quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

DIFICULDADES IMPEDITIVAS

Ia
onde queria
mais.

Ia
onde queria
paz?

Ia
onde queria
mas...

(Fabio Rocha)

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"A vida é uma questão de nervos, de fibras, de células, que lentamente se criaram e onde reside o pensamento e onde a paixão esconde os seus sonhos. Julgamo-nos fortes, julgamo-nos protegidos. mas basta um nada, uma nuance na cor de um quarto ou de um céu matinal, um perfume que em tempos amamos e que, por um sutil mecanismo, faz reviver em nós, bruscamente, determinados versos de um poema que julgávamos esquecido; um acorde, recordando-nos uma peça de música que cessáramos de tocar... Sim, Dorian, afirmo-lhe, é disso que a nossa vida depende."

Oscar Wilde - Trecho da personagem Lord Henry, do livro "O Retrato de Dorian Grey" (Os grandes clássicos, Otto Pierre editores, 1979, p. 329)

4 comentários:

Iaiá disse...

Gostei :)

Anônimo disse...

Perante palavras tão belas... fiquei eu sem elas!

Vim parar aqui que nem um pára-quedas ou que nem uma estrela cadente... mas confesso que gostei de “cair” neste lugar.. um lugar bem aconchegante!
Estava eu a navegar nas “águas turvas e ondulantes” da Net quando, subitamente (assim, de repente!)... fui levada pela corrente (como quem diz, de site em site) em “mares nunca antes navegados” (Camões) e me deparo “dentro” de um blog... que não procurei.. mas que encontrei! Agradeço ao acaso por me ter deixado “entrar”...
Sempre apreciei poesia, mas nunca a soube “fazer”... essa é uma arte que poucos têm o privilégio de dominar. E por aquilo que pude perceber, felicito-te, Fabio (sem acento... achei graça!) pela maravilhosa capacidade malabarista de dar movimento, valor e sentido às palavras...
Parabéns pela tua incansável dedicação... diria até paixão!
Adorei... adorei imensos poemas aqui deixados... “abandonados”... à espera de um olhar indiscreto e profundo que os saiba apreciar... não só para ver... mas, ler! Entender!
Não tenho como dizer: “este é o meu preferido”... pois seria injusto para com os versos (diversos) que me tocaram! Mas pequenas palavras/grandes pensamentos/verdadeiras verdades (passando a redundância) ... sei que não vou esquecer... “ aproximar o tempo distante”, “eternizar um mínimo instante” (os primeiros versos que li de Fabio Rocha!)... assim como: «Por meus caminhos de buscar/achei o que tenho procurado:/o paraíso de andar.» (Lindo!)... “(Ouviu calmamente tudo,/deu meia volta/ e saiu)” (Triste este verso, na mais profunda essência do amor, mas deslumbrante a imagem!)... “Revelação”, todo ele me marcou... poema perdidamente sensível! O “Eu tentarei fugir...” de «Conversa com o filho invisível» é simplesmente grandioso... palavras sábias carregadas de pureza, genuinidade, liberdade, esperança e vida.. que só os olhos e o coração de uma criança conseguem alcançar!
E mais.. e mais... poderia enumerar... mas não o farei pois acabaria por criar um verdadeiro blog dentro de um suposto “simples” comment (risos).
Ah... mas esqueci-me de te dizer (se me permites que assim te trate - por tu -, com todo o respeito obviamente, até porque somos ambos da mesma idade e... gémeos... risos)... sou portuguesa e este comentário vem daqui... directamente para aí! Portugal e Brasil... não há como não cruzar caminho entre estes dois países irmãos! Como o mundo é pequeno e fascinante... incrível de facto!!! (Ao contrário deste “comentário”, lamento!)
Gostei particularmente, ainda, de (re)ler singelas e marcantes palavras de Florbela Espanca. Com certeza que conheces... e bem, sem dúvida... um poema dela conhecido por todos, em qualquer lugar do mundo: «Ser Poeta (Perdidamente)», do qual também se fez uma maravilhosa melodia, cujo poema é tão bem interpretado pelo cantor português Luís Represas. http://www.anos60.com/outros/perdidamente.htm

Para terminar... e com o máximo de respeito para com os teus poemas, vou pegar neles com a seguinte finalidade: fazer votos para que consigas sempre ser «Ecos de um poema passado», onde a «Potência é mais que poder». Que continues a escrever com a mesma «Impaciência» e «Despertar», (“Acordar/sem pressa/para o infinito”) e que possas encontrar... sempre... na poesia a «Paz» que procuras! E que raramente entres «Dificuldades Impeditivas» no alcance do teu sonho...

(Desculpa a extensão do texto!)

~alexandra~

Ricardo Mainieri disse...

Fábio :

A concisão do poema surpreende.
Principalmente, pois consegue se explicitar a mensagem no final.
Vamos somando os MAS desta vida e construindo pontes de contato.

Abs.

Ricardo Mainieri

Fabio Rocha disse...

Obrigado, gente, pela leitura e comentários...

Alexandra, seja bem-vinda a esta morada. Espero que volte sempre! Que maravilha sua leitura, me emocionou... Esse seu comentário parece até um prefácio!

Obrigado pelo carinho e tudo de bom pra você também!