quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

POEMA CORRETO

Antes
era possível olhar o céu noturno
e imaginar...

Hoje
achamos que sabemos:


1 - científicos métodos classificatórios de astros por grandeza energética medida por instrumentos;

2 - distâncias calculáveis considerando-se a relatividade do espaço-tempo das partículas-onda quando em velocidades próximas à da luz;

3 - substantivos indicativos de conjunto decorados na infância uniforme para falar bonito;

4 - muitos outros números naturais que poderiam ser ordenados em ordem crescente neste poema longo, tendendo a mais infinito...


E, calmos, nos achamos mais certos. E mais sábios...

(Fabio Rocha)

Um comentário:

Anônimo disse...

A essência do SONHO é mesmo essa: a capacidade de ver muito além do que os nossos olhos alguma vez poderão alcançar.
Felizmente que temos essa grandiosa liberdade!
E mais que “antes” deveremos sim continuar a “olhar o céu noturno” e não deixar de “imaginar”, “criar”, “voar”...
Por isso, “hoje achamos”: não há certezas, logo... como poderemos nós saber o que está “correto”?

«Bendito seja eu por tudo o que não sei
gozo tudo isso como quem sabe que há o Sol» (Fernando Pessoa)

Julgo que só algo nos dá certezas: o que o coração sente! Certo ou errado, o que ele sentir... também nós o sentimos, não há como evitar!

E, afinal, como tão bem percebemos em «Pedra filosofal» de António Gedeão, foi do sonho (precisamente porque o homem sonha e sente) que nasceram todas essas coisas correctas de que falas!