sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

OUVI YOUR SONG QUANDO TOCAVA ZECA PAGODINHO

o novo tempo se aproxima

invento paixões
a cada vento

v-e-r-d-a-d-e-i-r-a-s

ah, nossos corações vastos
sorrisos abertos

giramos sem dizer nada
no meio do salão
(mãos dadas)

nome?
sei de você o perfume
o lume
os passos

e seu jeito de me tocar
na madrugada
me Lapa

(Fabio Rocha)

algumas listas sempre incompletas

Seguindo a sugestão do meu amigo Ígor Andrade, vou ressuscitar esta listagem sempre incompleta e mutante. :)

Livros:

. A filosofia na idade trágica dos gregos - NIETZSCHE
. Jung - vida e obra - NISE DA SILVEIRA
. Crepúsculo dos Ídolos - NIETZSCHE
. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral - NIETZSCHE
. Ecce Homo - NIETZSCHE
. Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida - NIETZSCHE
. O Mundo de Sofia - JOSTEIN GAARDER
. Memórias Póstumas de Brás Cubas - MACHADO DE ASSIS
. O Velho e o Mar - HEMINGWAY
. A Caverna - SARAMAGO
. Livro Sobre Nada - MANOEL DE BARROS
. 80 anos de poesia - MARIO QUINTANA
. Antologia Poética - DRUMMOND
. Antologia Poética - MANUEL BANDEIRA
. O Caçador de Pipas - KHALED HOUSSEINI
. Trópico de Câncer - HENRY MILLER
. O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
. Quando Nietzsche chorou - IRVIN D. YALOM
. A cura de Schopenhauer - IRVIN D. YALOM
. Mentiras no Divã - IRVIN D. YALOM
. Memórias de minhas putas tristes - GABRIEL GARCIA MARQUEZ
. Operação Cavalo de Tróia - J. J. BENÍTEZ
. Pensar é Transgredir - LIA LUFT
. Fernão Capelo Gaivota - RICHARD BACH
. O Menino no Espelho - FERNANDO SABINO
. O Mal-estar na Civilização - FREUD
. O Fenômeno Urbano - GEORG SIMMEL
. HQs (Batman, Spawn, Wolverine, HA, X-men, LJ...)
. O Alquimista - PAULO COELHO (só pra contrariar) :
. Memórias do Subsolo - DOSTOIEVSKI
. O Carrasco do Amor - IRVIN D. YALOM
. Aprender a Viver - LUC FERRY
. Os Desafios da Terapia - IRVIN D. YALOM
. Fédon - PLATÃO
. A Genealogia da Moral - NIETZSCHE
. Assim Falou Zaratustra - NIETZSCHE
. A arte de viajar - ALAIN DE BOTTON

Filmes / cinema: (outros no IMDB)

. Matrix (The Matrix, USA, 1999)
. Stalker (Alemanha Ocidental , Rússia, 1979)
. Encruzilhada
. Being There (USA, 1979)
. Lost River (USA, 2014)
. Whatever Works (Tudo pode dar certo, EUA, 2009)
. Só dez porcento é mentira
. Caos Calmo (Quiet Caos, 2008)
. Sociedade dos Poetas Mortos
. Mindwalk
. Perfume de Mulher
. O Último Mestre do Ar
Encontro Marcado (5 to 7, USA, 2014)
. Uma longa viagem (The railway man)
. Que horas ela volta?
. Permanência
. Pina
. Procurando Forrester
. 300
. V de Vingança
. Clube da Luta
. Brilho Eterno de um Mente sem Lembranças
. Vinícius
. Perfume
. Antes do Amanhecer
. Antes do Pôr do Sol
. Escolarizando o Mundo
. Ferrugem e Osso
. Freud Além da Alma
. O Pescador de Ilusões
. Antes da meia-noite (Before Midnight, 2013)
. Love (2015)
. Rocky Balboa
. O Último Samurai
. Moulin Rouge
. Idiocracy (USA, 2006)
. Enter the void (2009)
. Blade Runner - O Caçador de Andróides
. Lua de Fel
. Melhor é Impossível
. Brazil (1985)
. Requiem for the american dream
. O Senhor dos Anéis
. Batman Begins
. Boa Noite e Boa Sorte
. Próxima Parada: Wonderland
. Em Busca da Terra do Nunca
. Closer - Perto Demais
. A Dama na Água
. 8 1/2 - Fellini
. Supersize Me
. Night train to Lisbon
. Shine
. Janela da Alma
. Dogville
. O Sexto Sentido
. E.T. - O Extraterrestre
. Edukators
. De volta para o futuro
. Seven - Os 7 pecados capitais
. A História Sem Fim
. O Feitiço de Áquila
. Minha Amada Imortal
. Nosso Querido Bob
. Harry e Sally: feitos um para o outro
. O Segredo de Beethoven
. Fahrenheit 451
. Drácula, de Bram Stocker
. Mais estranho que ficção
. O Tigre e o Dragão
. Apertem os Cintos o Piloto Sumiu
. Débi e Lóide
. A insustentável leveza do ser
. Bonecas russas
. Morangos Silvestres
. Cenas de um casamento
. A História sem Fim
. Triste fim de Policarpo Quaresma
. WAKING LIFE
. A Máquina
. O Vidente
. Fenômeno
. Assédio (de Bertolucci)
. A Via Láctea
. Terra em Transe
. Asas do Desejo
. A Lenda do Pianista do Mar
. Um Bom Ano
. O Melhor Jogo
. O Maior Amor do Mundo
. O Segredo de Neverwas
. Poder Além da Vida
. Árido Movie
. Muito Além do Jardim
. Medianeras (Argentina, 2011)
. Paris, Texas
. Minha vida
. Sobre Leões e Cordeiros
. A Bússola de Ouro
. Conversas com meu jardineiro
. Meu Nome não é Johnny
. Zeitgeist
. Tiros em Columbine
. Sicko
. Juno
. O Cheiro do Ralo
. Tempos Modernos
. Accepted
. Heróis Imaginários
. Once Upon a Forest - Luc Jacquet
. Mediterrâneo
. O Grande Ditador
. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
. Murderball
. Na Natureza Selvagem (Into the Wild - 2007)
. Duas Vidas (The Kid - 2000)
. Bobby (2006)
. Reine sobre mim (Reign over me - 2007)
. Bird (1988)
. Lembranças de um verão (Hearts in Atlantis, EUA, 2001)
. O Rio de Machado de Assis (Brasil, 1998)
. Um segredo entre nós (Fireflies in the Garden, EUA, 2008)
. Vicky Cristina Barcelona (Espanha, EUA, 2008)
. Fast Food Nation (EUA, 2006)
. Feliz Natal (Brasil, 2008)
. As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, EUA, 1995)
. Não estou lá (I’m not there, EUA, 2007)
. Confiança (Trust, EUA, 1990)
. O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, EUA, 2008)
. Zeitgeist Addendum (EUA, 2008)
. Mal do Século (Safe, EUA, 1995)
. Gran Torino (Gran Torino, EUA, 2008)
. Star Trek (Star Trek, EUA, 2009)
. Trumbo (Trumbo, EUA, 2007)
. A Banda (Bikur Ha-tizmoret / The Band S Visit, Israel / França / EUA, 2007)
. Vivendo e Aprendendo (Smart People, EUA, 2008)
. Sonhos, de Akira kurosawa (Akira Kurosawa's Dreams (1990))
. Luz Silenciosa ( Stellet Licht/ Silent Light, México/ França/ Holanda, 2007)
. Mary & Max (Mary and Max, 2009)
. 500 dias com ela ((500) Days of Summer, EUA, 2009)
. Reflexos da Inocência (Flashbacks of a Fool, Inglaterra, 2008)
. O Poder da Esperança (Music Within, USA, 2007)
. Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, Espanha, 2009)
. Nome Próprio (Brasil, 2008)
. Na Corda Bamba (Sling Blade, USA, 1996)
. Voltando pra Casa (Luo Ye Gui Gen, Getting Home, China, 2007)
. O Último Tango em Paris (Last Tango in Paris; Ultimo Tango a Parigi; Dernier Tango à Paris, França-Itália, 1972)
. Um Homem, Uma Mulher (Un Homme et Une Femme, França, 1966)
. Siddharta (Siddharta, USA, 1972)
. O bandido da luz vermelha (Brasil, 1968)
. Estrela Cintilante (Bright Star, USA, 2009)
. O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos, Argentina, 2009)
. As Horas (The Hours, USA, 2002)
. Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, USA, 2008)
. Nós que aqui estamos por vós esperamos (Brasil, 1998)
. Casa Vazia (Bin-jip, Coréia do Sul, 2004)
. Um beijo roubado (My blueberry nights, China, França, Hong Kong, 2007)
. A Encruzilhada (The Crossing, Turquia, 2010)
. The Sunset Limited (USA, 2011)
. Zeitgeist Moving Forward
. A Ternura (LA TENDRESSE, Dirigido por MARION HÄNSEL, Bélgica, França, 2013)

