entre a morada
e a namorada
ausência cada vez mais
(Fabio Rocha)
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
VÁ NESSA
MÊS DO SUICÍDIO
em dezembro as ruas choram
luas mudam pro inverno
as promessas se desnudam
e o que resta é o inferno
(Fabio Rocha)
luas mudam pro inverno
as promessas se desnudam
e o que resta é o inferno
(Fabio Rocha)
DA CERTEZA DA MUSA VINDOURA
Minha rosa vermelha
como o mar se abre
no plexo.
Só a mente é obscura.
A rosa é vermelha
e futura.
(Fabio Rocha)
como o mar se abre
no plexo.
Só a mente é obscura.
A rosa é vermelha
e futura.
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
NADA LÁ FORA
quando éramos
ali
os dois
a intensidade do jeito
todo querer possível aos braços presente
o cálice cantando no peito
o mundo um fraco fundo
quando éramos
ali
um
so(l)
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
REVISITA
me dobro a um poema
calmo
como o mar de outono
a mão que rasga e corta
agora acaricia
e acalenta
folhas verdes o vento venta
dançam árvores distantes
em sagrados momentos
(Fabio Rocha)
terça-feira, 23 de novembro de 2010
SER COM SANGUE
trago em mim
cada vez mais
o que sou sem querer
fumaço e passo e bebo
o último contido gole contendo
a fúria dos animais
assino aceito assassino
além dos mais tenros abraços
braços fora dos normais
punhos cerrados
(Fabio Rocha)
cada vez mais
o que sou sem querer
fumaço e passo e bebo
o último contido gole contendo
a fúria dos animais
assino aceito assassino
além dos mais tenros abraços
braços fora dos normais
punhos cerrados
(Fabio Rocha)
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LENDA URBANA: O TRABALHO
DUAS DÚZIAS DE LARAMARAL
Lara acha Osho chato
e brinca de viver escrita
no dia 23, pra contrariar, faz 24
enquanto Paçoca ronca ao lado
e nossa amizade sorri bonita
camisola longa longa além dos braços e das distâncias
Lara não quer sair no sábado se não dança
Lara branca e colorida
fica aqui dentro, querida...
(Fabio Rocha)
domingo, 21 de novembro de 2010
ALESSANDRA
se cismo
caminho e
caminho até acabar a estrada
então
com o coração acelerado
olho vagarosamente o nada
e volto
o sol na minha cara
é Alessandra do primário
magra e loura e rara
que sozinha dava estrelas
enquanto eu recebia
(abobadamente)
as primeiras sementes
da poesia
(Fabio Rocha)
NUMA MANHÃ DE DOMINGO
silencio o dia pra que a palavra brote do silêncio
chega um tempo em que os pés descalços nem sentem mais o chão
e você bebe água ou mate ou cicuta e tanto faz
chega um tempo em que você caminha
sem nem lembrar de pensar para onde
ou para quê
eu não paro
só pra que a poesia ande
(Fabio Rocha)
chega um tempo em que os pés descalços nem sentem mais o chão
e você bebe água ou mate ou cicuta e tanto faz
chega um tempo em que você caminha
sem nem lembrar de pensar para onde
ou para quê
eu não paro
só pra que a poesia ande
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
DO NÃO DEVER EXPLODIR O PEITO...
ZEN JOGUINHO (PARA A CARA, CLARA E RARA LUCIMARA)
Só uma poeta
(e boa)
pode entender e acalentar outro
que primeiro atira o coração no abismo
e depois vê se voa.
(Fabio Rocha)
(e boa)
pode entender e acalentar outro
que primeiro atira o coração no abismo
e depois vê se voa.
(Fabio Rocha)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
SOU POETA!
perco a musa por espanto
jamais o poema
entretanto
(Fabio Rocha)
jamais o poema
entretanto
(Fabio Rocha)
SOLTEM MEUS BRAÇOS!
natural
como o animal
que come carne
e arde em chamas
quando renasce
de dentro
do próprio
peito
(Fabio Rocha)
sábado, 13 de novembro de 2010
ENCONTRO
Vários dias antes eu já adivinho o encontro. Horas antes eu já sou todo ele...
