Sofro de excessos.
Nada em mim
é pouco
no rio rouco
do risco solto.
(Por isso
rabisco
versos...)
Amo.
Sofro.
Sinto.
Demais!
Ideais à parte
agora escolho limites
pra me libertar.
Pois se tudo for janela
nessa casa velha
o telhado
fica por demais pesado.
(Fabio Rocha)
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
domingo, 25 de outubro de 2009
AFETOS
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sábado, 24 de outubro de 2009
TELESCÓPIO
A ciência contempla
mais e mais vastidões
de universo árido
em todos os cantos das galáxias.
Enquanto isso
nascemos
crescemos
reproduzimo-nos
e morremos
sem tempo
pra sermos
o m-i-l-a-g-r-e
que somos.
Sem tempo
pra querer
o que queremos.
(Fabio Rocha)
mais e mais vastidões
de universo árido
em todos os cantos das galáxias.
Enquanto isso
nascemos
crescemos
reproduzimo-nos
e morremos
sem tempo
pra sermos
o m-i-l-a-g-r-e
que somos.
Sem tempo
pra querer
o que queremos.
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
SORRINDO
estou de pé
bato a espada no escudo
venha o que vier
(Fabio Rocha)
bato a espada no escudo
venha o que vier
(Fabio Rocha)
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domingo, 18 de outubro de 2009
ONDE ESTAREI DAQUI A 5 ANOS
Enquanto
o pensamento
(falado)
racional
causal
não contraditório
lógico
(o nome, o lugar, a identidade, o cpf)
vencer, dominar, controlar
o corpo
a sensação
o sentimento
o agora
o todo
o sonho
a mudança
o desejo
cuspirei espaços...
Cuspirei espaços
pois é acre o gosto do padrão normal
do pai, do padre, do patrão, do vizinho
nos definindo
nos encolhendo
o corpo, a alma, a percepção.
Fechados em horas eternas sem tempo
entre muros, paredes e grades curriculares menores menores menores
ou seguindo velhos caminhos empoeirados
em vez de criar caminhos aéreos.
Vou semeando sozinho
letras, silêncios e espaços.
(Fabio Rocha)
o pensamento
(falado)
racional
causal
não contraditório
lógico
(o nome, o lugar, a identidade, o cpf)
vencer, dominar, controlar
o corpo
a sensação
o sentimento
o agora
o todo
o sonho
a mudança
o desejo
cuspirei espaços...
Cuspirei espaços
pois é acre o gosto do padrão normal
do pai, do padre, do patrão, do vizinho
nos definindo
nos encolhendo
o corpo, a alma, a percepção.
Fechados em horas eternas sem tempo
entre muros, paredes e grades curriculares menores menores menores
ou seguindo velhos caminhos empoeirados
em vez de criar caminhos aéreos.
Vou semeando sozinho
letras, silêncios e espaços.
(Fabio Rocha)
INÚTIL E BELO
a surfista
sem olhares alheios
elegante voa
cortando azuis
até a areia
(Fabio Rocha)
sem olhares alheios
elegante voa
cortando azuis
até a areia
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
SOLIDÃO NÃO SER DERROTA
Para Stella
Ora, podeis amar estrelas...
(De certo, perdeste o nexo... )
E a estrela
a mesma estrela feito
uma estrela outra
desce do céu ao plexo
transmutada em pássaro.
Pássaro negro, noite
cantando outras eras
sons dourados, cortes
onde eu era herói...
Mas o herói
é a criança
que propositalmente
se esquece de crescer.
Sigo só.
O pássaro engrandece
em ausência e força.
Respiro.
Asas tece o peito:
dor elegante
que devagar me abraça
e me fortalece.
(Fabio Rocha)
Ora, podeis amar estrelas...
(De certo, perdeste o nexo... )
E a estrela
a mesma estrela feito
uma estrela outra
desce do céu ao plexo
transmutada em pássaro.
Pássaro negro, noite
cantando outras eras
sons dourados, cortes
onde eu era herói...
Mas o herói
é a criança
que propositalmente
se esquece de crescer.
Sigo só.
O pássaro engrandece
em ausência e força.
Respiro.
Asas tece o peito:
dor elegante
que devagar me abraça
e me fortalece.
(Fabio Rocha)
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terça-feira, 6 de outubro de 2009
Roteiro da poesia brasileira: Anos 2000 - Fabio Rocha
Uma maravilhosa notícia... Que quero dividir com vocês: Estou entre os 46 poetas selecionados como mais representativos do Brasil na década para fazer parte do volume "Anos 2000" da elogiada coleção "Roteiro da Poesia Brasileira", da Global Editora, composta pelos volumes abaixo:
Meus poemas selecionados, do livro "Corte":
(OBS: O poema "E ATENÇÂO:" saiu cortado, sem o final, por alguma falha... Vou colocar ele completo no final.)