Lista mais atual no MUBI
Lista mais velha no Netflix:





Músicas:

- Nona Sinfonia - Beethoven
- Sonata ao Luar - Beethoven
- O Trenzinho do Caipira - Villa Lobos
- Tristesse - Chopin
- Adios Nonino - Astor Piazzola
- Bolero - Ravel
- One Man´s Dream - Yanni
- In the Mirror - Yanni
- Reflections of Passion - Yanni
- The End of August - Yanni
- Adagio - Secret Garden
- Nocturne - Secret Garden
- Berceuse - Secret Garden
- Waterfalls - Rick Wakeman
- Into the Realm - Kevin Kern
- Celtic Dream - Enigma
- Tristesse - Marcus Viana
- On My Way Home - enya
- Book of Days - enya
- Chão de Giz - Zé Ramalho
- Flor da Pele - Zeca Baleiro
- Sangrando - Gonzaguinha
- Free Bird - Lynyrd Skynyrd

Teatro:

- Jung e Eu
- Os sete minutos
- A alma imoral
- Apocalipse segundo Domingos de Oliveira
- Chopin & Sand - Romance Sem Palavras
- Simplesmente eu (Clarice Lispector)

Citações:

“Ó homem, conhece-te a ti mesmo. E conhecerás o universo e os deuses.” – Inscrição no frontal do templo de Apolo em Delfos, Grécia Antiga

“Encontrei o inimigo: e ele sou eu!” – Ditado hindu

“Onde irá aquele que se afasta da inocência? A vontade e as bençãos dos céus não acompanham seus atos”. – Confúcio

“Amo e odeio ao mesmo tempo/ Por quê?/ Não sei, mas eu disso padeço.” Catulo

"Conhece-te a ti mesmo" em grego
“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.” Inscrição no oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios (c. 650a.C.-550 a.C.)
“Tudo o que é natural pode ser facilmente satisfeito, ao passo que tudo que é vão é difícil satisfazer.” Epicuro (DL, X, 130)

“Ouse, ouse… ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda … a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!” – Lou Salomé

“Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.” – Machado de Assis

“O homem que sofre antes de ser necessário sofre mais que o necessário.”- Sêneca

“Mas eu, por mim, não posso pensar em nenhum outro estudo que faça a alma olhar para cima, senão o que diz respeito ao Ser e ao invisível.” – Platão, A República

‎”Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam”. – Jack Kerouac

“E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.” - Miguel Sousa Tavares

“Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?” – Nietzsche

“O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.” – Merleau-Ponty

“O destino guia quem o acolhe e arrasta quem a ele resiste.” – Sabedoria Estóica

“Vejo os pombos no asfalto / eles sabem voar alto / mas insistem em catar as migalhas do chão.” – Zeca Baleiro (Blues do Elevador)

“As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveria viagens nem aventuras nem novas descobertas.” – Voltaire

“Além da nobre arte de fazer coisas, existe a nobre arte de deixar coisas sem fazer. A sabedoria da vida consiste na eliminação do que não é essencial” – Lin Yutang

“Cada momento de alegria, cada instante efêmero de beleza, cada minuto de amor são razões para uma vida inteira. A beleza de um momento eterno vale a pena todos os sofrimentos.” – Rubem Alves

“Pois tudo que é grandioso é perigoso; e é verdade, como diz o adágio, que o que é belo é difícil.” – Sócrates (A República – 495a-e)

“Não te envergonhas de tentares adquirir o máximo de riqueza, fama e honrarias, e de não te importares nem cogitares da razão, da verdade e de melhorar o quanto mais a tua alma?” – Sócrates

“É estranho que tudo me seja tão indiferente: isso me assusta. Gostaria tanto de me abandonar, de deixar de ter consciência de minha existência, de dormir. Mas não posso, sufoco: a existência penetra em mim por todos os lados, pelos olhos, pelo nariz, pela boca… e subitamente, de repente, o véu se rasga: compreendi, vi.
A Náusea não me abandonou, e não creio que me abandone tão cedo; mas já não estou submetido a ela, já não se trata de uma doença, nem de um acesso passageiro: a Náusea sou eu.” – Sartre (A Náusea – 1931)

