é preciso cair na esbórnia
homem ou mulher
garfo ou colher
um tempo ou sempre
é preciso cair na esbórnia:
ama-se melhor
na paz da fartura
do que na agonia da fome
(Fabio Rocha)
"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
ENTRE TANTO MUNDO
entretanto dançamos
sobretudo dançamos
todas as distâncias
se reduzindo
num macio toque
num perfume
em nada...
entretanto dançamos
do nada
(os corpos
se entendem
instantaneamente)
sua palavra
me tirando do passo
suas mãos
nas minhas mãos:
pássaros
dançamos
sobre_tudo
(Fabio Rocha)
sobretudo dançamos
todas as distâncias
se reduzindo
num macio toque
num perfume
em nada...
entretanto dançamos
do nada
(os corpos
se entendem
instantaneamente)
sua palavra
me tirando do passo
suas mãos
nas minhas mãos:
pássaros
dançamos
sobre_tudo
(Fabio Rocha)
CANSAÇO DA ESBÓRNIA
não ter assunto
falando alto
lutemos sob luzes que piscam
mas não iluminam
música pra não ouvir sua boca
trevas pra não ver sua pele
álcool pra não degustar sua azeda s-u-p-e-r-f-i-c-i-a-l-i-d-a-d-e
dancemos
(iéiééé)
não
não nos enganemos:
nada em mim quer mais essa porra
(costas que se afastam da mão)
tudo não faz efeito
dá no mesmo
tanto faz
(somos mais)
comida cara
e eu com fome de macarrão
infinitas possibilidades
de solidão acompanhada
dito isto
após enormes progressos conquistados na tentativa
(arerê no ouvido e, na boca, batatas)
chega de dar murro em ponta de faca
daqui pra frente, sem imundície:
isto é sangue, suor e burrice
(Fabio Rocha)
falando alto
lutemos sob luzes que piscam
mas não iluminam
música pra não ouvir sua boca
trevas pra não ver sua pele
álcool pra não degustar sua azeda s-u-p-e-r-f-i-c-i-a-l-i-d-a-d-e
dancemos
(iéiééé)
não
não nos enganemos:
nada em mim quer mais essa porra
(costas que se afastam da mão)
tudo não faz efeito
dá no mesmo
tanto faz
(somos mais)
comida cara
e eu com fome de macarrão
infinitas possibilidades
de solidão acompanhada
dito isto
após enormes progressos conquistados na tentativa
(arerê no ouvido e, na boca, batatas)
chega de dar murro em ponta de faca
daqui pra frente, sem imundície:
isto é sangue, suor e burrice
(Fabio Rocha)
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
BORDERLINE
tudo é beira
e beira alta
do salto ao solto
céu e chão
mas vem
sem parar
sem correr
a nova mão
asa
a nova mão
alimenta acalentos
e contraltos
sem contratos
só tato
pó
tato
potato portanto
apenas tudo
(Fabio Rocha)
e beira alta
do salto ao solto
céu e chão
mas vem
sem parar
sem correr
a nova mão
asa
a nova mão
alimenta acalentos
e contraltos
sem contratos
só tato
pó
tato
potato portanto
apenas tudo
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A MARÉ
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011
RESISTIR É PRECISO
a menina que voltou a viver pela poesia
e passou a dobrar calças todo dia
as mesmas dobras
as mesmas calças
nas mesmas horas
no mesmo lugar
não consegue mais escrever poesia
sua agonia me persegue
(Fabio Rocha)
e passou a dobrar calças todo dia
as mesmas dobras
as mesmas calças
nas mesmas horas
no mesmo lugar
não consegue mais escrever poesia
sua agonia me persegue
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
RAVE
solilóquio rouco de solidões ocupadas
banheiros ocupados
sal na pele suada
um beijo uma luta uma noite e depois
nada
(Fabio Rocha)
SUPERMAN
o canto do encanto se quebrou
ficou só aquele velho menino
cansado de cair do sonho
no entanto
querendo ainda voar
(Fabio Rocha)
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vontade
MY (QUICK) ROMANCE
início de sonhos possíveis altos, altos, altos
possíveis prantos futuros tantos, tantos, tantos
ansiedades se espantam
pranto final.