Já deixei o velho para trás, rindo dos mesmos encontros previsíveis semanais ou diários aos quais eu, compromissado e velho, quase me lamentava mas ia, morno quase frio... Hábito seguro de onde o prazer se esvai como areia das mãos, visando futuros previsíveis e repetitivos de contos de infância que nem assim se realizam, nem com todo esse esforço... Meu caro leitor, se, quando a "sua" digníssima te ligar, você não sentir a mais sincera celebração íntima, algo como uma dança ou um nascimento de estrelas, está adiando algo que já acabou. Pode ter certeza. Se houver uma ponta de decepção - mesmo que quase imperceptível - naqueles segundos em que o telefone toca e você vê que é ela, acabou.
Ah, mas hoje estou no hoje. E o hoje é novo. Sou novo. Tudo é o encontro e a preparação pro encontro. A manhã estética, a tarde insone, a meditação impossível, a paz maluca do sábado preenchido... Um perfume de mulher nas narinas e infinitos futuros possíveis brincando de existir... Tudo natural, tudo sem forçar nada a ninguém nem se forçar a nada...
Nunca houve um encontro como esse. Nunca haverá outro. A vida, a cada instante, se mostra deliciosamente nova. Vou puro e sedento, com minha melhor roupa, meu melhor relógio, meu melhor perfume, minha melhor esperança, meu melhor eu. Vou sem nada afiado nas mãos e de peito aberto. Tenho doze anos.
(Fabio Rocha)
Já deixei o velho para trás, rindo dos mesmos encontros previsíveis semanais ou diários aos quais eu, compromissado e velho, quase me lamentava mas ia, morno quase frio... Hábito seguro de onde o prazer se esvai como areia das mãos, visando futuros previsíveis e repetitivos de contos de infância que nem assim se realizam, nem com todo esse esforço... Meu caro leitor, se, quando a "sua" digníssima te ligar, você não sentir a mais sincera celebração íntima, algo como uma dança ou um nascimento de estrelas, está adiando algo que já acabou. Pode ter certeza. Se houver uma ponta de decepção - mesmo que quase imperceptível - naqueles segundos em que o telefone toca e você vê que é ela, acabou.
Ah, mas hoje estou no hoje. E o hoje é novo. Sou novo. Tudo é o encontro e a preparação pro encontro. A manhã estética, a tarde insone, a meditação impossível, a paz maluca do sábado preenchido... Um perfume de mulher nas narinas e infinitos futuros possíveis brincando de existir... Tudo natural, tudo sem forçar nada a ninguém nem se forçar a nada...
Nunca houve um encontro como esse. Nunca haverá outro. A vida, a cada instante, se mostra deliciosamente nova. Vou puro e sedento, com minha melhor roupa, meu melhor relógio, meu melhor perfume, minha melhor esperança, meu melhor eu. Vou sem nada afiado nas mãos e de peito aberto. Tenho doze anos.
(Fabio Rocha)
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VERDES
fecho suave as pálpebras
pros sinais fechados
(respiro sagrados
reaprendo ternuras
antecipo segredos)
abro a vida sutilmente
pros teus olhos
(Fabio Rocha)
pros sinais fechados
(respiro sagrados
reaprendo ternuras
antecipo segredos)
abro a vida sutilmente
pros teus olhos
(Fabio Rocha)
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
ARPEJO
o sono plange
minha palavra pura
não sei nada além do sono
(banjos dos anjos sonados)
o sono boceja a céu aberto
indicando mais sono
na previsão do tempo pouco pra dormir
dada pelo apresentador com sono
que, com sono, imagino
numa TV de sonho
(Fabio Rocha)
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PORQUE HOJE VOU TE VER
soltei meus cavalos
pelo céu multicor da sexta-feira
e cavalgaram o silêncio
que precede o salto
(nenhum deles tem a menor idéia
mas todos vão com certeza...)
(Fabio Rocha)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
CLARK KENT ou ALÉM DO HOMEM
eu amo como um super-herói voa
num rompante
pro alto e avante!
pra ontem!
possante!
eu amo como um super-herói morre
(Fabio Rocha)
num rompante
pro alto e avante!
pra ontem!
possante!
