terça-feira, 8 de novembro de 2011

SEM TÍTULOS

criamos
por meio de carimbos, musgos e líquens
a planície estéril do escritório

onde sentamos e nos reunimos
planejando novas cadeiras e reuniões

nos prendemos a isso.
a fingir ser isso...

de manhã, o trânsito pra ir
de tardinha, o trânsito pra voltar
e nunca
jamais
chegar

(Fabio Rocha)

3 comentários:

Rebeca dos Anjos disse...

Escravos de necessidades criadas.
Muito bom. Parei pra pensar em cada linha.
:-)

Roberta disse...

Muito bom o poema (o final dá noção do labirinto que somos e que criamos). Os musgos e líquens ali no começo significando duplamente: o que é (vida ramificada que escapa ao asséptico escritório) e também tomado figurativamente, como o que se faz rasteiro, incrustado (rotina menor entre carimbos, na planície estéril). Presos nesse tudo que não somos, fingimos ser.

Fabio Rocha disse...

obrigado!

roberta, análise profunda q me fez entender novos sentidos do q escrevi!!

bjs