(Fabio Rocha)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
SEMENTES QUENTES DA REVOLUÇÃO
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
CASA DA VÓ
da casa lascada
pelas frestas
descendo a escada
entre árvores velhas
serpenteando me acerta em cheio
a tristeza do pássaro na gaiola de madeira
no meio da vista que arde
bem ali em frente
na vista que arde
presa em alguma parte
da manhã de domingo
(Fabio Rocha)
pelas frestas
descendo a escada
entre árvores velhas
serpenteando me acerta em cheio
a tristeza do pássaro na gaiola de madeira
no meio da vista que arde
bem ali em frente
na vista que arde
presa em alguma parte
da manhã de domingo
(Fabio Rocha)
TENSÃO NO TRABALHO
escrito no escritório:
cansaço perene do movimento vão
pedra que sou
estátua que não move fingindo ser carne movente
fingindo ser rocha
fingindo ser gente
acoplada à mesa cinza
enquanto estabilizadores
estalam
(Fabio Rocha)
cansaço perene do movimento vão
pedra que sou
estátua que não move fingindo ser carne movente
fingindo ser rocha
fingindo ser gente
acoplada à mesa cinza
enquanto estabilizadores
estalam
(Fabio Rocha)
IMPLOSÃO
poesia
é minha prece
se a vida apressa
feito louca
se o amor não desce
do céu da boca
pouco importa:
a poesia
é minha prece
(Fabio Rocha)
é minha prece
se a vida apressa
feito louca
se o amor não desce
do céu da boca
pouco importa:
a poesia
é minha prece
(Fabio Rocha)
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
É FATO
eu sei que tudo que vejo são meus olhos
(esses imbecis exagerados)
mesmo assim as tardes tardam
(e-ter-ni-da-des)
sem o teu sorriso
(Fabio Rocha)
(esses imbecis exagerados)
mesmo assim as tardes tardam
(e-ter-ni-da-des)
sem o teu sorriso
(Fabio Rocha)
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
VERBO COSER
(inspirado na poesia de Darla)
ela quer ainda. quer de novo. está pronta, hoje... se levanta feminina, leve, delicada, coberta de flores ao vento. quer coser novamente seu vermelho numa cor alheia. mesmo as dores dos rasgos valem a beleza do tecido.
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
ELA ERA POETA NUM DOMINGO BOM
ela atrasou mas era ela
sem peripécias ou máscaras
era ela
prevista do fundo dos mares trêmulos
sentida nas torres destruídas
erguendo-se de presságios molhados:
era ela
na hora exata
na hora perfeita
ela gigante
dez horas passaram doces
chocolate branco
me derretendo em seu toque de mão dada
perto presente possível
agora
inteira
sem nove horas
(Fabio Rocha)
sem peripécias ou máscaras
era ela
prevista do fundo dos mares trêmulos
sentida nas torres destruídas
erguendo-se de presságios molhados:
era ela
na hora exata
na hora perfeita
ela gigante
dez horas passaram doces
chocolate branco
me derretendo em seu toque de mão dada
perto presente possível
agora
inteira
sem nove horas
(Fabio Rocha)
sábado, 8 de janeiro de 2011
GUIA PRÁTICO DA SEPARAÇÃO DOLOROSA (A PEDIDOS)
1 - Nunca confie em guias normativos metodicamente elaborados, principalmente numerados;
2 - Teve algo bom, muito bom. Admita e tente se lembrar apenas disso;
3 - Quanto mais doer, melhor você se transformará;
4 - Se tiver raiva, use essa energia para impulsionar sua mudança e expansão;
5 - Se tiver pensamentos obsessivo-racionalizante-analíticos do que deu errado, lembre-se de usá-los apenas para não repetir tudo exatamente igual no próximo relacionamento, sem torturar-se;
6 - Olhando com bons olhos, verá que nada deu errado. Aceite. Entregue. Confie. Abra-se ao que vier;
7 - Curta a fase boa que é estar solteiro, a deliciosa imprevisibilidade das noites de sexta-feira, a liberdade ampliada, as estrelas olhando você caminhando apenas sobre seus dois pés, as infinitas possibilidades se abrindo na estrada adiante;
8 - Experiencie e curta com mais paz seus amigos (se perdeu todos, novos virão...);
9 - Seja seu amigo;
10 - Deixe ir leve o amor, sorrindo pra vida que vem. Tudo - tudo mesmo - muda, flui, passa, morre... E isso é belo!
(Fabio Rocha)
2 - Teve algo bom, muito bom. Admita e tente se lembrar apenas disso;
3 - Quanto mais doer, melhor você se transformará;
4 - Se tiver raiva, use essa energia para impulsionar sua mudança e expansão;
5 - Se tiver pensamentos obsessivo-racionalizante-analíticos do que deu errado, lembre-se de usá-los apenas para não repetir tudo exatamente igual no próximo relacionamento, sem torturar-se;
6 - Olhando com bons olhos, verá que nada deu errado. Aceite. Entregue. Confie. Abra-se ao que vier;
7 - Curta a fase boa que é estar solteiro, a deliciosa imprevisibilidade das noites de sexta-feira, a liberdade ampliada, as estrelas olhando você caminhando apenas sobre seus dois pés, as infinitas possibilidades se abrindo na estrada adiante;
8 - Experiencie e curta com mais paz seus amigos (se perdeu todos, novos virão...);
9 - Seja seu amigo;
10 - Deixe ir leve o amor, sorrindo pra vida que vem. Tudo - tudo mesmo - muda, flui, passa, morre... E isso é belo!
