criamos
por meio de carimbos, musgos e líquens
a planície estéril do escritório
onde sentamos e nos reunimos
planejando novas cadeiras e reuniões
nos prendemos a isso.
a fingir ser isso...
de manhã, o trânsito pra ir
de tardinha, o trânsito pra voltar
e nunca
jamais
chegar
(Fabio Rocha)
3 comentários:
Escravos de necessidades criadas.
Muito bom. Parei pra pensar em cada linha.
:-)
Muito bom o poema (o final dá noção do labirinto que somos e que criamos). Os musgos e líquens ali no começo significando duplamente: o que é (vida ramificada que escapa ao asséptico escritório) e também tomado figurativamente, como o que se faz rasteiro, incrustado (rotina menor entre carimbos, na planície estéril). Presos nesse tudo que não somos, fingimos ser.
obrigado!
roberta, análise profunda q me fez entender novos sentidos do q escrevi!!
bjs
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