a formiga
anda perdida
pelo cimento
urubus em círculos
nos cinzas dos céus
sem metas
sem rumo
sem pressa
amendoeiras cospem folhas
bem-te-vi não canta
(ser feliz cansa)
a formiga
anda perdida
pelo cimento
um bom poema
só nasce
do vento
( Fabio Rocha )
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
O GRITO
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
BRANCO (HAIKAI)
domingo, 25 de dezembro de 2011
TERCEIRO POEMA PARA CAMILA
Natal não são os padres
que inventaram a culpa
para lhes dar o perdão
Mas Camila dormindo tranqüila
junto ao peito
ouvindo meu coração
( Fabio Rocha )
que inventaram a culpa
para lhes dar o perdão
Mas Camila dormindo tranqüila
junto ao peito
ouvindo meu coração
( Fabio Rocha )
sábado, 24 de dezembro de 2011
FABIO JOSÉ ALFREDO LHE DESEJA...
tenho 3 nomes
e 28 personalidades
a terra tem mais de 7 movimentos
e a natureza se alimenta do caos
sigo não contando
sigamos
cantando!
( Fabio Rocha )
e 28 personalidades
a terra tem mais de 7 movimentos
e a natureza se alimenta do caos
sigo não contando
sigamos
cantando!
( Fabio Rocha )
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Rio de Janeiro, o BOPE da conquista - Rafael Pitanguy
Rio de Janeiro, o BOPE da conquista - Rafael Pitanguy
Garota de Ipanema é a segunda música mais tocada no mundo. Só perde para Yesterday, dos Beatles. A principio, isso parece motivo de festa. ‘Nossa, mas que orgulho para o nosso país’. ‘Nossa, o Tom e o Vinícius levaram o nome do Rio de Janeiro para o planeta inteiro’. ‘Nossa, o Rio de Janeiro é mesmo maravilhoso’. ‘Nossa, e o rebolado da Juliana Paes?’. Tá, muito legal. Eles fizeram um bem danado para o país. Mas, definitivamente, não para os cariocas.
É por causa desse sucesso estrondoso que nasceu um dos maiores infernos do Rio de Janeiro: a marra das cariocas. É claro, a menina sabe que a sua fama de monumento foi parar até em Omsk e Dudinka (dá-lhe War!). Normal. Elas se enchem de orgulho e auto-estima. E tome gordinha de tamanco dando toco em Búzios, tome 0×0 no Baixo Gávea. Tome vodka com RedBull pra dar uma levantada e tentar mais uma.
Foi por causa do doce balanço a caminho do mar que passamos tantos carnavais em Pompeu, Juiz de Fora, Lambari. Na boa, o que leva alguém a sair do Rio de Janeiro, passar pela Urca, por Ipanema e pensar. Uhuuuu, bora pra Lambari. Chegando vamos direto pra aquela praça onde tem umas caixas de som no poste. Porra, na boa.
Por um lado, é bom, porque que os cariocas passam a conhecer mais o país e até o próprio Rio. Incluindo aí os seus espaços mais sórdidos: Rio Sampa, Excentric, Choperia Tropical, ‘Mariozinho’, Rei do Bacalhau da Washington. Tem o primo de um amigo meu que já foi mais de 5 vezes à Coqueluxe. Tá bom, tá bom, fui eu. E foram mais de 10 vezes. Mas não vem não, que seu namorado também já foi lá.
O pior é que a música mais famosa do país não é apenas uma ode à mulher carioca. É um poema ao toco dado pela mulher carioca. Aí, fica fácil, né, recebe elogio e ganha musiquinha pra vir e passar, pra deixar o cara tão triste, tão sozinho. Tá explicado.
Por favor, não que o Rio não tenha mulheres absurdas e tal. O problema é com a relação geográfica. Aquela gata da faculdade com quem você sonhou a vida toda, e que só ficava com aquele cara fortinho, de camisa meio desbotada da Osklen, que chegava de bicicleta na praia e tocava Jorge Ben no violão – então, esse mesmo. Ou aquela outra que você pirou no colégio, e que só ficava com aquele cara fortinho, de camiseta meio desbotada da Osklen, que chegava de bicicleta na praia e que estava aprendendo a tocar Jorge Ben no violão – então, esse mesmo. Nunca foi impossível ficar com elas. Impossível era ficar com elas no Rio. Porque no Rio, todas acham que têm um pouco de Helô Pinheiro.
