segunda-feira, 9 de junho de 2008

DA IMPORTÂNCIA DAS METAS IMPOSSÍVEIS

vaso de folha antiga
quebrado inteiro

folha de palmeira
quase asa

vento ligeiro
pássaro a passar

regurgito sabiás do passado
e rememoro a meta infantil:

voar

(Fabio Rocha)

8 comentários:

Onishiroi disse...

Mudou o título. Acho que preferia o primeiro. Não sei, a idéia de rememorar metas e o voar me fizeram pensar um pouco sobre a coisa. Realmente, voar era uma meta minha, e tenho deixado ela de lado.
ENfim, bom poema. Me faz pensar bastante, de fato.
Ja-ne. Bem, eu quase sempre gosto dos seus poemas.

Stella disse...

Lindo o poema nostálgico. Imagético. Assisto ao menino-sabiá, sinto o cheiro verde das folhas e a meiguice da casa da avó.
E senti sim, como é voar :-)
Beijos sonhadores

ah, marcaria e desenharia estrelas ao redor :-)))

Fabio Rocha disse...

Obrigado, Moisés e Stella

Acho que vou mudar o título... A meta é que deve ser destacada, acho (e eu também havia me esquecido dela, Moisés).

Stella, saudade docê! :)

Onishiroi disse...

Gostei do novo título. Realmente, a meta de voar deve ser destacada com toda a atenção possível. Afinal, é justamente isso que vivemos esquecendo. Eu tinha esquecido porque fazia filosofia, acredita?
Ja-ne. Geminiano, elemento favorecido: Ar.

Onishiroi disse...

Quando li o poema pela primeira vez ele me lembrou vagamente um poema meu, ams na hora não achei importante. Agora que foi levantado o problema da meta de voar, porém, ele me pareceu crescer em importância.
Deve ser lembrado que as vezes não só esquecemos que queríamos voar, como acreditamos estar voando. Imaginamos ser livres, estar no céu, mas temos pés presos no chão. Esquecemos que sonhávamos com o vôo dos pássaros, e aceitamos o vôo dos aviões. O poema que cito foi escrito para retratar fugas da realidade, mas acho que ele trabalha a questão do vôo falso adequadamente.

Voando

A pressão atmosférica desce conforme subo aos céus
O ar rarefeito não toca meus pulmões
Meu diesel queimando monooxida o ar
Mas estarei longe antes de me afetar

Mach 1, mach 2, digital a informar
Ponteiros e botões para o vôo controlar
Pés pedais, mãos no manche, dedo no click para atirar
Com toda a liberdade, destruir e voar

Na casca de metal que do vento esconder
Asas falsas e corpo forte a um fraco conceder
Liberto engana-se no limitado espaço
Quem é carregado não conhece o vôo do pássaro

E acha que é forte ao não ver nenhum problema
Por fugir deles tão rápido que a própria vida um dilema


Nunca consegui me decidir se o título deveria ser esse ou Voando alto, e realmente queria mudar os dois primeiros versos apra que o soneto todo rime, mas, probleminahs a parte, acho que ele cai bem na situação.
Ja-ne. Esse poema nem é tão velho assim.

Anônimo disse...

amor, que saudade louca
até daqui te leio, meu rei
Gostei sim do novo título! Continuaria marcando e desenhando ao redor do poema.

Beijos cansados
meus
Stella

Fabio Rocha disse...

Belo poema, Moisés! Trabalho bem a imagem de um guerreiro do ar num caça hoje em dia... Vôo e liberdade falsas com certeza. Quanto ao título voando alto parece bom também mas talvez seja meio lugar-comum, né? Sei lá. Fiquei com a mesma dúvida. XD Abração

Stella, saudades!! Beijos

Anônimo disse...

Quando eu era pequena, disse , um dia que ia escrever um livro e que o título dele seria "Eu borboleta".
Me sentia uma verdadeira borboleta recém formada, pronta pra se livrar do casulo e ganhar o céu.
Voar parece ser um desejo de todo mundo... seja quando pequeno, misturado à uma crença de que as coisas são realmente mágicas, seja em qualquer outra época vinculado a um ímpeto pela liberdade ..., pela libertação de nem se sabe o que.