"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
MUR(R)O
ah, perante estas paredes de metal
vil vil vil vil mais vil que os ruibarbos de barba ruiva
despudorado dispo meu desejo
de plenitude
de mais do que esta merda
despudorado explodo palavras de desordem e desacato
(a quem interessar possa)
poça de água enferrujada
debaixo da grade enferrujada
que me cerca
estou começando a melhorar no ping-pong
mas o sentido se esvai por estas mãos de décadas
que melhoram pouco a pouco no ping-pong
e se emputecem nos finais de semana ainda mais
vazios
porque melhorar no ping-pong
não basta
mãos e nãos
sempre sempre sempre a me guiar
pelos caminhos
errados
sobreviventes com pouco
pouco a pouco
pouco sendo
sendo menos
menos ainda
louco
ah, perante estas paredes de metal
dentro destas horas comerciais
escrevo!
escrevo a mão que grita
com minha lua em leão
se nascendo dragão!
(escrevo a libertação
que não tenho)
(Fabio Rocha)
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