Não leio um poema
sou o poema
Não vejo um filme
sou o personagem
Não leio um filósofo
penso como ele
Caso contrário não me interessa
Tenho pressa
E me vejo agora triste
diante desse Nietzsche
metódico-dogmático-difícil
e inútil para a vida prática
que nasce em aulas tão convincentes
(Fabio Rocha)
5 comentários:
Interessante!
De boníssimo bom grado: não leio este poema, mas o escrevo!
E que é que tanto te prende às aulas?...
Um beijo.
Obrigado, Elliott e Laura!
Laura, essa questão eu já me fiz algumas vezes... Seguem enumeradas metodicamente algumas respostas possíveis. :)
1 - (resposta filosófica) a própria vontade de poder, pois meu eu quer testar o quanto pode suportar teorias que entram em conflito comigo sem deixar de ser ele mesmo (do mesmo modo que as forças da vontade de poder entram em embate a cada instante novamente, graças ao devir)
2 - (resposta poética) a inspiração / sofrimento que tais aulas proporcionam
3 - (outra filosófica, seguindo Alain de Bottom) a vontade de status, pois suportando as aulas poderei um dia dizer que sou Filósofo - com diploma :) (sim, confesso que sim)
4 - tem um lado meu que gosta de ver outras facetas de Nietzsche ou de como interpretá-lo
OBSERVAÇÃO: Devem haver mais respostas - e mais perguntas :)
Obrigada pela resposta detalhada. Mas sugiro mais três possibilidades:
- vício
- hábito
- "o social"
POis é, boas respostas também!
Obrigado a você por ler, oras!
Beijos
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