Ai, inventam a festa do Castelo em Itaipava. Itaipava! E a festa a fantasia de Teresópolis. Teresópolis! Lá pode, né? Não é Rio. Pagou pedágio, pode. Ok. Carnaval em Salvador, então? Que maravilha. “Ê ô, ê ô, que bom, você chegou. Bem-vindo a Salvador…”
E, no fundo, Tom e Vinicius são os incentivadores e, por que não, empreendedores de diversos segmentos da economia de nosso balneário. Tenho certeza de que a Garota de Ipanema não malhava na Academia. Nem tinha feito aplique, nem comia salada no Doce Delicia. É a busca pelo helopinheirismo que impulsionou o crescimento e os investimentos em todas as áreas relativas à estética. Tanto a feminina como a masculina. Porque o Rio de Janeiro é a única cidade do mundo onde esquisito é quem não malha.
Malhação é um ciclo. Às vezes de decaderabolin, às vezes de winstrol. As mulheres, por serem cariocas e, portanto, dificílimas, começam a malhar para se diferenciarem e entrarem na categoria ‘impossíveis’. Os homens, como o número de impossiveis aumenta, malham sem parar, tentando transformá-las em ‘quem sabe um dia’.
E, assim, cria-se também o maior número de caras mestres na conquista do país (expressão amplamente empregada por meu avô). Quando o assunto é a paquera, crescer no Rio é treinar no BOPE, e sentir que quando você chega em outra cidade, todos são guardas municipais, daqueles que andam de bicicleta na Lagoa. Você, de escopeta e caveirão. Obviamente, é caveira, meu capitão.
Esse é o momento de elevação do carioca: o jogo fora de casa. Que bonito ver a bola rolando assim, redondinha. Sem defesa, sem barreira, sem falta. O futebol moleque. E é nessa hora que, sofrido, você resolve agradecer pela segunda música mais tocada do mundo. No fundo, ela cumpriu uma função muito maior. Ao tentar deixar os cariocas prontos para as cariocas, acabou deixando os cariocas prontos para o mundo.
Rafael Pitanguy
Garota de Ipanema é a segunda música mais tocada no mundo. Só perde para Yesterday, dos Beatles. A principio, isso parece motivo de festa. ‘Nossa, mas que orgulho para o nosso país’. ‘Nossa, o Tom e o Vinícius levaram o nome do Rio de Janeiro para o planeta inteiro’. ‘Nossa, o Rio de Janeiro é mesmo maravilhoso’. ‘Nossa, e o rebolado da Juliana Paes?’. Tá, muito legal. Eles fizeram um bem danado para o país. Mas, definitivamente, não para os cariocas.
É por causa desse sucesso estrondoso que nasceu um dos maiores infernos do Rio de Janeiro: a marra das cariocas. É claro, a menina sabe que a sua fama de monumento foi parar até em Omsk e Dudinka (dá-lhe War!). Normal. Elas se enchem de orgulho e auto-estima. E tome gordinha de tamanco dando toco em Búzios, tome 0×0 no Baixo Gávea. Tome vodka com RedBull pra dar uma levantada e tentar mais uma.
Foi por causa do doce balanço a caminho do mar que passamos tantos carnavais em Pompeu, Juiz de Fora, Lambari. Na boa, o que leva alguém a sair do Rio de Janeiro, passar pela Urca, por Ipanema e pensar. Uhuuuu, bora pra Lambari. Chegando vamos direto pra aquela praça onde tem umas caixas de som no poste. Porra, na boa.
Por um lado, é bom, porque que os cariocas passam a conhecer mais o país e até o próprio Rio. Incluindo aí os seus espaços mais sórdidos: Rio Sampa, Excentric, Choperia Tropical, ‘Mariozinho’, Rei do Bacalhau da Washington. Tem o primo de um amigo meu que já foi mais de 5 vezes à Coqueluxe. Tá bom, tá bom, fui eu. E foram mais de 10 vezes. Mas não vem não, que seu namorado também já foi lá.