“A leitura de todos os bons livros é qual uma conversação com as pessoas mais qualificadas dos séculos passados.” – Descartes

“Todo desejo incômodo e inquieto se dissolve no amor da verdadeira filosofia.” – Epicuro

“Uma obra de arte deve levar um homem a reagir, sentir sua força, começar a criar também, mesmo que só na imaginação.” – Pablo Picasso

“Seja a mudança que você quer ver no mundo.” – Dalai Lama

“O Grande Segredo é que não há segredos.” – D. H. Lawrence

“Para o homem, enquanto homem, nada tem valor a não ser que ele possa fazê-lo com paixão.” – Max Weber

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” – Theodore Roosevelt

“A vida que não é examinada não vale a pena ser vivida.” – Sócrates

“Ama-se mais aquilo que se conquista com mais dificuldade.”- Aristóteles

“O homem verdadeiramente sábio não diz tudo que pensa, mas pensa tudo quanto diz.” – Aristóteles

“O inferno são os outros.” – Sartre

“A questão não é o que fazem conosco, mas sim o que fazemos com o que fazem conosco.” – Sartre

“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o. ” – atribuída a Nietzsche

“O significado da vida é a mais urgente das questões.” – Albert Camus

“A essência da felicidade é não ter medo.” – atribuída a Nietzsche

“Existe muita loucura no amor, mas também existe muita razão na loucura.” – Nietzsche

“Uma pessoa de raros dons intelectuais, obrigada a fazer um trabalho apenas útil, é como um jarro valioso, com as mais lindas pinturas, usado como pote de cozinha.” – Arthur Schopenhauer

”A vida é um pêndulo que oscila entre o tédio e o sofrimento. A felicidade é apenas uma cessação de ambos!”
Arthur Schopenhauer

“A beleza é triste pois ela está no lugar de algo que se foi.O tempo perdido não pode ser recuperado. Sua beleza só pode ser vivida como ausência: a beleza dói… Magia é isto: invocar o que se foi, mas que continua a nos habitar. Ou será poesia?” – Rubem Alves

“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperá-la. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido…” – Confúcio

“Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons” – Freud

“Amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer” – Lacan

“Todos nós nascemos originais e morremos cópias.” – Jung

“O que Pedro diz sobre Paulo informa muito mais sobre Pedro do que sobre Paulo.” – Jung

“Só se ama o que não se possui completamente.” – Proust

“Você não pode ensinar nada a um homem: você pode apenas ajuda-ló a encontrar a resposta dentro dele mesmo.” – Galileu Galilei

“Quando a maioria dos homens estiver convencida desta idéia (fazer o bem e evitar o mal) (…); procurarão os homens não mais se molestarem uns aos outros, regularão suas instituições sociais – tendo em vista o bem de todos e não o proveito de alguns.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo)

“Não devíamos pensar que o problema é grande demais e que o indivíduo é muito pequeno. (…) O problema pode ser grande, mas se cada indivíduo tomar a iniciativa, haverá uma chance real.” – Dalai Lama (Amor, verdade, felicidade)

“Pra que exportar comida se as armas dão mais lucro na exportação? (…) O senhor da guerra não gosta de crianças” – Renato Russo (Legião Urbana)

“Niguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. As pessoas se libertam em comunhão.” – Paulo Freire

“Do lugar onde estou já fui embora.” – Manoel de Barros (Livro Sobre Nada)

“O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.” – Manoel de Barros (Livro Sobre Nada)

“Pois o belo muda, o saber muda, a inteligência muda, a medida muda. Mas o desejo é inalterável.” – Rubem Fonseca (A Confraria dos Espadas)

“O caminho certo é o do meio.” – Sidarta (Buda)

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” – Saint Exupery

“A vida é o que acontece enquanto estamos pensando em outra coisa.” – Oscar Wilde

“Aprender é mudar.” – Sidarta (Buda)

“A guerra deve ser em vista da paz, a atividade em vista do ócio. As coisas necessárias e úteis em vista das coisas belas. É verdade que é preciso desempenhar uma atividade e combater, mas muito mais importante é estar em paz e em ócio, assim como fazer as coisas necessárias e úteis, mas mais importantes são as coisas belas.” – Aristóteles

“Mais do que a arquitetura, contam os amigos, a vida, e este mundo injusto que devemos resgatar.” – Oscar Niemeyer

“Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também.” (Jesus Cristo – Mateus 7:12)

“Só os medíocres dão o melhor de si o tempo todo.” – Oscar Wilde

“O sonho não acabou! Vamos encarar a realidade. Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu já estive em vários lugares e só me encontrei em mim mesmo.” – Jonh Lennon

“É melhor atirar-se em luta, em busca de dias melhores, do que permanecer estático como os pobres de espírito, que não lutaram, mas também não venceram. Que não conheceram a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra, não agradecem à Deus por terem vivido, mas desculpam-se diante dele, por simplesmente, haverem passado pela vida.” – Bob Marley

“Vamos celebrar a estupidez humana/ A estupidez de todas as nações / Do meu país e sua corja de assassinos, / Covardes, estupradores e ladrões…” – Renato Russo (Legião Urbana)

“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos.” – Lao-Tsé

“Era um pacto de incêndio, contra esse espaço de rotina cinzenta entre o nascimento e a morte que chamam vida.” – Rubem Fonseca (A Confraria dos Espadas)

“Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.” – Cora Coralina

“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.” – Nietzsche

“Todo coração em caos traz uma estrela cintilante .” – Nietzsche

“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você” – Nietzsche (Além do Bem e do Mal)

“Aqueles que compreendem alguma coisa em sua dimensão mais profunda, raramente permanecem fiéis a ela para sempre. Porque expuseram essas profundezas à clara luz do dia; e o que lá se encontra não é em geral agradável de ver.” – Nietzsche

“O maior inimigo da verdade, não é a mentira e sim, a convicção.” – Nietzsche

“A melhor cura para o amor é ainda aquele remédio eterno: amor retribuído.” – Nietzsche

“Qual é a marca da liberdade realizada? Não mais corar de si próprio.” – Nietzsche

“Opiniões públicas, ócio privado.” – Nietzsche

“Uma hipótese irrefutável – por que deveria por essa razão ser ‘verdadeira’? ” – Nietzsche

