ADIO O poema que não me dorme
Desejo pousar a mão enorme
Na pele mais proibida
Que vejo
Percevejo a paz de ser cego
e em Santa CRUzzzzzzz CHOve
*
palavras e águas
escorrem
em muros brancos velhos meio tortos
limo da infância que não há
pomba branca
madrugada escura
não HÁ cura
perco poemas na rua
*
medito e não medito
do meio disso o interdito
interestadual ônibus feira depois
que nunca chega
*
adio há dias
meses
vidas
*
MAIÚSCULA voz que não digo
tudo de que não saio
saia que não depende de mim
no entanto
olhos que vêem
fora do agora
só agonia
ANESTESIO um poema
que me anestesia
*
pensamento acelerado por
dormir pouco pra curtir a vida
dormir mal sobre a omoplata vencida
dormir torto pra melhorar a coluna
procurar motivos por dormir mal
e sonhar com ela beijando outro
*
o pólipo do poliamor é benigno
deve ser cortado sem risco
calculado sem anestesias
vivido em fuga
fugido em vida
correndo, correndo
atrás de um rabo
ou um cargo
ou um míssil que exploda esta bosta toda
que CALO
(Fabio Rocha)
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