O pior é que a música mais famosa do país não é apenas uma ode à mulher carioca. É um poema ao toco dado pela mulher carioca. Aí, fica fácil, né, recebe elogio e ganha musiquinha pra vir e passar, pra deixar o cara tão triste, tão sozinho. Tá explicado.
Por favor, não que o Rio não tenha mulheres absurdas e tal. O problema é com a relação geográfica. Aquela gata da faculdade com quem você sonhou a vida toda, e que só ficava com aquele cara fortinho, de camisa meio desbotada da Osklen, que chegava de bicicleta na praia e tocava Jorge Ben no violão – então, esse mesmo. Ou aquela outra que você pirou no colégio, e que só ficava com aquele cara fortinho, de camiseta meio desbotada da Osklen, que chegava de bicicleta na praia e que estava aprendendo a tocar Jorge Ben no violão – então, esse mesmo. Nunca foi impossível ficar com elas. Impossível era ficar com elas no Rio. Porque no Rio, todas acham que têm um pouco de Helô Pinheiro.
Ai, inventam a festa do Castelo em Itaipava. Itaipava! E a festa a fantasia de Teresópolis. Teresópolis! Lá pode, né? Não é Rio. Pagou pedágio, pode. Ok. Carnaval em Salvador, então? Que maravilha. “Ê ô, ê ô, que bom, você chegou. Bem-vindo a Salvador…”
E, no fundo, Tom e Vinicius são os incentivadores e, por que não, empreendedores de diversos segmentos da economia de nosso balneário. Tenho certeza de que a Garota de Ipanema não malhava na Academia. Nem tinha feito aplique, nem comia salada no Doce Delicia. É a busca pelo helopinheirismo que impulsionou o crescimento e os investimentos em todas as áreas relativas à estética. Tanto a feminina como a masculina. Porque o Rio de Janeiro é a única cidade do mundo onde esquisito é quem não malha.
Malhação é um ciclo. Às vezes de decaderabolin, às vezes de winstrol. As mulheres, por serem cariocas e, portanto, dificílimas, começam a malhar para se diferenciarem e entrarem na categoria ‘impossíveis’. Os homens, como o número de impossiveis aumenta, malham sem parar, tentando transformá-las em ‘quem sabe um dia’.
E, assim, cria-se também o maior número de caras mestres na conquista do país (expressão amplamente empregada por meu avô). Quando o assunto é a paquera, crescer no Rio é treinar no BOPE, e sentir que quando você chega em outra cidade, todos são guardas municipais, daqueles que andam de bicicleta na Lagoa. Você, de escopeta e caveirão. Obviamente, é caveira, meu capitão.
Esse é o momento de elevação do carioca: o jogo fora de casa. Que bonito ver a bola rolando assim, redondinha. Sem defesa, sem barreira, sem falta. O futebol moleque. E é nessa hora que, sofrido, você resolve agradecer pela segunda música mais tocada do mundo. No fundo, ela cumpriu uma função muito maior. Ao tentar deixar os cariocas prontos para as cariocas, acabou deixando os cariocas prontos para o mundo.
Rafael Pitanguy
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
POESIA ROMÂNTICA, POESIA DE AMOR, POESIA?
o amor
é uma dança
só erros
lança mórbida mútua
sem meta
sem ritmo
descompasso eterno de ternuras
mar de quases
nascer pleno de fenecer
(e de medo de fenecer)
um esforço sem rumo
( Fabio Rocha )
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
MAS PRA QUE ESSE ESFORÇO?