“Cansados da eterna luta por abrir um caminho pela matéria bruta, escolhemos outro caminho e nos lançamos, apressados, aos braços do infinito. Mergulhamos em nós mesmos e criamos um novo mundo.” – Henrik Steffens

“Somente uma pessoa extremamente superficial pode achar o supérfluo desnecessário.” – Oscar Wilde

“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma… Todo o universo conspira a seu favor!” – Goethe

“A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso e não porque é diferente. Os versos devem tocar nosso próximo, como se ele tivesse lembrado algo que nas noites dos tempos já conhecia em seu coração. A beleza de um poema não está na capacidade que ele tem de deixar o leitor contente. A poesia é sempre uma surpresa, capaz de nos tirar a respiração por alguns momentos. Ela deve permanecer em nossas vidas como o pôr-do-sol: Algo milagroso e natural ao mesmo tempo.” – J. Keats (1795 – 1821)

“Considero a vida humana como uma noite profunda e triste, que não se suportaria se, num ponto ou noutro, não rutilassem repentinos clarões, de uma luminosidade tão consoladora e maravilhosa que seus segundos podem apagar e justificar anos de escuridão.” – Herman Hesse

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.” – Machado de Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas)

“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…” – Clarice Lispector

“O Homem aprendeu a escrever os defeitos no bronze e as virtudes na água.” – Beethoven

“Vencer sem riscos é triunfar sem glória.” – Pierre Corneille

“Que a estrada se abra à sua frente,/ Que o vento sopre levemente às suas costas / Que o sol brilhe morno e suave em sua face, / Que a chuva caia de mansinho em seus campos… / E, até que nos encontremos de novo, / Que Deus lhe guarde na palma de Suas mãos. ” – Prece Irlandesa

LINHA

Planos para o ano novo: curvas.

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AH, MAR ENORME...

olho acima

a nuvem derrama
seu pó no tempo
enquanto o vento
te apaga os restos

te diminui a ponto
de sumir no sangue:
lembrar que te esqueci

(ponto e vírgula)

tatuagens de borboleta
nas mulheres novas e nuas
sobre o branco
sob o azul...

tudo possível!

me encontro quando
em minha própria cama
a abundância puxa
a minha blusa fátua

(Fabio Rocha)

LACAN QUE SE DANE

não vai ser pra sempre
(nada é pra sempre)
mas se eu não acreditar que será
pra que começar?

(Fabio Rocha)

Inspirado no texto linkado aqui.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PROVAR O SEXO

acordo com sua rosa branca nas mãos estupefatas
leio em cada pétala um brilho, um deus e um renascer
(todo eu indubitavelmente vermelho luz)

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

OUTRO ANTIMEDITATIVO

sou tão desapegado
que não me apego nem
ao desapego

(Fabio Rocha)

BIRINIGHT A LA NIETZSCHE

quando a noite é presa
e a música, ruim
o sentido quebra no chão
com estilhaços em mim

a garrafa está vazia
a gente comendo capim
a lua me embriaga numa pia
morremos por nada no jardim

que estou fazendo aqui?

nenhum ponto
nenhuma reta
nenhuma meta

a conta, pelo amor de deus

(Fabio Rocha)

domingo, 26 de dezembro de 2010

MÉTODO CERTINHO

mulher é fruta
que se colhe
direto do pé da noite

(sem intermediários)

...

depois
se morde
o veneno

e se perde

e se fodem
os planos

(curvas eucaristiam
o contínuo aumento
da fome)

(Fabio Rocha)

COM FORTO (MORTO E FARTO)

há os que buscam um grande amor
e há os que casam
(e fingem que encontraram)

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

TRISTEZA NUNCA MAIS

o mais lindo
o mais límpido
o mais puro céu
só depois da tormenta

canto que é no canto
que encanto nuvens de pranto

nem toco a palavra alta
pra não ventar
em meu castelo de cartas
em meu segredo
em meu silêncio

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SORRIO DE JANEIRO A JANEIRO

se uma mulher gigante
mas imensa mesmo
(ainda maior que essa)
se levantasse do mais profundo mar
sem nenhuma Excalibur nas mãos
sem nenhuma explicação
o corpo todo nu, todo são, todo tesão
jogasse os cabelos
e se deitasse
pra tomar sol
na beira da praia
aí então
a paisagem
seria a minha cidade

(Fabio Rocha)

RITMO

o amor é uma dança
entre o destino
e a vontade

(Fabio Rocha)

EU FALO MESMO

quando se constrói planos
pra escapar dos apesares possíveis
e segurança contra os provisórios irremediáveis
um belo dia, se chega na casa de janelas fechadas
adentra suas portas pesadas
e o amor se enforcou em sua cela

(Fabio Rocha)

APAIXONADO

prometo
dobrar e esticar
a língua
além
do seu
limite

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

JESUS CRISTO OU UM CD DO GUNS (HO HO HO)


é nessa época de natal
que lembramos com mais prazer
do que deveríamos ser
perante o julgador boníssimo e celestial

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SÍLABA

enquanto morre um mar
bravo de navio
gravatas silencio
na garganta
um dizer que nem se cabe
nem se sabe

adio
tudo
pra sábado
passado

(Fabio Rocha)

BRANQUINHOS

os seios da poesia
(maravilhas macias)
são vastos
amor-róseos 
querem explodir
a camisa fruta-cor
que os oprime 

(Fabio Rocha)

domingo, 12 de dezembro de 2010

NADA ANTES OU DEPOIS

a vida é
um caminhar devagar
ouvindo Tim Maia
e vendo o Pontal
com a certeza mais certa:
não saber o que a vida é

(Fabio Rocha)

sábado, 11 de dezembro de 2010

AURORA BOREAL

depois da pele solar
no carro anoitar
e sob o luar
beijar beijar beijar
(com rimas simples)
nasce o real
do engano

meteoros de sal
ouvindo Caetano

(Fabio Rocha)

UM POEMA NA VARANDA


o sol é meu escudo
e só
as amendoeiras me conhecem

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

OVELHA NEGRA CHAMPANHARIA


depois do maldito ônibus deixar meu tempo enguiçado
e eu juntar todos os meu cansaços de segunda a quinta
na sexta, meus desatinos tilintam

(Fabio Rocha)

Traduções de meus poemas numa revista literária de São Petersburgo (Rússia)

(Traduções de Ekaterina Balakhonova. Clique acima para ampliar a revista escaneada.)

