caramujo saindo da casca
(será que chove?)
coloco a mão para fora da cobertura do telhado
(Pessoa para fora da possibilidade do soco)
engatinho letra a letra
na lama lúgubre
venta
de quando em vez encolho antenas
(mulheres de Atenas)
chove
não enche
Barros me lêem
samurai
não mais que de repente
estar de pé
e o primeiro passo
não tão primeiro
na estrada nova
não tão nova
virão âmbar e pedra e tudo novo de novo não tão novo
(tão certo como dois e dois são cinco)
mas vou sem lenço sem documento
viver dez, viver cem, viver mil
sorrio sem o menor motivo
(me dê motivo...)
e escolho o ritmo dos passos
não sei ser parado
nem Madre Tereza de Calcutá
sempre ando armado de música
e cabem cantos no espaço
Santa Clara, clareai!
luz do sol
eu passarinho
(Fabio Rocha)
Um comentário:
Que bonito!
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