Sei que essa coleção é muito usada por estudantes de Letras país afora, pela qualidade do trabalho. O que me deixa ainda mais orgulhoso. Como vai desde as origens de nossa poesia até os anos 2000, estou ao lado simplesmente de Gregório de Matos, Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo, Olavo Bilac, Drummond, Quintana, Bandeira, Leminski, de basicamente todos os meus mestres (o que por si só, já me deixa feliz a ponto de poder morrer em paz :) ), e dos poetas contemporâneos abaixo:
Achei muito bom o trabalho da Global Editora. Aqui vão algumas resenhas que achei sobre o projeto da coleção Roteiro da Poesia Brasileira:
http://www.resenhando.com/resenhas/r21108.htm
http://rascunho.gazetadopovo.com.br/onde-cantam-e-emudecem-todos-os-sabias/
http://bahiadefato.blogspot.com/2009/02/adelmo-oliveira-no-roteiro-da-poesia.html
O poema completo:
E ATENÇÃO:
Devo comer este bife mal passado
tentando esquecer que vai me engordar,
o colesterol ruim,
a vaca louca,
os triglicerídeos,
a vaca louca,
que pode ter cisticercos,
a vaca louca,
o coliforme 157,
ou ainda,
a vaca louca.
Devo mastigar esta alface sem pensar nas planárias,
beber esta água sem sentir o vibrião colérico na garganta.
Devo ignorar este mosquito que me morde – com listrinhas na bunda,
possível portador da dengue tipo 3,
que pode ser mais grave para quem já teve a 2 ou a 1.
Devo inspirar sem sentir o gás carbônico,
piorando o efeito estufa.
Devo parar de suar, no ar condicionado,
sem a culpa de destruir a camada de ozônio.
Devo passar estes dias a esperar o telefone tocar
tentando me convencer de que estou bem,
que estou de férias
e que não estou esperando você ligar.
Apesar de estar em casa,
ajudando a destruir o mundo,
esperando o telefonema sagrado
e absorvendo informações demais.
(Fabio Rocha)
domingo, 4 de outubro de 2009
PODA
ela calada
eu mudo
tudo
era
ela
perdendo ela
perco tudo
(perdendo tudo
ganho o mundo)
(Fabio Rocha)
eu mudo
tudo
era
ela
perdendo ela
perco tudo
(perdendo tudo
ganho o mundo)
(Fabio Rocha)
sábado, 3 de outubro de 2009
INSIGHT
De alguma forma
empurro as mais importantes mãos
que me amparam...
R-e-p-e-t-i-d-a-m-e-n-t-e...
Por não admitir
a dependência
da minha vida
a mãos outras.
(O sol saiu,
justo agora,
iluminando
minha metáfora...)
Sou a rosa morta
na encosta antiga
cheia de espinhos
precisando d´água.
(Fabio Rocha)
empurro as mais importantes mãos
que me amparam...
R-e-p-e-t-i-d-a-m-e-n-t-e...
Por não admitir
a dependência
da minha vida
a mãos outras.
(O sol saiu,
justo agora,
iluminando
minha metáfora...)
Sou a rosa morta
na encosta antiga
cheia de espinhos
precisando d´água.
(Fabio Rocha)
DESTROCANDO
Está vendo essa felicidade
aí nas suas mãos, Stella?
Mesmo destroçada, é minha...
Destrocou-se tudo
(livros, CDs e demais inutensílios)
mas faltou
você devolver ela.
(Fabio Rocha)
aí nas suas mãos, Stella?
Mesmo destroçada, é minha...
Destrocou-se tudo
(livros, CDs e demais inutensílios)
mas faltou
você devolver ela.
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
PHOENIX SORRINDO
Novamente indo
aonde o medo aumenta
(longe, longe do conforto morto)
conversei em Inglês
com duas loiras australianas
que falavam Alemão
andando na ciclovia.
Não conheciam Nietzsche nem Beethoven,
mas o céu estava particularmente
lindo...
(Fabio Rocha)
aonde o medo aumenta
(longe, longe do conforto morto)
conversei em Inglês
com duas loiras australianas
que falavam Alemão
andando na ciclovia.
Não conheciam Nietzsche nem Beethoven,
mas o céu estava particularmente
lindo...
(Fabio Rocha)
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
DA INUTILIDADE DAS FOTOS
Eu e ela
no arpoador
sobre o mar
sobre minha cama.
Há tanto tempo ali
o retrato
o sorriso
o hábito
que já nem a via.
Hoje
tudo acabado
a foto brilha...
(Fabio Rocha)
no arpoador
sobre o mar
sobre minha cama.
Há tanto tempo ali
o retrato
o sorriso
o hábito
que já nem a via.
Hoje
tudo acabado
a foto brilha...
(Fabio Rocha)
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