eu amo como um super-herói morre
(Fabio Rocha)
ELA VIRÁ
a vida me nina
na sua vinda
a vida, menina
(Fabio Rocha)
na sua vinda
a vida, menina
(Fabio Rocha)
terça-feira, 9 de novembro de 2010
ARRUMAR O JARDIM
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
HORÁRIO COMERCIAL E REPOUSO REMUNERADO
escrevendo tendo ao infinito
das 8 às 17 horas
sempre sobra tempo
mas depois das 5
me anulo em 1/4
(Fabio Rocha)
das 8 às 17 horas
sempre sobra tempo
mas depois das 5
me anulo em 1/4
(Fabio Rocha)
domingo, 7 de novembro de 2010
MARULHO
O mar me olha
O mar molha
O mar molda (eu mudo)
O mar fala que não há onda derradeira
O mar enorme (maravilha)
Morde e mastiga meus problemas pequenos
O mar morno amolece as pernas maravilhosas das mulheres magras
O mar: a mar ca
Amar: a bar ca
Todos os postes enferrujados
Os postes iguais, enfileirados
Parados
Profundamente enraizados em certezas
Ruirão
Caminho moendo memórias
Molares bipolares
Alfazema nos ouvidos antigos
Milhares de marcas no peito marítimo
E a maluca certeza de mais suor, sal e sorriso
O que não mata fundo
Fortalece
O meu amar
Este mundo:
Melhorar
O poema.
(Fabio Rocha)
O mar molha
O mar molda (eu mudo)
O mar fala que não há onda derradeira
O mar enorme (maravilha)
Morde e mastiga meus problemas pequenos
O mar morno amolece as pernas maravilhosas das mulheres magras
O mar: a mar ca
Amar: a bar ca
Todos os postes enferrujados
Os postes iguais, enfileirados
Parados
Profundamente enraizados em certezas
Ruirão
Caminho moendo memórias
Molares bipolares
Alfazema nos ouvidos antigos
Milhares de marcas no peito marítimo
E a maluca certeza de mais suor, sal e sorriso
O que não mata fundo
Fortalece
O meu amar
Este mundo:
Melhorar
O poema.
(Fabio Rocha)
VERMELHO AINDA
como pode
nesse peito tão pisoteado
brotarem instantaneamente
tantas flores erradas
tão erradas sempre?
(Fabio Rocha)
nesse peito tão pisoteado
brotarem instantaneamente
tantas flores erradas
tão erradas sempre?
(Fabio Rocha)
sábado, 6 de novembro de 2010
CREPÚSCULO
ela era estrela
ele era sol
se tocavam brevemente
quando os pássaros iam dormir
ou acordavam
(Fabio Rocha)
OBS: O desenho e o convite pra poesia é de Luiza Maciel Nogueira.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
PARA LER QUANDO ACHAR QUE ENTENDI ALGO
há casados mais carentes que ermitões
eremitas hereditários em multidões
todos, sem distinções, perdidos
dolorosas solidões aquosas
sem aparentes soluções
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
VERMELHO
a cada nova rosa
que brota em minha vida
crio clareiras no jardim
expurgo o passado de espinhos
arranco possíveis futuros daninhos
sou o sol
chamo a chuva
e todo o universo
que corre por minhas veias
acelerado e vermelho
corre por ela:
a rosa é única
e a rosa é tudo
(Fabio Rocha)
"Descobre onde dorme esquecido, no recôndito da tua mente, do teu coracao, do teu eu mais íntimo, o teu Pequeno Príncipe... E o desperta! Dali pra frente, em um instante, muito do que te parecia importante de repente perderá o valor. O que antes era urgente demais já não tera mais tanta pressa. E o que te deixava infeliz já não poderá mais agir sobre ti." (Exupery)
que brota em minha vida
crio clareiras no jardim
expurgo o passado de espinhos
arranco possíveis futuros daninhos
sou o sol
chamo a chuva
e todo o universo
que corre por minhas veias
acelerado e vermelho
corre por ela:
a rosa é única
e a rosa é tudo
(Fabio Rocha)
"Descobre onde dorme esquecido, no recôndito da tua mente, do teu coracao, do teu eu mais íntimo, o teu Pequeno Príncipe... E o desperta! Dali pra frente, em um instante, muito do que te parecia importante de repente perderá o valor. O que antes era urgente demais já não tera mais tanta pressa. E o que te deixava infeliz já não poderá mais agir sobre ti." (Exupery)
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VA_NESSA
a vida leva voraz
mas traz
vanessa me pediu uma promessa
tão bonita
que prometi
(e voltei aos sete anos de idade
desenhando corações com bic vermelha)
(Fabio Rocha)
mas traz
vanessa me pediu uma promessa
tão bonita
que prometi
(e voltei aos sete anos de idade
desenhando corações com bic vermelha)
(Fabio Rocha)
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