"Em vão me tento explicar, os muros são surdos." (Drummond)
Drummond é instantâneo.
foto de nós
poetas presos em si
cordas que acordam
em melodia
(não há mais guerras mundiais.
descansem paz)
lendo subi
lendo de si
lenta paz da folha branca...
ruflar da folha branca...
sempre pronta, folha branca...
(pausa doce, sorriso, prévia da explosão indizível)
o corpo renasce e se aquece
na esperança do inalcançável
que não cansa
não mata
nem morre...
so_corre!
ouço peixes sob o navio do chão
(M)olho
mãos em poemas dados
a nona sinfonia
ir
sobretudo ir
pro lugar de sorrir ao pensar que se pode começar
que sempre se pode começar e sorrir
pelo menos até começar
e ir
edifícios mantêm-se calados no escuro
funcionários antigos com mais benefícios
novas formas de enganação visando o lucro
soft skills, passatempos e vícios
soft skills, passatempos e vícios
mas resta a flor no cinza:
poetas vendem fotocópias no centro
e letras chegam a olhos
(umas vezes até dentro)
(Fabio Rocha)
Um comentário:
Eu já reli umas quatro vezes este poema...e cada vez que eu leio acho nele um detalhe que faz toda diferença na interpretação.
Densas e delicadas estas linhas (como é esta flor).
Beijos.
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