Nada é tão
como era
então.
(Exceto talvez a paixão...)
Se a raiva passa
o medo
aumenta.
Ela ali inteira
fora da piscina
esperando
pra me lavar a mão
depois da artificial cachoeira
toda de branco
sem marchas, pais, religião
era real?
Era bom?
(Fecharam a água:
peixes morrendo no chão
raso do sonho.)
Ela ali de pé
tão grande
quanto minha ilusão
sentada
na mesa redonda
meu medo branco.
O sonho
o sono
o amor
a ira
a água
acaba
sem motivo
ou aviso.
Apanho
minha mala
branca de dor suportável
e de medo controlável
(sem raiva?!).
Aceito-a.
Olho a estrada.
É feia.
E nunca houve um estrela.
Acordo e ando.
(Fabio Rocha)
13 comentários:
Fabio...profundo e lindo isso...
"Apanho minha mala branca de dor suportável e de medo controlável"...
Eu ando por aí com uma malinha assim...e quem nunca fez isso?
Beijo e ótimo final de semana
Pois é... É até bom quando a mala está leve assim, né? :)
Obrigado pela leitura!!
Beijão e ótimo fds!
Esse é daqueles poemas com direito a cenário e fundo musical na minha mente... Ótimo!
...acho que tudo mesmo acaba sem motivo e sem aviso...
Fábio, e "nunca houve uma estrela."
Muito interessante e leve seu poema, embora o tema. erri Beijo.
Valeu, Renata e Dri! Beijos enormes
Mala de dor suportável e medo controlável...
Ainda assim, não consigo carregá - la Poeta.
Maravilhoso!
Beijos
Nossaaaa
muito profundo!!!
Beijo de carinho!!!
Pri Marítima, claro que consegue! Olha você aí, viva e caminhando poeticamente!
Lou, obrigado!
Beijos
Gostei muito disso,Fabio:
"Nada é tão
como era
então.
(Exceto talvez a paixão...)
muito!
bjs
Obrigado, neusa!
Interessante nesse poema como cada pessoa que comentou algo gostou de um trecho...
Beijão
Guimarães Rosa é (ins)pirador.
Pois é, Vanessa Souza Moraes. Ando lendo de tudo. :) Seguindo o tarÕ ainda. :)
Lavar a mão! Pilatos! Eu lavo minhas mãos! Amo psicanálise! :)
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