(Fabio Rocha)
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
DIRECIONAMENTO
é preciso o caos
pra nascer a rosa
a rosa brota lenta
e carinhosa
a rosa
dos ventos
que vejo e invento
sob a sua
roupa cheirosa
(Fabio Rocha)
pra nascer a rosa
a rosa brota lenta
e carinhosa
a rosa
dos ventos
que vejo e invento
sob a sua
roupa cheirosa
(Fabio Rocha)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
CELESTEIRO
eu celesto como quem respira
pois celestar é verbo de ligação
entre o real e o sonho
exemplo clássico de celestagem:
você, loura e desconhecida, me pergunta as horas sorrindo
e eu ouço pianos
e o céu se abre em cabelos de sol
e seus dentes me são claros como promessas...
(Fabio Rocha)
UIVO
(Para Allen Ginsberg)
caminhamos
os poetas se escondem
entre pratas roubadas e pulgas
em apartamentos ínfimos abaixo dos metrôs
em comportamentos íntimos expostos
em manicômios e alucinações auto-impostas
tomando choques de realidade constantemente
batendo de automóvel em comportamentos estabelecidos
sofrendo na solidão dos eternos inícios entre bocas nos cinemas
um milhão de promessas de amor fodidas, todas sagradas, tudo sagrado
presos por cimento e concreto na literalidade azul de Alcatraz
presos na pobreza da prosa monetária auto-ajuda sem sangue nem presas
rebelam-se voando em cores de telhados
suicidas agarrando a vida pela camisa só pra gritar na sua cara: "Estou vivo!"
fortalecidos ou mortos
fortalecidos ou mortos pelo poema da vida
derramam-se hidroterapeuticamente doces em bueiros porcos
dão aulas de educação moral e cívica em puteiros
sobrevivem nos cantos
têm epifanias na última porta fechada com perfume às quatro da manhã
sob o peso do belo mais pútrido
sem nenhuma visão da Eternidade além da pele feminina
só por causa dos cantos
de sua própria garganta
(gargalo de prantos e planos)
seguimos nos arrastando lindamente pro alto, aranhas de poucas pernas
seguimos além do muro
além
da
palavra
sonho
(Fabio Rocha)
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OCEÂNICO
como o coco
que cai
se parte
em arte
e molha o deserto
como a pintura de nuvens
na alvorada fria
que ninguém nota
como o vento
faz do mato
mar
como amar
em silêncio
(Fabio Rocha)
que cai
se parte
em arte
e molha o deserto
como a pintura de nuvens
na alvorada fria
que ninguém nota
como o vento
faz do mato
mar
como amar
em silêncio
(Fabio Rocha)
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
ODES NETUNIANAS
vejo os homens retangulares
em exercícios de vida regulares
moldando-se em cubos de gelo
métodos e ciências em cubículos de ser
contidos se contendo e ensinando a se conter
tomando ansiolíticos em vez de LSD
e vendo novelas em TVs de LCD
mas aí vejo você, tão perto
e nada em mim pode não ser explosão e fogo
mas aí vejo você, vulcão
e numa frase apenas ouço a nona de Beethoven
mas paro
paro pois acredito ainda nos homens quadrados
e no meu passado de dor e cegueira
cegueira recorrente
suicídios múltiplos
embainho a espada
e guardo meu máximo num poema
(Fabio Rocha)
em exercícios de vida regulares
moldando-se em cubos de gelo
métodos e ciências em cubículos de ser
contidos se contendo e ensinando a se conter
tomando ansiolíticos em vez de LSD
e vendo novelas em TVs de LCD
mas aí vejo você, tão perto
e nada em mim pode não ser explosão e fogo
mas aí vejo você, vulcão
e numa frase apenas ouço a nona de Beethoven
mas paro
paro pois acredito ainda nos homens quadrados
e no meu passado de dor e cegueira
cegueira recorrente
suicídios múltiplos
embainho a espada
e guardo meu máximo num poema
(Fabio Rocha)
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ANTIMEDITATIVO
querer
não querer
já é querer
(Fabio Rocha)
não querer
já é querer
(Fabio Rocha)
NADAR EM VEZ DE BOIAR
tento deixar
as águas me levarem
sem luta
mas pulsam em meu braço direito
um dragão, uma raiva e uma vontade
capazes de inverter
o fluxo das cachoeiras
(Fabio Rocha)
as águas me levarem
sem luta
mas pulsam em meu braço direito
um dragão, uma raiva e uma vontade
capazes de inverter
o fluxo das cachoeiras
(Fabio Rocha)
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
INFINDOS CICLOS OCEÂNICOS
Netuno levanta lentamente pro mundo
(barbas cansadas) do fundo mais fundo
crê no próprio canto
desconsidera cracas rimando
pisa areias sem ver naufrágios
ergue-se em sinais e bons presságios
expurga algas de mágoa
acelera o peito com água
tropeça no lirismo
e cai sozinho no abismo
MADRUGADA INSONE
a chuva estala
cada folha da amendoeira
que cala
a noite sem sono ao meu redor
dança com os olhos dela:
um de cada cor
(Fabio Rocha)
sábado, 1 de janeiro de 2011
REINIETZSCHEALIZAÇÃO
Fazer da vida uma obra de arte. Fazer da arte uma obra devida.
(Fabio Rocha)
(Fabio Rocha)
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