terça-feira, 15 de abril de 2008

PERIGO: FILOSOFIA SEM VIDA

Não leio um poema
sou o poema

Não vejo um filme
sou o personagem

Não leio um filósofo
penso como ele

Caso contrário não me interessa

Tenho pressa

E me vejo agora triste
diante desse Nietzsche
metódico-dogmático-difícil
e inútil para a vida prática
que nasce em aulas tão convincentes

(Fabio Rocha)

5 comentários:

Lee disse...

Interessante!

Laura disse...

De boníssimo bom grado: não leio este poema, mas o escrevo!

E que é que tanto te prende às aulas?...

Um beijo.

Fabio Rocha disse...

Obrigado, Elliott e Laura!

Laura, essa questão eu já me fiz algumas vezes... Seguem enumeradas metodicamente algumas respostas possíveis. :)

1 - (resposta filosófica) a própria vontade de poder, pois meu eu quer testar o quanto pode suportar teorias que entram em conflito comigo sem deixar de ser ele mesmo (do mesmo modo que as forças da vontade de poder entram em embate a cada instante novamente, graças ao devir)

2 - (resposta poética) a inspiração / sofrimento que tais aulas proporcionam

3 - (outra filosófica, seguindo Alain de Bottom) a vontade de status, pois suportando as aulas poderei um dia dizer que sou Filósofo - com diploma :) (sim, confesso que sim)

4 - tem um lado meu que gosta de ver outras facetas de Nietzsche ou de como interpretá-lo

OBSERVAÇÃO: Devem haver mais respostas - e mais perguntas :)

Laura disse...

Obrigada pela resposta detalhada. Mas sugiro mais três possibilidades:

- vício

- hábito

- "o social"

Fabio Rocha disse...

POis é, boas respostas também!

Obrigado a você por ler, oras!

Beijos