"Abrir o peito à força numa procura / Fugir às armadilhas da mata escura" (Eu caçador de mim - Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão)
sábado, 11 de setembro de 2010
LARA LARANJA
da primeira vez que vi lara na câmera
a voz sumiu
e as dores passaram
tudo estranhamente simples
e um medo danado
lara mora longe
mas tão perto ainda agora...
a laranjeira da casa de minha infância não socorreu
em absolutamente nada
nunca me pareceu tão fácil fazer um poema digitado
quando as palavras empacaram na boca embasbacada
e minha câmera me deixou quadrado
pele branca de lara
fala
ouvido delira
lara ao vivo sem lira
- liguei um rádio
(sou tímido e tenho 12 anos)
os olhos dela
com a mesma calma triste
com a mesma profundidade clara
- falei do tempo
todo o meu treino abismado:
ela! Ela! Lara! Isso! Larissa!
Abismo.
- me fingi ocupado
apesar do despreparo
deliciosamente lá existe
move e fala, essa Lara raríssima
- falei do falar, que estranho
- pedi um tempo
(tudo tão rápido e desplanejado!)
ESC ESC ESC
desliguei o rádio
reiniciei o computador
tranquei a porta
corri
bebi água
respirei fundo
contei os dedos
escovei os dentes
voltei voando...
lara saiu
foi-se embora
ver um filme
(Fabio Rocha)
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3 comentários:
hahaha... Vc é uma figura.
E li esse poema, quase prosa poética, sorrindo de orelha a orelha, fofíssimo! Amei! =)
Beijinho em ti. E um aperto de bochecha.
Ps.: Reparou que minhas unhas estão na cor azul escuro? O toque laranja deixei para vc neste seu escrito ;)
menino precoce. :)
você e suas musas!
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