fera
ah, grade
que só agrada
quando prende o outro
(e a ambos enfraquece)
( Fabio Rocha )
que quando não fere
prende
que quando não presa
fere
ah, grade
que só agrada
quando prende o outro
(e a ambos enfraquece)
postergação natimorta de promessa insolúvel
mútua-mente
( Fabio Rocha )
DE LISTRAS
domingo, 18 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
MARÉ (PROMESSA)
amar é
e arde
sem porquê
se e somente se
queimar-se como fim
que sendo fim
não finda
e todos os monstros, linda
tem mesmo que ter
brotando do ralo que pinga
do acaso, de Netuno, da impossível moringa
pra abastecer o peito negro de dor
cato os cacos de caos e casos passados
enterrados em jamais
pois ainda podem se juntar em luz
e risos de coringa
novos céus
(meus e seus)
sobre arco-íris
azuis
( Fabio Rocha )
e arde
sem porquê
se e somente se
queimar-se como fim
que sendo fim
não finda
e todos os monstros, linda
tem mesmo que ter
brotando do ralo que pinga
do acaso, de Netuno, da impossível moringa
pra abastecer o peito negro de dor
cato os cacos de caos e casos passados
enterrados em jamais
pois ainda podem se juntar em luz
e risos de coringa
novos céus
(meus e seus)
sobre arco-íris
azuis
( Fabio Rocha )
DÉJA VÙ
asas
casas sem telhados
paz de pássaros
(provisória)
dentro do tempo instante
um poema se repete
este?
este?
este?
escrever é perder-te
um poema se repete
este?
este?
este?
escrever é perder-te
( Fabio Rocha )
"(...) entre a Filosofia e a Psicologia reina uma conexão indissolúvel, conexão esta que se deve à inter-relação de seus objetos; em resumo: o objeto da Psicologia é a alma, e o objeto da Filosofia é o mundo.(...)" Jung
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
para Bruce Lee
não imite
não irrite
siga o punho:
não há
limite
(Fabio Rocha)
não irrite
siga o punho:
não há
limite
(Fabio Rocha)
"(...) E sempre impuser limites ao que faz, fisicamente ou de qualquer outra maneira, isso vai se disseminar por todos os outros setores da sua vida. Vai atingir seu trabalho, sua moralidade, todo o seu ser. Não há limites. Há patamares, mas não podemos parar neles, precisamos ir além. Se morrer; Morreu. Todo homem precisa se exceder constantemente (...)" (Bruce Lee)
(...) Bruce Lee afirmou que a luta servia apenas como uma metáfora para os seus ensinamentos. Frequentemente influenciado pelo Budismo, Taoísmo, e pelo Krishnamurti. Mesmo assim, Bruce Lee afirmava que não acreditava em Deus e nem possuía uma religião. (...)
Leia o texto completo no Papo de Homem. Achei genial. Lembrei também de Nietzsche, que considerava o pensar como movimento do corpo, e do poeta Guerra Junqueiro, em sua anti-religiosidade e de minha própria fascinação pela luta, Filosofia e arte, que se misturam de quando em vez em poemas mais revoltados. Minha forma de lutar. :)( Fabio Rocha )
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
AVESSO EM VERSO
sou chato
não gosto de festas
não rio de piadas
não ligo pra futebol
mas danço alto
e respingo o céu com arte
se te vejo suave
ouvindo chico buarque
(Fabio Rocha)
não gosto de festas
não rio de piadas
não ligo pra futebol
mas danço alto
e respingo o céu com arte
se te vejo suave
ouvindo chico buarque
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
VISUAL-OLFATIVO-LÂNGUIDO
o perfume das rosas
não espinha
espio então
(e danço)
sem perder a minha
(Fabio Rocha)
não espinha
espio então
(e danço)
sem perder a minha
(Fabio Rocha)
domingo, 11 de dezembro de 2011
MATRIX É A NONA SINFONIA COM IMAGEM
através da palavra
sou
não sendo:
mudo
falo
tudo
o que calo
e Você?
o que tem feito
com o tempo que lhe foi dado
para o mundo que lhe foi pesado?
a mensagem invisível
toca seus olhos?
o som do silêncio
beija seus ouvidos?
tem visitado
onde mora seu sagrado?
(Fabio Rocha)
sou
não sendo:
mudo
falo
tudo
o que calo
e Você?
o que tem feito
com o tempo que lhe foi dado
para o mundo que lhe foi pesado?
a mensagem invisível
toca seus olhos?
o som do silêncio
beija seus ouvidos?
tem visitado
onde mora seu sagrado?
(Fabio Rocha)
sábado, 10 de dezembro de 2011
COM OU SEM SAL
o amor:
anti-palavra
desgastada dança sobre vidros
temperados
que mastigo
(Fabio Rocha)
anti-palavra
desgastada dança sobre vidros
temperados
que mastigo
(Fabio Rocha)
domingo, 4 de dezembro de 2011
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