terça-feira, 27 de maio de 2008

CASA DA VÓ

Pedrinho se fascinou do ser f-o-r-m-i-g-a.

Olho de lupa,
cientista quando crescer...
Amava-as no vidro com açúcar.

Aí, de repente, amanhã
veio titia católica
e lhe mostrou a culpa cristã.

Pedrinho chorou lágrimas de dó
e abriu o vidro
de geléia de mocotó.

(.....................................)

(Fabio Rocha)

6 comentários:

Onishiroi disse...

Ahhh, depois dos parênteses, meu segundo artifício favorito são as reticências (adoro fazê-las na vertical, em três versos com apenas um ponto cada... me dão a sensação de que o poema escorre, fica mais vertical).
A separação do formiga em letras é interessante, mas acho que sonoramente fica chato (a palavra é muioto grande para se soletrar em uma declamação. Embora fique belo escrito).
O último verso é épico, simplesmente excelso (muitos poemas meus terminam de forma semelhante XD).

Devo dizer, porém, que tenho a leve sensação de que algo da idéia me escapou. Eu sinto como se minha percepção apenas arranhasse a superfície de seu significado.

Ja-ne. Como foi na prova?

Fabio Rocha disse...

Sonoramente, sei lá, acho quase todo poema ruim, gosto é de poema lido mesmo e não "declamado". Se bem que até lido tem um som na nossa mente, né? Ah, a formiga chegia de hífen foi uma tentativa de inovação formiguística... :) Depois me diga o que é excelso que te digo o que tem no final e por baixo do poema. :) Poema explicado é pior que piada.

Na prova, pra variar, falei até mais do que pediram e você? :)

Abraços

Stella disse...

Poxa, como gostei do poema! Definitivamente marcaria!
Acho que todos somos um pouco Pedrinho. Com as "formigas" e com a culpa.
beijos
meus

Fabio Rocha disse...

Oi, mor

Poxa, não levei tanta fé nesse poema quando saiu... :)

Valeu pelo apoio!

Beijos

Anônimo disse...

Adoro formiga
num vidrinho de açúcar
sem tampa..




Abraços, flores, estrelas.

Fabio Rocha disse...

Edson, eis aí um comentário bem seu... livertário até pras formigas. Abração!