domingo, 20 de junho de 2010

VOLTANDO PRA YOGA

parei de adiar a parada
depois da caminhada

sem hora pra voltar
sem ter que fazer nada
sem ter que conseguir tudo

a Terra abaixo girando devagar
um piano gravado em algum tempo
em algum lugar
é meu som

ciclistas passando numa competição
ciclistas morrendo caídos no chão
(ambulâncias, alto-falantes, produtos, empresas, logomarcas...)

eu respirando fora da pista
fora da pressa
o ar gelado, o vento bom

sem esperar
nada de ninguém
nada do destino
nada de mim mesmo
nenhuma iluminação
bastando poder pagar
os três reais pela água de coco
e me esquentar ao sol
olhando o mar

(Fabio Rocha)

2 comentários:

Marina Mott disse...

sem ter que conseguir nada...sem esperar nada...respirando! liberdade...

Amanda disse...

E no fim do expediente em um escritório...
-Parem de me pressionar!
-Não sei onde pode estar!
-Não há mais onde procurar!
!!
(quero ser um poema!)



Uff...
Ainda bem que temos seus poemas para limpar nossas mentes sobrecarregadas no fim da tarde... ^^'