terça-feira, 31 de julho de 2007

LEMBRANÇAS PARA EDUARDO E FÁBIO

o sol se dá de
saudades
nos crepúsculos

(no simples, tudo...)

três estrelas abraçadas dançam
agora na câmera lenta da memória
um céu de celebração

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 30 de julho de 2007

MISSÃO POSSÍVEL

um poema perfeito
que abra as portas do peito

um poema profundo
que em você mude o mundo

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

terça-feira, 24 de julho de 2007

BAIRRO: CASTELO (BH)

Terra seca
de meus andares
onde o falar
não diz

Minhas sombras se alongam
por seus caminhos do progresso
com gentes silenciosas
e obras matando árvores

Igrejinhas
longe
no alto
observam

O crepúsculo
se cala
no mesmo tom
de seu barro

E, por estar fora
abençôo as mínimas imperfeições
de cada esquina sem sermões

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Julgar poesia

Eu não sei o quão julgável pode ser um poema... Até porque o que pode ser bom para um, pode ser ruim pra outros. Para mim, poema não é uma certeza científica e sua interpretação deveria ser proibida em provas de múltipla escolha. Quintana dizia que você não lê o poema, é o poema que te lê. Por isso, também, parei de participar de concursos de poesia, em geral. Na primeira "carta a um jovem poeta", Rilke, diz que "basta sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo." Eu concordo. Acho que o mais importante é que o poema e o ato de escrever agrade a quem escreve... Sem falar no ato de criar, em si, tão raro na sociedade em que vivemos. Agora, de preferência, concordo com Rilke, que seja pro escritor algo poderoso, forte, e não apenas uma distração. De resto, vai agradar a uns e desagradar a outros, sempre.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

DISTANTE

Esta noite
eu te amo
(adiante, adiante...)

e pensando
profundo
(e insano)

o que há além
do horizonte
desta noite?

(Fabio Rocha)

"Não sei de nenhuma meta melhor para a vida do que perecer junto ao que é grandioso e impossível (...)"

NIETZSCHE, F. "Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida" Rio de Janeiro: Relume Dumará. 2003 (Tradução: Marco Antônio Casanova) p. 84

segunda-feira, 9 de julho de 2007

VERTIGO VISITOR

minha casa antiga
me visita
em noites insones
onde o devir
(movendo tudo)
me enjoa do mundo

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 6 de julho de 2007

DE OLHOS FECHADOS

(Para Fábio Neto, criador de belos e inspiradores sons)

Cego eu andei
por caminhos negros
de pedras molhadas.

Como gastei pés
procurando certos
na estrada errada...

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

POEMA COM 10 LINHAS COMEÇANDO COM Z, SEM VALER NOMES PRÓPRIOS, PARA GANHAR UM CD, UMA CAMISETA E UM PÔSTER DO ZECA BALEIRO

Não.

(Fabio Rocha)

DEVER

Eu devia dormir

Parar de comer esses biscoitos
agora sem gorduras trans
que não me preenchem

Largar essa internet
sem toques além dos teclados

Expulsar essa vontade de mais

Eu devia dormir

(Fabio Rocha)

PREGANDO O DEVIR

ainda agarrado ao estável
passo o dia em meu imóvel
olhando essa tela amável

(Fabio Rocha)

SE PERDER-SE A SI PRÓPRIO E NÃO A OUTREM

Hora de partir
de parir o corte
apartar a briga
separar da morte
escolher a vida.

(Mas é vida
esse largar pela beirada
toda coisa não concluída?)

(Fabio Rocha)