Para Francisco de Oliveira Santos e Carmen Santos
Azul
era o jardim de inverno
da casa de minha vó.
Usávamos
(com cuidado)
no verão
para tomar chá
com a primavera
em dias de maior
elegância.
Vasinhos azuis com plantas choronas
nas grades das janelas duras
difíceis de abrir.
O ar condicionado
nunca funcionou bem...
Brinquedos meus
de que nem lembrava
perto da esteira elétrica
onde ninguém andava.
Discos antigos
com músicas de amor
que me povoavam
alguma dor
não vivida
(ainda).
(Fabio Rocha)
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
PROTESTO
terça-feira, 23 de outubro de 2007
ASPAS
Não,
meu poema não se faz
no meio do próprio processo criativo
de fazer um poema
em si.
Não se faz através de subjetividades teóricas.
Já estava feito
hoje
por exemplo
quando eu mastigava
(processo maxilatório)
um pão seco
com a boca
plena
de aftas.
(Fabio Rocha)
meu poema não se faz
no meio do próprio processo criativo
de fazer um poema
em si.
Não se faz através de subjetividades teóricas.
Já estava feito
hoje
por exemplo
quando eu mastigava
(processo maxilatório)
um pão seco
com a boca
plena
de aftas.
(Fabio Rocha)
sábado, 20 de outubro de 2007
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
ÁRVORE DE VENTO
não invento escolhas:
encolho-me
perante o universo
(Fabio Rocha)
encolho-me
perante o universo
(Fabio Rocha)
domingo, 14 de outubro de 2007
ASSÉDIO
Antes do tédio,
o amor.
O som
como nunca antes
claro
como brisa
calma
pela casa
velha
crescendo
na
cor.
(Fabio Rocha), após assistir "Assédio", de Bernardo Bertolucci
o amor.
O som
como nunca antes
claro
como brisa
calma
pela casa
velha
crescendo
na
cor.
(Fabio Rocha), após assistir "Assédio", de Bernardo Bertolucci
sábado, 13 de outubro de 2007
CRIANÇAR O DIA
nadar sobre cores
asas de árvores além mãos
velocidade
intuição
criar e destruir
subir e descer
o olhar cheio de fome
de novo
(Fabio Rocha)
asas de árvores além mãos
velocidade
intuição
criar e destruir
subir e descer
o olhar cheio de fome
de novo
(Fabio Rocha)
domingo, 7 de outubro de 2007
UNIÃO DO MEDO
o medo nos une
deu no jornal
(mataram quem resistiu ao assalto)
por isso é preciso
alargar muros
repassar correntes
acender velas
o medo nos eleva
ao status de classe que tem
(medo)
passeemos
por passeatas
pela paz
juntinhos
com a mesma roupa
a mesma direção
e o mesma desejo:
continuar
tendo
(medo)
e passeando
uniformes
por passeatas brancas
enquanto negros morrem de fome na África
(Fabio Rocha)
deu no jornal
(mataram quem resistiu ao assalto)
por isso é preciso
alargar muros
repassar correntes
acender velas
o medo nos eleva
ao status de classe que tem
(medo)
passeemos
por passeatas
pela paz
juntinhos
com a mesma roupa
a mesma direção
e o mesma desejo:
continuar
tendo
(medo)
e passeando
uniformes
por passeatas brancas
enquanto negros morrem de fome na África
(Fabio Rocha)
terça-feira, 2 de outubro de 2007
PRESSA
antes que o fim se chegue
o sonho se alcance
e as tardes se estiquem menos graciosas
antes que a ansiedade se explique
o som se adie
e a palavra se meça
antes, muito antes disso
não
peça
(Fabio Rocha)
o sonho se alcance
e as tardes se estiquem menos graciosas
antes que a ansiedade se explique
o som se adie
e a palavra se meça
antes, muito antes disso
não
peça
(Fabio Rocha)
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