Os poemas que foram traduzidos, retirados do meu site, abaixo. 3 desses foram publicados na revista literária "Sfinks" ("Esfinge"): "Não pise na grama", "Culpa" e "Vice-Rei".


NÃO PISE NA GRAMA

Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama."

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


TUDO PELOS ARES

Somos anjos perdidos.
Asas mortas no chão
desde a primeira audição
da palavra impossível.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


JANEIRO

O dourado vence o vermelho
no dia nascente.
A revanche: o crepúsculo.

Verão.
Estação de sonhos e ócio.
Já cheira a saudade
antes de esquentar.

Provar as bênçãos
dos bons arcanjos
em trajes de banho
sobre a areia branca

e a irregularidade
dos horizontes
das cidades
do interior
da alma.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


TANGO MIO

Perdi o passo.
Sem equilíbrio,
pisei no pé do caos.

Meu ócio antigo
se embriagava no bar,
cercado de inimigos.

O sonho não realizado
fumava-se, cabisbaixo,
num degrau abaixo.

Adivinhei minha esperança inteira
lá fora, no beco de Bandeira,
mendigando.

Ah, se em minha alma
tocasse funk...

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)


REVELAÇÃO

Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.

Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)


INFÂNCIA

No vento,
Pedrinho perdeu
sua sombra.

- Cadê tua sombra, menino?
Gritou a mãe.

- Só não perde a cabeça porque está presa no pescoço.
Disse a vó.

Pedrinho ria a danar.

Depois foi estudar
enquanto a sombra brincava
de ser noite.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro PRALARVAS)


VICE-REI

Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...

Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.

Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)


PAPEL

De todo o silêncio
ouço só o esplêndido
silêncio das árvores.

Pois o silêncio de quem fala
e cala
é incompleto.

Por isso, ouço o silêncio
distante
das árvores que nunca vi.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro CAMINHO A MANHÃ)


WINDOW

Sou cavaleiro sem donzela
e meu escudo é uma tela.
Se eu não pensasse nela...
Suo frio na capela
se há casamento na novela.
Se eu não pensasse nela...
Sonho meu que não é meu:
já sonhava Romeu.
- Quem sonha? Ela ou eu?

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro A MAGIA DA POESIA)


UMBRAL

Estou trancado.
Lá fora
leões
que amo.
A casa encolheu
ou eu que cresci?
Estou armado até os dentes.
Eles têm fome.
Ouço seus rugidos.
(Algo em mim quer ser um monstro.)
Cansado de ferimentos
olho para a porta
a chave pesando a mão.

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro O OUTRO )



CULPA

Meus passeios
poluem o mundo.

Para ler,
gasto a luz de cidades inundadas.

A geladeira
esburaca a camada de ozônio.

Banhos longos
desertificam o planeta.

Para comer, beber, viver
gasto dinheiro (que nem ganhei).

Meus poemas
derrubam árvores.

Fabio Rocha 
www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


OBS: Assim que soube dessas traduções de meus poemas pra língua de Maiakóvski, postei este
poema.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

GRITO

não me reconheço
no espelho
ou no escrito

(Fabio Rocha)

ENTER


dor
salvar como
poesia

(Fabio Rocha)

SONO


há coisas
detrás das coisas
(detrás das coisas)

se pisco
vejo monstro de folhas secas
(psico-lógico)

dura um exato piscar estranho
o momento lúcido e líquido
quando a cor grita
nada menos do que o sonho

(Fabio Rocha)

LUCYANA

cansado de desalento
me alimento
de seus lábios

(Fabio Rocha)

AFINAL, O QUE QUEREM AS MULHERES?

o amor
é uma equação
insolúvel na água dos olhos

(Fabio Rocha)

domingo, 5 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ESTRELAS

há um espaço de paz em mim
e dentro dele um silêncio doce
que estranho e estréio

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NADA LÁ FORA


quando éramos
ali
os dois
a intensidade do jeito
todo querer possível aos braços presente
o cálice cantando no peito
o mundo um fraco fundo
quando éramos
ali
um
so(l)

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

REVISITA


me dobro a um poema
calmo
como o mar de outono

a mão que rasga e corta
agora acaricia
e acalenta

folhas verdes o vento venta
dançam árvores distantes
em sagrados momentos

(Fabio Rocha)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SER COM SANGUE

trago em mim
cada vez mais
o que sou sem querer

fumaço e passo e bebo

o último contido gole contendo
a fúria dos animais

assino aceito assassino
além dos mais tenros abraços

braços fora dos normais
punhos cerrados

(Fabio Rocha)

LENDA URBANA: O TRABALHO


enobrece
o homem:

e-n-o-b-r-e-c-e

(!)

oito horas
mais o táxi

(Fabio Rocha)

DUAS DÚZIAS DE LARAMARAL


Lara acha Osho chato
e brinca de viver escrita
no dia 23, pra contrariar, faz 24
enquanto Paçoca ronca ao lado
e nossa amizade sorri bonita

camisola longa longa além dos braços e das distâncias
Lara não quer sair no sábado se não dança

Lara branca e colorida
fica aqui dentro, querida...

(Fabio Rocha)

domingo, 21 de novembro de 2010

ALESSANDRA


se cismo
caminho e
caminho até acabar a estrada

então
com o coração acelerado
olho vagarosamente o nada
e volto

o sol na minha cara
é Alessandra do primário
magra e loura e rara
que sozinha dava estrelas
enquanto eu recebia
(abobadamente)
as primeiras sementes
da poesia

(Fabio Rocha)

NUMA MANHÃ DE DOMINGO

silencio o dia pra que a palavra brote do silêncio

chega um tempo em que os pés descalços nem sentem mais o chão
e você bebe água ou mate ou cicuta e tanto faz

chega um tempo em que você caminha
sem nem lembrar de pensar para onde
ou para quê

eu não paro
só pra que a poesia ande

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

DO NÃO DEVER EXPLODIR O PEITO...


não consigo mais
entrar nos moldes do padrão
do que deveria ser feito...

(Fabio Rocha)

ZEN JOGUINHO (PARA A CARA, CLARA E RARA LUCIMARA)

Só uma poeta
(e boa)
pode entender e acalentar outro
que primeiro atira o coração no abismo
e depois vê se voa.

