parei de adiar a parada
depois da caminhada
sem hora pra voltar
sem ter que fazer nada
sem ter que conseguir tudo
a Terra abaixo girando devagar
um piano gravado em algum tempo
em algum lugar
é meu som
ciclistas passando numa competição
ciclistas morrendo caídos no chão
(ambulâncias, alto-falantes, produtos, empresas, logomarcas...)
eu respirando fora da pista
fora da pressa
o ar gelado, o vento bom
sem esperar
nada de ninguém
nada do destino
nada de mim mesmo
nenhuma iluminação
bastando poder pagar
os três reais pela água de coco
e me esquentar ao sol
olhando o mar
(Fabio Rocha)
2 comentários:
sem ter que conseguir nada...sem esperar nada...respirando! liberdade...
E no fim do expediente em um escritório...
-Parem de me pressionar!
-Não sei onde pode estar!
-Não há mais onde procurar!
!!
(quero ser um poema!)
Uff...
Ainda bem que temos seus poemas para limpar nossas mentes sobrecarregadas no fim da tarde... ^^'
Postar um comentário