Caio
(se na volta a mim
sem ar
nem lembrar mais o que sou
melhor ainda:
sou mais a cada reinvenção!)
(Fabio Rocha)
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
LIBERTO
cocares não voam
pena
nada além da lenda importa
palavras soltas
correndo no mato alto
comendo aos saltos
palavras só calcanhares
tudo demasiado vento
(Fabio Rocha)
NATURAL
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
INFINITA
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SER HUMANO (VÍRUS DO PLANETA)
ex-árvore em pó e brasa
esbranquiçando ainda mais a manhã
para que a estrada
possa se alargar
e seguirmos todos
(escarros em carros)
em direção ao progresso
(Fabio Rocha)
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
OUVINDO DJAVAN NO ÔNIBUS PRO TRABALHO
a máquina ruge
engole seres que roncam
quer mais tempo deles
motores quentes
para manter o mundo girando
(e o mundo gira
mesmo sem máquina)
alheios a isso
homens e mulheres
(e seus desejos)
desfazem-se lentamente
em fumaça alva
na branca tez da manhã
(Fabio Rocha)
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domingo, 3 de outubro de 2010
DAS HORAS
tem uma hora serena
em que você cansa do abismo intransponível
e começa a amar o possível
(Fabio Rocha)
em que você cansa do abismo intransponível
e começa a amar o possível
(Fabio Rocha)
sábado, 2 de outubro de 2010
MELINDA E MELINDA (A ENCRUZILHADA)
11:11
minha poesia
se afia
no novo
estranho infinitamente
o novo homem
que os novos amigos
vêem
dançando com bocas vida afora
subindo e descendo
abismos e paixões infindáveis
executando planos de não planejar
eles não acreditariam
em minha origem silenciosa
sempre fui introvertido
tímido
calado
mesmo agora
no meio do caos
no centro
do epicentro da vida
quando dentes
e bocas
e vozes demais
me mastigam
há uma pausa
de quando em vez
no auge do momento de maior riso
me vem aquela seriedade de Batman
aquela falta de agora
vontade de janelas escapatórias
de olhar o nada
e o mais estranho é que não tem nome de mulher a falta
não tem nome de nada
me aceito poeta melancólico
e é quase um carinho e um reencontro
naquelas noites
quando a cidade geme de gente
em som e fúria
naquelas noites
eu caminho pros cantos
devagar quase parando
volto a ser meu porto
e no sereno
serenamente
o silêncio me acolhe
(Fabio Rocha)
minha poesia
se afia
no novo
estranho infinitamente
o novo homem
que os novos amigos
vêem
dançando com bocas vida afora
subindo e descendo
abismos e paixões infindáveis
executando planos de não planejar
eles não acreditariam
em minha origem silenciosa
sempre fui introvertido
tímido
calado
mesmo agora
no meio do caos
no centro
do epicentro da vida
quando dentes
e bocas
e vozes demais
me mastigam
há uma pausa
de quando em vez
no auge do momento de maior riso
me vem aquela seriedade de Batman
aquela falta de agora
vontade de janelas escapatórias
de olhar o nada
e o mais estranho é que não tem nome de mulher a falta
não tem nome de nada
me aceito poeta melancólico
e é quase um carinho e um reencontro
naquelas noites
quando a cidade geme de gente
em som e fúria
naquelas noites
eu caminho pros cantos
devagar quase parando
volto a ser meu porto
e no sereno
serenamente
o silêncio me acolhe
(Fabio Rocha)
LUZES DA CIDADE
sexta-feira santa
star perdido entre amigos
Copacabana se abre em lua
prédios antigos
janelas infindas de solidão nelas
nenhuma mulher nua
(os poetas que chorem a falta que passa dos vidros)
no entanto
no encanto da sexta-feira imprevisível
sob uma igreja
sobre um shopping que tem um puteiro e uma loja de antigüidades
um batuque acorda
acode
sacode a minha tontura:
tudo se pode
tudo é molde
pra se acabar em pizza
ou em samba
(Fabio Rocha)
star perdido entre amigos
Copacabana se abre em lua
prédios antigos
janelas infindas de solidão nelas
nenhuma mulher nua
(os poetas que chorem a falta que passa dos vidros)
no entanto
no encanto da sexta-feira imprevisível
sob uma igreja
sobre um shopping que tem um puteiro e uma loja de antigüidades
um batuque acorda
acode
sacode a minha tontura:
tudo se pode
tudo é molde
pra se acabar em pizza
ou em samba
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
DO BALANÇO DO BARCO
um poema
não como busca
mas como encontro
um poema
aceitação
além de respostas
ou perguntas
todos vão
vêm
nada firme
nada vãos
como estão
de quando em quando
um valsar leve
de ternuras
rodopios
de paixão
e passo atrás
ou não
trens lotados de sono
sono lotado de trens
e essa mesa parada
balançando na água
no nada
sobretudo
mãos dadas enquanto mãos dadas
ondas enquanto ondas
instantâneas fotos
ilusão de versos:
diversas formas
arte_ficiais
de alongar
o agora
fatos que sempre enjoavam
agora ninam
e ninarão enquanto ninarem
nem um segundo além
(Fabio Rocha)
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