(Fabio Rocha)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SOU POETA!

perco a musa por espanto
jamais o poema
entretanto

(Fabio Rocha)

SOLTEM MEUS BRAÇOS!


natural
como o animal
que come carne
e arde em chamas
quando renasce
de dentro
do próprio
peito

(Fabio Rocha)

DA BUSCA, HOJE

díficil não é beijo
ou sexo
mas caminhar de mãos dadas

(Fabio Rocha)

sábado, 13 de novembro de 2010

ENCONTRO

Vários dias antes eu já adivinho o encontro. Horas antes eu já sou todo ele...

Já deixei o velho para trás, rindo dos mesmos encontros previsíveis semanais ou diários aos quais eu, compromissado e velho, quase me lamentava mas ia, morno quase frio... Hábito seguro de onde o prazer se esvai como areia das mãos, visando futuros previsíveis e repetitivos de contos de infância que nem assim se realizam, nem com todo esse esforço... Meu caro leitor, se, quando a "sua" digníssima te ligar, você não sentir a mais sincera celebração íntima, algo como uma dança ou um nascimento de estrelas, está adiando algo que já acabou. Pode ter certeza. Se houver uma ponta de decepção - mesmo que quase imperceptível - naqueles segundos em que o telefone toca e você vê que é ela, acabou.

Ah, mas hoje estou no hoje. E o hoje é novo. Sou novo. Tudo é o encontro e a preparação pro encontro. A manhã estética, a tarde insone, a meditação impossível, a paz maluca do sábado preenchido... Um perfume de mulher nas narinas e infinitos futuros possíveis brincando de existir... Tudo natural, tudo sem forçar nada a ninguém nem se forçar a nada...

Nunca houve um encontro como esse. Nunca haverá outro. A vida, a cada instante, se mostra deliciosamente nova. Vou puro e sedento, com minha melhor roupa, meu melhor relógio, meu melhor perfume, minha melhor esperança, meu melhor eu. Vou sem nada afiado nas mãos e de peito aberto. Tenho doze anos.

(Fabio Rocha)

VERDES

fecho suave as pálpebras
pros sinais fechados

(respiro sagrados
reaprendo ternuras
antecipo segredos)

abro a vida sutilmente
pros teus olhos

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ARPEJO


o sono plange
minha palavra pura
não sei nada além do sono
(banjos dos anjos sonados)
o sono boceja a céu aberto
indicando mais sono
na previsão do tempo pouco pra dormir
dada pelo apresentador com sono
que, com sono, imagino
numa TV de sonho

(Fabio Rocha)

PORQUE HOJE VOU TE VER


soltei meus cavalos
pelo céu multicor da sexta-feira

e cavalgaram o silêncio
que precede o salto

(nenhum deles tem a menor idéia
mas todos vão com certeza...)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ARRUMAR O JARDIM


o que vier a mim
veio
o que não vier
não veio
e morrerei no fim
velho
na paz de mim

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

HORÁRIO COMERCIAL E REPOUSO REMUNERADO

escrevendo tendo ao infinito

das 8 às 17 horas
sempre sobra tempo

mas depois das 5
me anulo em 1/4

(Fabio Rocha)

PELE CLARA


uma das coisas que aprendi:
não
aprender

(Fabio Rocha)

domingo, 7 de novembro de 2010

MARULHO

O mar me olha
O mar molha
O mar molda (eu mudo)
O mar fala que não há onda derradeira
O mar enorme (maravilha)
Morde e mastiga meus problemas pequenos

O mar morno amolece as pernas maravilhosas das mulheres magras

O mar: a mar ca
Amar: a bar ca

Todos os postes enferrujados
Os postes iguais, enfileirados
Parados
Profundamente enraizados em certezas
Ruirão

Caminho moendo memórias
Molares bipolares
Alfazema nos ouvidos antigos
Milhares de marcas no peito marítimo
E a maluca certeza de mais suor, sal e sorriso

O que não mata fundo
Fortalece
O meu amar
Este mundo:
Melhorar
O poema.

(Fabio Rocha)

VERMELHO AINDA

como pode
nesse peito tão pisoteado
brotarem instantaneamente
tantas flores erradas
tão erradas sempre?

(Fabio Rocha)

sábado, 6 de novembro de 2010

CREPÚSCULO


ela era estrela
ele era sol

se tocavam brevemente
quando os pássaros iam dormir
ou acordavam

(Fabio Rocha)

OBS: O desenho e o convite pra poesia é de Luiza Maciel Nogueira.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PARA LER QUANDO ACHAR QUE ENTENDI ALGO


há casados mais carentes que ermitões
eremitas hereditários em multidões
todos, sem distinções, perdidos
dolorosas solidões aquosas
sem aparentes soluções

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

VERMELHO

a cada nova rosa
que brota em minha vida
crio clareiras no jardim
expurgo o passado de espinhos
arranco possíveis futuros daninhos
sou o sol
chamo a chuva
e todo o universo
que corre por minhas veias
acelerado e vermelho
corre por ela:
a rosa é única
e a rosa é tudo

(Fabio Rocha)

"Descobre onde dorme esquecido, no recôndito da tua mente, do teu coracao, do teu eu mais íntimo, o teu Pequeno Príncipe... E o desperta! Dali pra frente, em um instante, muito do que te parecia importante de repente perderá o valor. O que antes era urgente demais já não tera mais tanta pressa. E o que te deixava infeliz já não poderá mais agir sobre ti." (Exupery)

VA_NESSA

a vida leva voraz
mas traz

vanessa me pediu uma promessa
tão bonita
que prometi

(e voltei aos sete anos de idade
desenhando corações com bic vermelha)

(Fabio Rocha)

domingo, 31 de outubro de 2010

COM SAL



para que ficar cultivando ou freiando
esse amor morto
amor morno?

não posso me guiar por argumentos
mas por intensidades...

não importa o final
desde que comece
(muda a mente)
mutuamente
e seja abissal!

pra que me esforçar cultivando vulcões fracos
possíveis
futuros
(talvez quem sabe)
se na lembrança do que já vivi
sei que podemos ser
infinitos sóis?

sim, há dor quando há fogo e força...
mas se você só quer estabilidade e segurança, meu amor,
morra.

(Fabio Rocha)




OBS: Texto tudo a ver de Osho - Por que fazer concessões?

ALICERCES


se alice me cede
(rainha branca!)
pode cercear o que for
ali a cercaria sem coelhos na cartola
e construiria nosso perder-se um no outro
(gatos rindo com vigor de filme)
meus prédios firmes ruindo
sobre seus alicerces

(Fabio Rocha)

Ô ANA JULIA


ana julia de luz
jura eterna instantânea
(e não acentuada)
de ser possível
ainda
o verbo antigo
sempre verde
o verbo que verte em cada verso
de cada poema novato
antes que a idade traga cortes nos vértices
antes que muros subam para evitar
afagos
e afetos
evoluindo em murros

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PERFUME DE MULHER


Nossos poemas dançam tango, ambos cegos...
E se minha luz estiver no fundo de teus olhos?
E se meus olhos forem teu espelho verdadeiro?

