quinta-feira, 24 de junho de 2010

EROSÃO EÓLICA

sou esse estado de pedra
imponente e firme
perene preciso protegido

mas há muito
invento:
também sou vento

vento quer passares
pedra quer certezas

mas se sou pedra
e pedra se desfaz
a cada "aqui jaz"

rói
gasta
trinca
acaba

mas sou vento
o verbo do aéreo
o passar do pássaro

se me tocares
não como vento
mas como pedra
se me tocares
racho
me desfaço em a_mares
e mais duma vez reerguer-me-ei da areia da finitude
novo e árido e duro

se me tocares
não como pedra
mas como vento
se for possível tal intento
não como pedra
mas como vento
se assim me olhares
seremos o momento
nada mais
perfeito

(Fabio Rocha)

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