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

VERMELHO BATOM

estar em paz com o universo
torra o saco

prefiro essas revoluções por minuto
olhando a tua boca

quando me sinto capaz
de vergar o impossível
a longa semana entre grades e nãos
com meu sangue fervendo quereres
dançando nas veias
com raiva e volúpia

prefiro o coração batendo

prefiro
ver tudo
vermelho fogo

(Fabio Rocha)

SÍNDROME DO PÂNICO?

certeza
da
finitude

(Fabio Rocha)

DESMEDITO O QUE ME DITAM PELO SALÁRIO

a semana interminável
se arrasta
se repete
arranca-me raiva

eu vario o que consigo
desmedito
rimo ruas
jogo na loto e perco
rôo dentes
e sigo escrevendo

meu tigre enjaulado
incapaz de dormir
nesse maldito ônibus

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ODE AO SERESTEIRO DESCONHECIDO


vivemos um tempo de superficialidade

apresentamos doenças
e arte

precisamos de ansiolíticos
precisamos de yoga
precisamos de osho
precisamos de meditação transcendental

não bastam

porque o amar...
o amar está confuso

(Fabio Rocha)

CINEMASIA


star preso
ao amor em algum lugar do passado
(os fantasmas se divertem e nos protegem)
é presente de grego
é exterminar futuros

(Fabio Rocha)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

QUANDO A MUSA SORRI


caminhar cansado
com sono
sem luta
contra o luto

vagarosamente
o luzir interno
de uma estrela íntima

uma certeza

uma certeza
abrindo sorriso
cá dentro

uma certeza suave

uma certeza tão leve
que não a segredo em palavras
nem ao meu silêncio

(tal qual árvore
com sementes de algodão
à espera do vento)

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

OLHAR VERDE


ao mesmo tempo
estranhamente
tudo certo
e bom
e calmo

a raiz rasgando o plexo
firmando-se
a cada palavra certa
no incerto

gradual e lenta
do banal ao complexo

(Fabio Rocha)

domingo, 24 de outubro de 2010

OLHOS NOS OLHOS DE NATHALIA

o pior é que te acho certa
em querer paz consigo mesma
antes de mais tudo

(admito)

mas a pele perto
quando meu corpo se chega
e a mão se estica

(e escapas)

quando o teu cheiro me toma
e o peito pulsa louco
e expulsa desejo

(olhos em chamas)

quando a palavra adorar
me dança em tua boca beijo
as mesmas sincronias
e seus atos falhos devassam
e as horas somem doces arpejos...

(pausa e chocolate)

em mente
te acho
certa

(mas a mente mente)

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

NIGHT

luto
contra o amor banal

o amor banal
tal qual 
morder uma mariola
e quando
do primeiro caroço
jogar tudo fora

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

POEMINHA REFERENTE


eu queria ser fingidor

ouço estrelas
de ombros tensos
e pé no freio

abro mão
do esforço triunfal
de estar alegre
ou triste

uma parte de mim
parte de todo mundo
e não chega a lugar algum

eu queria ser fingidor

(Fabio Rocha)

OBS.: O dia do poeta é hoje. Parabéns aos companheiros de ins-piração...

DO MEIO DO OURO


do peso
da ordem
do dogma
da dor auto-aflita
da culpa espalhada
(cruzes)
ele acena e sorri,
político,
pela família

(Fabio Rocha)

OBS.: Não resisti, ao ver a foto acima no blog do Edson. :) Aproveitando a fase de maior engajamento político (me segurei até o limite, mas a campanha absurdamente ridícula do PSDB me obrigou a abrir o verbo CONTRA ela), segue um poema de maior engajamento religioso... Afinal, meditando ou não, política e religião INFELIZMENTE ainda existem neste mundo, e ambas se metem na nossa vida.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O AMOR É UM TIPO NATURAL DE MEDITAÇÃO


abriu um sol de domingo
na terça-feira nublada

caminhei em música
sobre a praia eternizada

entre tropeços e recomeços
sentir o cheiro da paz
debaixo das alvoradas

(Fabio Rocha)

OBS: O título é de Osho. :)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SINGELO SEM GELO


sou poeta
movido a musa
mas não abusa

(Fabio Rocha)

MALA DE RECORDAÇÕES (OU SOBRE COMO ABRIR CARTAS COM ESPADAS)

(Inspirado na Laramarante)

meu baú de passado
era uma pasta
mas até a pasta
de mofo, verde, passa

pa-lavra
falsa

caspa de cartas seladas com cuspe

e-terna-idade
morta

meu olhar tudo impregna de findo

nada, absolutamente nada
mais
lindo

(Fabio Rocha)

HORÁRIO DE VERÃO

Atrás da árvore do caos
o céu nem tem força pra nascer

Tem tudo no vegetal seco:
pirilampos, promessas, dores, saudades, esperanças
um sapo com cara
colibris bêbados
bosta
dance music
gaivotas sem mar
sonhos de sexo divinal
mas

Atrás da árvore do caos
o céu nem tem força pra nascer

(Fabio Rocha)

domingo, 17 de outubro de 2010

SERESTEIROS DE COPACABANA

em conjunto roubamos
meu amigo
a poesia das horas
cada qual a seu mal, executamos auroras
nos espalhamos em letras e agoras
em bocas e espelhos antigos

antíteses antes que haja algum espaço
para o que chamam
vazio

silencio
essas dores, esses infinitos cacos
de amores platônicos
abissais abismais abismos

(pára-quedas sem laços
do que poderia ter sido)

(Fabio Rocha)

ROSNO PARA A LUA NUA

eu fronteiro o indizível
se tateio o impossível
que lentamente úmido
abre-se em sonhos sem rinite

voluptuosa vida visceral
e veludosa
(contenção explodindo limites)

declamo em versos antigos quase tristes
curvas futuras que sentirei em quente
(quando são)
reclamo cadafalsos enquanto Torquato nãos vãos
(menores)
sonho é pouco, incisivo fato de tanque:
quero sangue e carne e dente e ti-amante

(Fabio Rocha)

NOTURNO EM LÁ MAIOR

de repente
não mais que de repente
o lá
ficou perto

cruzo o Zuzu Angel
nas madrugadas de sábado

máquina dentro da máquina
voltando pra casa vazia

aventura noturna mística
tendo como palco a pista
onde sonho um encontro de sonho
onde tento tudo o que quero
(tendo tudo o que quero)

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

NATHALIA

nado em teu nome mar
em teu nome caminho sorrisos e sais

por teu nome vôo devagar:
ternura, suavidade, borboletas musicais

na ponta das mãos apontadas para teu nome
sinto a harmonia oculta do universo no cais

(nossos nomes
sem acento
repousam
um no outro)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ALGUM DIA


quando eu cantar meu grito
sobre a cidade
suas divisórias
seus cubículos...

quando eu cantar meu grito
sobre pessoas quadradas
suportando regras e réguas
planejando planos cartesianos
de dentro de suas camisas quadriculadas...

quando eu cantar meu grito
quer agrade ou não as grades
profecio:
não haverá curva
que não seja
minha

(Fabio Rocha)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

LEMBRANÇAS DO SUL

Débih pra mim
ainda tem
sempre terá
dezoito anos
e aquele sotaque perfumado

(Fabio Rocha)

FLOR DE LAILA

flor suave e lúgubre
vermelha promessa de satisfação
sinceridade célebre
imprevisível boca
te aceito toda
(sinuosidade selada em sonho e sal)
te aceito toda, como a vida
e abençôo este encontro

(Fabio Rocha)

UNBELIEVABLE

noite grande
noite alta
eu te reverencio
te sinto o perfume nos cabelos
te beijo o pescoço comprido

noite sem fim
meu sempre
é todo teu

e quando te adentro
noite dentro da noite
barulhenta, superlotada, espelho
cheiro possibilidades, rio desafios
e me estranho enorme...

se nasci velho
morrerei jovem!

(Fabio Rocha)

domingo, 10 de outubro de 2010

DA DELÍCIA DA TRANQÜILIDADE INERENTE À CERTEZA DO CAFUNÉ

"Já não sou o mesmo caminho esperando numa demora, horizontes. / Sou só uma vontade boba invadindo o abraço, deixando na boca / um coração que não sabe amar superfícies." (Priscila Rôde)

sobre mim gaivotas anjos
sob mim um chão de giz:
a mesma música
e tão diversos sentimentos
no devir do tempo...

caminho

tanto ar
tanto mar
tanta gente
tanto tanto tudo
que me recuso a olhar pequenezas

duplicidades divinais? santíssimas trindades? quartetos fantásticos?
auto-mantra: yes, I can!

ondas passam

abissais navios inclinam

afundo
pois é no profundo
que respiro

paro de nadar contra mim mesmo:
tudo é uma

relaxo
bóio
Caio

(se na volta a mim
sem ar
nem lembrar mais o que sou
melhor ainda:
sou mais a cada reinvenção!)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

LIBERTO


cocares não voam

pena

nada além da lenda importa

palavras soltas
correndo no mato alto
comendo aos saltos

palavras só calcanhares

tudo demasiado vento

(Fabio Rocha)

NATURAL


do silêncio
a palavra se desdobra
tal escada
na direção
da mulher amada

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

INFINITA


pra que me contentar com uma estrela
se posso amar
a noite inteira?

(Fabio Rocha)

SER HUMANO (VÍRUS DO PLANETA)


ex-árvore em pó e brasa
esbranquiçando ainda mais a manhã
para que a estrada
possa se alargar
e seguirmos todos
(escarros em carros)
em direção ao progresso

(Fabio Rocha)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

OUVINDO DJAVAN NO ÔNIBUS PRO TRABALHO


a máquina ruge
engole seres que roncam
quer mais tempo deles
motores quentes
para manter o mundo girando

(e o mundo gira
mesmo sem máquina)

alheios a isso
homens e mulheres
(e seus desejos)
desfazem-se lentamente
em fumaça alva
na branca tez da manhã

(Fabio Rocha)

domingo, 3 de outubro de 2010

DAS HORAS

tem uma hora serena
em que você cansa do abismo intransponível
e começa a amar o possível

(Fabio Rocha)

sábado, 2 de outubro de 2010

MELINDA E MELINDA (A ENCRUZILHADA)

11:11

minha poesia
se afia
no novo

estranho infinitamente
o novo homem
que os novos amigos
vêem
dançando com bocas vida afora
subindo e descendo
abismos e paixões infindáveis
executando planos de não planejar

eles não acreditariam
em minha origem silenciosa

sempre fui introvertido
tímido
calado
mesmo agora
no meio do caos
no centro
do epicentro da vida
quando dentes
e bocas
e vozes demais
me mastigam
há uma pausa
de quando em vez
no auge do momento de maior riso
me vem aquela seriedade de Batman
aquela falta de agora
vontade de janelas escapatórias
de olhar o nada
e o mais estranho é que não tem nome de mulher a falta
não tem nome de nada
me aceito poeta melancólico
e é quase um carinho e um reencontro
naquelas noites
quando a cidade geme de gente
em som e fúria
naquelas noites
eu caminho pros cantos
devagar quase parando
volto a ser meu porto
e no sereno
serenamente
o silêncio me acolhe

(Fabio Rocha)

LUZES DA CIDADE

sexta-feira santa
star perdido entre amigos

Copacabana se abre em lua

prédios antigos
janelas infindas de solidão nelas
nenhuma mulher nua
(os poetas que chorem a falta que passa dos vidros)

no entanto
no encanto da sexta-feira imprevisível
sob uma igreja
sobre um shopping que tem um puteiro e uma loja de antigüidades
um batuque acorda
acode
sacode a minha tontura:
tudo se pode

tudo é molde
pra se acabar em pizza
ou em samba

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

DO BALANÇO DO BARCO


um poema
não como busca
mas como encontro

um poema
aceitação

além de respostas
ou perguntas

todos vão
vêm
nada firme
nada vãos
como estão

de quando em quando
um valsar leve
de ternuras
rodopios
de paixão
e passo atrás
ou não

trens lotados de sono
sono lotado de trens
e essa mesa parada
balançando na água
no nada
sobretudo

mãos dadas enquanto mãos dadas
ondas enquanto ondas
instantâneas fotos
ilusão de versos:
diversas formas
arte_ficiais
de alongar
o agora

fatos que sempre enjoavam
agora ninam

e ninarão enquanto ninarem
nem um segundo além

(Fabio Rocha)